Tudo que diz respeito ao meio ambiente e ao clima tem sido motivo de crescente preocupação das autoridades em todo o mundo. Pesquisadores e especialistas apontam para a urgência de tomada de uma posição definitiva e coesa, e nesse sentido vêm promovendo debates, cobranças, denúncias, que resultam ações de combate à degradação ambiental. Para reforçar essa luta, o Dia Internacional das Cooperativas, data sempre comemorada no primeiro sábado de julho – este ano neste dia 4, escolheu abordar a questão para enfatizar sua importância.
Ao fazer o anúncio do tema, no início de abril, a Aliança Cooperativa Internacional (ACI) destacou que o objetivo é estimular as cooperativas do mundo inteiro a continuar promovendo ações para combater as mudanças climáticas. A situação crítica do clima coloca em risco a vida e os meios de subsistência de milhares de pessoas e destrói os ecossistemas vitais para os seres humanos e para o planeta.
A ACI espera que no dia 4 de julho se destaquem as contribuições das cooperativas na luta contra as mudanças climáticas, um dos desafios mais importantes que o planeta vai enfrentar ao longo do século 21. A entidade vem alertando sobre as cada vez mais frequentes mudanças climáticas que afetam severamente a vida das pessoas em todo o mundo, especialmente os grupos mais desfavorecidos, como pequenos agricultores, mulheres, jovens, povos indígenas ou minorias étnicas, que precisam enfrentar desastres naturais extrema e degradação dos recursos naturais.
Mais informações podem ser acessadas no site https://www.ica.coop/es/2020-international-day-cooperatives. No ano passado foram registrados mais de 130 eventos em 40 países de todo o mundo. A ACI pede que utilize as hashtags #CoopsDay e #Coops4ClimateAction nas redes sociais.
Efeito estufa aumenta 50%
A data é celebrada desde 1923 e só a partir de 1995 entrou para a agenda oficial da Organização das Nações Unidas. O tema Ação Contra a Mudança Global do Clima foi sugerido pela Comissão de Promoção e Avanço do Cooperativismo, o Copac, organização internacional formada pela ONU, ACI e organizações internacionais públicas e privadas que fomentam e representam o cooperativismo.
Dados mostram que os gases do efeito estufa aumentaram em 50% na comparação com 1990, e que o aquecimento global está causando mudanças permanentes no sistema climático, cujas consequências podem ser irreversíveis se medidas urgentes não forem tomadas. A degradação dos recursos naturais e a multiplicação dos desastres naturais, além do acelerado degelo das calotas polares, são sinais do aumento da poluição e do esgotamento dos recursos do planeta, afetando a vida das pessoas em todo o mundo, especialmente dos grupos mais desfavorecidos, como pequenos agricultores, mulheres, jovens, povos indígenas ou minorias étnicas.
“Nossa casa comum está em perigo. Existem modos de produção e consumo que constantemente atacam a natureza. Não temos muito tempo para reverter essa situação. Precisamos agir agora, com nossos valores e princípios como bandeira, para demonstrar em escala global que é possível desenvolver uma economia com inclusão social e proteção dos recursos naturais”, afirmou Ariel Guarco, presidente da ACI, entidade que criou um guia de comunicação para que as cooperativas aproveitem da melhor maneira. Assim como em 2019, este ano também haverá um mapa interativo sobre a questão, para mostrar ações realizadas em vários países.
Segundo Guarco, o movimento cooperativo pode e deve usar essa importante oportunidade para se posicionar como ator global de mudança e colaborar com seus parceiros na comunidade internacional. “Esse esforço coletivo pode impactar significativamente a agenda climática e alcançar uma transição verde e justa para todas as comunidades, sem deixar ninguém para trás”, ressaltou.
De acordo com o Anuário do Cooperativismo Brasileiro (2019), do Sistema OCB, o movimento cooperativista está presente em 150 países, criando oportunidades para seus associados e contribuindo para o desenvolvimento de suas comunidades. São 1,2 bilhão de cooperados, três milhões de cooperativas e 280 milhões de postos de trabalho. No Brasil, são 6.828 cooperativas, 14,6 milhões de cooperados e 425,3 mil empregados.
Sobre a ACI – Aliança Cooperativa Internacional
A Aliança Cooperativa Internacional é um organismo mundial que tem como função básica preservar e defender os princípios cooperativistas. Sua sede está localizada em Bruxelas, na Bélgica, e se organiza através de quatro sedes continentais: América, Europa, Ásia e África. Na América, a sede está localizada em San José, capital da Costa Rica.
Em cada continente a ACI tem uma estrutura própria, conselho de administração e direção regional. Nas Américas, a ACI Américas (ou Cooperativa para as Américas) representava, em 2010, 74 organizações filiadas de diferentes países, congregando cerca de 50 mil cooperativas e mais de 300 milhões de cooperados em todo o continente. A ACI foi criada em 1895, constituída como uma associação não-governamental e independente reúne, representa e presta apoio às cooperativas e suas correspondentes organizações, Objetiva a integração, autonomia e desenvolvimento do cooperativismo.
Em 1946 o movimento cooperativista representado pela A.C.I. – Aliança Cooperativa Internacional foi uma das primeiras organizações não governamentais a ter uma cadeira no Conselho da ONU – Organização das Nações Unidas. A ACI conta com mais de 230 organizações entre seus membros, mais de 100 países, que representam mais de 1 bilhão de pessoas de todo o mundo.
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