A crise econômica provocada pela pandemia do coronavírus vem afetando duramente a economia nacional e, mais fortemente, a atividade econômica fluminense que iniciou recentemente a retomada gradual das atividades. Para entender melhor os reflexos financeiros da pandemia nos setores de comércio e serviços, o Instituto Fecomércio de Pesquisas e Análises (IFec RJ), da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Rio de Janeiro (Fecomércio) realizou um levantamento com 626 empresários fluminenses.
A pesquisa quis saber dos empresários se eles buscaram ou pretendiam buscar crédito junto a alguma instituição financeira no mês de julho, em função dos impactos do distanciamento social nos negócios. A sondagem mostrou que 46,2% dos empresários do setor devem buscar algum tipo de crédito. Ou seja, cinco em cada dez empresários entrevistados pretendiam ir a alguma instituição financeira para contrair empréstimos.
Diante do percentual de empresários que não tinham a intenção de procurar por crédito, o IFec RJ procurou entender os motivos pelos quais não pretendem tomar essa decisão. Para 23,3% dos consultados, não faz sentido tomar dinheiro emprestado se eles não têm plena confiança que vão sobreviver à crise. Outros 14,6% precisam de ajuda financeira, mas estão inadimplentes; e 11,9% disseram ter necessidade de contrair empréstimos para continuarem funcionando, mas que não gostam de tomar dinheiro emprestado. Cerca de 9,6% dos empresários necessitam, mas acreditam que as taxas de juros são altas; e 9,1% vêem excesso de burocracia para tomada de empréstimo. Apenas 27,4% dos pesquisados que não vão tomar crédito informaram não precisar de crédito, uma vez que suas empresas estão saudáveis.
Comércio on-line
A quarentena e o fechamento obrigatório do comércio não essencial, que se prolongou por quase 100 dias no Estado do Rio, fez crescer a procura por compras on-line. Na última pesquisa com consumidores, o IFec RJ identificou que as compras virtuais já fazem parte da rotina de 1,6 milhão de fluminenses. Diante dessa demanda, os empresários passaram a ver no comércio digital uma forma de manter os negócios e até ampliar as vendas.
O novo levantamento mostra que durante o isolamento social, 21,1% dos empresários do setor de comércio e serviços desenvolveram alguma plataforma on-line para dar continuidade aos negócios, o equivalente a aproximadamente 101 mil empresas. Outros 37,8% afirmaram já estarem presentes no mundo virtual. No total, 58,9% dos empresários do comércio estão de alguma forma, conectados à internet. Entretanto, o estudo também mostrou que 41,1% dos comerciantes ainda não estão no mundo digital.
Por outro lado, o levantamento comprova que outras estratégias de divulgação e promoção estão sendo adotadas para melhorar as vendas após o isolamento social, entre elas: promoções, propaganda, marketing digital, mídias sociais, entre outros.
A Fecomércio
A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Rio de Janeiro (Fecomércio RJ) é formada por 59 sindicatos patronais fluminenses e representa os interesses de todo o comércio de bens, serviços e turismo do estado. O setor reúne mais de 323 mil estabelecimentos, que respondem por 2/3 da atividade econômica do estado e representam 68% dos estabelecimentos fluminenses, gerando mais de 1,6 milhão de empregos formais no total, que equivalem a 61% dos postos de trabalho com carteira assinada no Estado do Rio de Janeiro. Além disso, a Fecomércio RJ administra, no estado do Rio, o Serviço Social do Comércio (Sesc) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Comércio (Senac).
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