Por cima plumas e paetês, por baixo cueiro só

Max Wolosker

Max Wolosker

Economia, saúde, política, turismo, cultura, futebol. Essa é a miscelânea da coluna semanal de Max Wolosker, médico e jornalista, sobre tudo e sobre todos, doa a quem doer.

quarta-feira, 19 de março de 2025

Essa, infelizmente, é a Nova Friburgo do sr. Johnny Maycon, prefeito da cidade, ex-Suíça Brasileira, que agora foi preterida pela bela cidade mineira de Monte Verde. Falo isso com o coração partido, pois desde que aqui cheguei, nos idos de 1977, sempre fui um entusiasta de nossa terra, esquecendo que um dia fui um carioca convicto. Com o passar dos anos, com o descaso dos próprios friburguenses, ao elegerem prefeitos medíocres e mais compromissados com outros interesses do que os da cidade, fui perdendo o entusiasmo.

Friburgo, é hoje, um remendo do que já foi no passado com problemas sérios que a impediram de progredir no bom sentido. Temos, no momento, pois já me sopraram que ele vai se candidatar a deputado federal ano que vem, um alcaide festeiro que só se preocupa em promover o turismo e fazer festas para atrair turistas, ou quem sabe, futuros moradores.

 Me pergunto se ele já saiu de seu gabinete em determinadas horas, para ir e voltar ao Cônego, passando não importa se por Olaria ou Via Expressa, para enfrentar o engarrafamento infernal do Paissandu, que muitas vezes se inicia próximo ao posto de gasolina Santo Antônio, na Avenida Júlio Antônio Thurler. Ou se já tentou ir a Conselheiro Paulino na hora do rush ou fora dele. No último sábado, 15, por exemplo, fui a um casamento numa rua ao lado do supermercado Tio Dongo e levei 45 minutos do Cônego até lá, num percurso de apenas oito quilômetros. Sem contar ruas e avenidas esburacadas, não importa em qual bairro, mato crescendo por entre os paralelepípedos, o que é um perigo em dias de chuva, pois se tornam mais escorregadios propiciando derrapagens e acidentes.

Uma cidade suja, com lixo derramado nas ruas ou nas encostas dos morros, ou o que é mais grave, no leito do Rio Bengalas. Aliás, o Bengalas, um dos cartões de visita da cidade, não é dragado há muito tempo. Ele, talvez, não tenha saído do leito nesses últimos temporais que a cidade enfrentou, porque Deus ainda demonstra uma pequena simpatia por nós. Mas, com a chuvas de quinta-feira passada, 13, as avenidas que o margeiam ficaram alagadas, dificultando o deslocamento de veículos.

A saúde pede socorro há muito tempo, mas o descaso com o Hospital Municipal Raul Sertã permanece e as marcações de consultas na rede pública continuam exigindo que as pessoas cheguem de madrugada, para conseguirem uma vaga. Muitas vezes, são comunicadas de que o médico não vai poder atender naquele dia e, têm de voltar no dia seguinte, enfrentando as mesmas filas. Dinheiro para festas é o que não falta, as verbas são polpudas e estão sempre disponíveis.

Mas, o pior acontece nas encostas dos bairros Cônego e Cascatinha, onde irresponsavelmente surgem condomínios como verdadeiras ervas daninhas. A circulação por esses bairros torna-se cada vez mais difícil e o estacionamento de veículos uma tarefa árdua, principalmente à noite, para a frequência nos vários estabelecimentos que tornaram o bairro, um verdadeiro polo gastronômico. Já existem opiniões de experts no assunto, de que se a ocupação do bairro continuar como está, a partir de 2028 o fornecimento de água poderá ser seriamente comprometido.

Não existe uma barragem no local, como no Debossan, apenas uma coleção de águas que, como é de se esperar, diminui nos tempos de estiagem, como o que se aproxima no outono e inverno. Aliás, não se compreende como a companhia distribuidora de águas permite e autoriza a ligação do precioso líquido nesses locais.

Esqueci de mencionar as barbaridades que motoristas, sobretudo os que vêm de fora estão cometendo no dia a dia. Ultrapassagens perigosas, estacionamentos em fila dupla, prejudicando a livre circulação o que congestiona mais ainda o trânsito; sem falar nos motoqueiros que se sentem os donos do pedaço e insistem em dirigir em alta velocidade nos corredores das ruas com duas pistas e circularem, muitas vezes, na contramão.

Creio que cabe a nós, cidadãos, fazer alguma coisa e o que me vem à cabeça, pois não temos outros meios, é estudar bem candidatos a vereadores (têm uma grande parcela de culpa no caos que nos assola) e a prefeitos. É preciso muita cautela para não elegermos lobos na pele de cordeiros.

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