Neste sábado, 8 de março, é celebrado o Dia Internacional da Mulher, com o tema
“Para Todas as Mulheres e Meninas, direitos, igualdade e empoderamento”.
No ano passado, mais de 600 milhões de mulheres e meninas viveram em meio à brutal realidade dos conflitos armados, que aumentaram flagrantes 50% em apenas uma década
O tema deste ano faz um chamado para ações que possam ampliar a igualdade de direitos, poder e oportunidades para todas, e um futuro feminista onde nenhuma seja deixada para trás. O empoderamento da próxima geração é central para essa ideia — a juventude, especialmente as jovens mulheres e meninas, será protagonista de mudanças duradouras.
O ano de 2025 é crucial na busca global pela igualdade de gênero e pelo empoderamento das mulheres, pois marca o 30º aniversário da Declaração e Plataforma de Ação de Pequim. Adotado por 189 governos ao fim da 4ª Conferência Mundial sobre a Mulher, realizada em 1995, na capital chinesa, o documento continua sendo o instrumento mais progressista em todo o mundo.
A plataforma orienta políticas, programas e investimentos que impactam áreas críticas das vidas de todos, como educação, saúde, paz, mídia, participação política, empoderamento econômico e eliminação da violência contra mulheres e meninas.
Os 30 anos da Declaração de Pequim também chega em meio à crescente insegurança e a crises acumuladas, o que está diminuindo a confiança na democracia e encolhendo o espaço cívico. Só no ano passado, 612 milhões de mulheres e meninas viveram em meio à brutal realidade dos conflitos armados, que aumentaram 50% os flagrantes em apenas uma década.
Sob a bandeira da campanha deste ano, a comemoração é um chamado à mobilização em três áreas principais:
1.
Promover direitos: Lutar incansavelmente pelos direitos de mulheres e meninas, desafiando todas as formas de violência, discriminação e exploração;
2.
Promover a igualdade de gênero: Abordar barreiras sistêmicas, desmantelar o patriarcado, transformar desigualdades estruturais e elevar as vozes das mulheres e meninas marginalizadas, para garantir inclusão;
3.
Fomentar o empoderamento: Redefinir estruturas de poder garantindo acesso à educação, ao emprego, à liderança e aos espaços de decisão; e priorizar oportunidades para que as jovens liderem e inovem.
Já a declaração e plataforma de Pequim destacaram os seguintes tópicos:
1.
Proteção legal: Antes de 1995, apenas 12 países tinham sanções legais contra a violência doméstica. Hoje, existem 1.583 medidas legislativas em vigor em 193 países, incluindo 354 direcionadas especificamente à violência doméstica;
2.
Acesso a serviços: A plataforma exigiu serviços essenciais como abrigos, assistência jurídica, aconselhamento e cuidados de saúde para as sobreviventes da violência;
3.
Engajamento juvenil: A agenda inspirou uma nova onda de feministas jovens que agora estão envolvidas em movimentos pela justiça de gênero, utilizando plataformas digitais e impulsionando o ativismo pela igualdade;
4.
Mudança de normas sociais: O acordo alcançado na 4ª Conferência Mundial desencadeou movimentos pelos direitos das mulheres em todo o mundo, desafiando estereótipos, ideias e práticas prejudiciais, e abrindo caminho para políticas, leis e instituições sensíveis à igualdade de gênero;
5.
Mulheres na paz: A plataforma enfatizou a necessidade de aumentar a participação plena e igualitária das mulheres em todos os níveis de resolução e prevenção de conflitos, inclusive na tomada de decisões.
Hoje, existem 112 países com planos de ação sobre mulheres, paz e segurança — um aumento significativo em relação aos 19 de 2010. Esses instrumentos têm sido fundamentais para facilitar a participação delas na construção da paz e na recuperação pós-conflito, permitindo seu acesso a posições de tomada de decisão e abrindo caminho para novas leis que combatam a violência sexual em conflitos.
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