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Investigação
Vinicius Gastin
Esportes
CPI apura se há mesmo manipulação de resultados no futebol
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Senado criada para investigar suspeitas de manipulação no futebol apresentou, na última semana, o seu plano de trabalho. E um dos primeiros atos da CPI foi a aprovação de requerimentos para convidar John Textor, dono da SAF (Sociedade Anônima de Futebol) do Botafogo, e Leila Pereira, presidente do Palmeiras, a prestarem depoimentos como testemunhas.
A primeira sessão ocorreu na última segunda-feira, 22, com a presença de Textor. Recentemente, o dono da SAF do Botafogo entregou à Polícia Civil documentos sobre uma suposta manipulação de resultados nas últimas duas edições do Campeonato Brasileiro. Além dos dirigentes de Botafogo e Palmeiras, a comissão também aprovou convites a Júlio Cesar Casares, presidente do São Paulo, Hugo Bravo Jorge, presidente do Vila Nova, e Andrés Rueda, ex-presidente do Santos.
“Nós chegamos a uma conclusão simples e objetiva. Tivemos conhecimento a diversos indícios, não queremos falar em provas. Foram indícios importantíssimos. Não quero dizer que participamos de uma conversa de uma hora, teve muito conteúdo”, disse o senador Jorge Kajuru, presidente da CPI (PSB-GO).
O colegiado também aprovou convites a Marcos Vinícius, conhecido como Romário, ex-jogador do Vila Nova Futebol Clube, além de Wesley Cardia, presidente da Associação Nacional de Jogos e Loterias, e José Francisco Manssur, ex-assessor especial do Ministério da Fazenda.
Cyro Terra Peres e Dr. Fernando Martins Cesconeto, procurador-geral e o promotor de justiça do Ministério Público de Goiás, respectivamente, responsáveis pela Operação Penalidade Máxima, também foram convidados a prestarem depoimentos. Todos na condição de testemunhas. Até o momento, o único depoimento com data prevista – e já realizado – é o de Textor.
O Senado instalou a Comissão Parlamentar de Inquérito com o objetivo de investigar denúncias de fraude envolvendo jogadores, dirigentes esportivos e empresas de apostas. A criação da CPI veio depois de um levantamento divulgado pela SportRadar, empresa especializada em monitoramento de partidas e parceira da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), que apontou suspeitas de fraudes em resultados de 109 partidas realizadas no Brasil em 2023.
Os números colocam o país no topo do ranking de jogos suspeitos de manipulação. O relatório da empresa considera como suspeito todos os jogos que têm "provas contundentes" de vício nos resultados ou com indícios críveis de fraude. “Isso já vem acontecendo no nosso país nos últimos três anos e tenho certeza que acaba aqui nessa CPI”, afirmou o senador Romário (PL-RJ).
O colegiado terá até 180 dias para concluir os trabalhos, com possibilidade de prorrogação por 90 dias. Ao término desse período, é elaborado um relatório com as conclusões da CPI, que pode ser enviado ao Ministério Público ou à Advocacia-Geral da União, a fim de que promovam a responsabilidade civil e criminal dos infratores ou adotem outras medidas legais.
A comissão é composta por 11 membros titulares e sete suplentes. O relator da CPI é o senador Romário (PL-RJ), autor do requerimento para a abertura da CPI. A presidência dos trabalhos cabe ao senador Jorge Kajuru e vice-presidência fica com Eduardo Girão (Novo-CE), ex-dirigente do Fortaleza Esporte Clube.
Vinicius Gastin
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