Esponjas de cozinha: entre a praticidade e o impacto ambiental

Alex Santos tem dedicado seus esforços desde 2010 para disseminar a importância da sustentabilidade. Através de projetos inovadores busca catalisar uma mudança positiva no mundo, incentivando práticas mais responsáveis e ecologicamente conscientes.

Alex Santos

Prosa Sustentável

Alex Santos tem dedicado seus esforços desde 2010 para disseminar a importância da sustentabilidade. Através de projetos inovadores busca catalisar uma mudança positiva no mundo, incentivando práticas mais responsáveis e ecologicamente conscientes.

segunda-feira, 15 de abril de 2024

Opa! Tudo verde?

Bora pra nossa Prosa Sustentável!

 O assunto de hoje trata de algo pequeno que foi inventado para “limpar”, mas o seu pós-consumo gera uma “sujeira” de grande proporção. As esponjas de cozinha são itens comuns em nossas casas, usadas diariamente para facilitar a limpeza de utensílios e superfícies. No entanto, poucos consideram a composição desses utensílios e o impacto que causam ao meio ambiente.

A esponja de lavar louça foi inventada em 1947 por um engenheiro chamado Harold Joseph Butler. Ele desenvolveu a primeira esponja a partir de poliuretano, visando criar um produto durável e eficaz para a limpeza de utensílios de cozinha. De lá para cá, a produção só aumentou e, segundo dados da 3M numa matéria publicada pelo site Ciclo Vivo, são cerca de 360 milhões de esponjas multiuso fabricadas anualmente no Brasil.

A composição de uma esponja de lavar louças pode variar, mas muitas são feitas de poliuretano, polipropileno ou celulose. Estes materiais não são necessariamente tóxicos, mas muitas esponjas contêm aditivos químicos para aumentar sua durabilidade, o que pode apresentar preocupações ambientais e de saúde. A presença de petróleo é comum em algumas esponjas, principalmente aquelas feitas de poliuretano, contribuindo para a dependência de recursos não renováveis e aumentando a “vida útil” das esponjas no planeta.

O tempo de decomposição de uma esponja de cozinha pode variar, mas geralmente, elas são duráveis e demoram muitos anos para desaparecer completamente. Segundo o site Biociente, uma esponja pode levar cerca de 400 anos para se decompor no meio ambiente. Esse é um problema ambiental significativo, uma vez que as esponjas descartadas frequentemente acabam em aterros sanitários, contribuindo para a poluição do solo. A extração de matérias-primas, o consumo de energia na fabricação e os resíduos gerados durante o processo contribuem para a pegada ambiental negativa desses itens, vale ressaltar.

Se pedaços de esponjas encontram rios e oceanos como local de descarte, animais marinhos podem confundir tal material com alimentos, ingerindo acidentalmente resíduos plásticos. Isso pode levar a problemas de saúde, bloqueio do trato digestivo e até mesmo morte destes animais. Em áreas onde existem recifes de coral, o descarte inadequado de esponjas pode representar uma ameaça adicional, visto que os resíduos plásticos danificam os corais, comprometendo a saúde dos ecossistemas marinhos.

Já para a saúde humana, embora muitas pessoas utilizem detergentes para limpar suas esponjas, nem sempre é fácil eliminar completamente todas as bactérias. Os microrganismos podem se alojar profundamente nas fibras da esponja, mesmo após a lavagem, aumentando o risco de contaminação. As esponjas limpam um ambiente propício para o crescimento de bactérias e fungos. A umidade combinada com os resíduos de comida apresenta na esponja cria condições adequadas para a tolerância de microrganismos, incluindo Salmonella, E. coli e outros patógenos potenciais.

As indústrias enfrentam desafios significativos ao tentar encontrar alternativas mais ecológicas para as esponjas tradicionais. A busca por materiais sustentáveis, métodos de produção ambientalmente amigáveis e custos competitivos tem sido um obstáculo para a adoção em larga escala de soluções mais sustentáveis.

Algumas empresas ligadas a este setor estão assumindo a responsabilidade do seu impacto ambiental e desenvolvendo programas de coletas de esponjas usadas no Brasil. Inclusive, qualquer pessoa pode destinar corretamente as esponjas que seriam descartadas nos aterros; para isso vale conferir o site da Terra Cycle.

Confira algumas alternativas sustentáveis na hora de lavar louças: Certamente! Aqui estão quatro alternativas sustentáveis para lavar louças:

1. Escovas de limpeza de bambu: Opte por escovas de limpeza com cabos de bambu e cerdas naturais. O bambu é uma fonte renovável e as cerdas naturais são biodegradáveis, proporcionando uma opção amigável ao meio ambiente.

2. Esponjas naturais (Luffa): Esponjas feitas de luffa, também conhecida como bucha vegetal, que é uma planta tropical, são biodegradáveis e compostáveis. Elas oferecem uma alternativa sustentável e eficaz para a limpeza de louças e superfícies.

3. Esponjas de celulose compostáveis: Esponjas feitas de celulose são biodegradáveis e compostáveis. Elas podem ser encontradas em diversas formas e tamanhos, sendo uma escolha eficaz para quem procura alternativas sustentáveis.

4.Panos reutilizáveis: Troque as esponjas descartáveis por panos de limpeza reutilizáveis feitos de materiais como algodão, especialmente orgânico. Esses panos podem ser lavados e reutilizados várias vezes, reduzindo a necessidade de descartar constantemente materiais de limpeza.

 

Ao reconsiderar o uso de esponjas tradicionais e adotar alternativas mais ecológicas, os consumidores desempenham um papel crucial na redução do impacto ambiental desses itens de uso diário.

Tudo verde sempre!

  • Foto da galeria

    Qual é o tamanho do impacto das esponjas de lavar louças tradicionais? (Foto: pixabay.com)

  • Foto da galeria

Publicidade
TAGS:
Alex Santos tem dedicado seus esforços desde 2010 para disseminar a importância da sustentabilidade. Através de projetos inovadores busca catalisar uma mudança positiva no mundo, incentivando práticas mais responsáveis e ecologicamente conscientes.

Alex Santos

Prosa Sustentável

Alex Santos tem dedicado seus esforços desde 2010 para disseminar a importância da sustentabilidade. Através de projetos inovadores busca catalisar uma mudança positiva no mundo, incentivando práticas mais responsáveis e ecologicamente conscientes.

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.