A violência pode ser percebida em diferentes contextos, sob diversas formas: desde a violação aos direitos humanos, a falta de acesso à justiça, as desigualdades existentes no mundo, aos discursos de ódio, às mudanças climáticas, à falta de educação para todas e todos, entre outros.
O Dia da Não-Violência possui extrema importância para reafirmar a necessidade de se combater a intolerância, a violência, o desrespeito à dignidade humana, e principalmente de incentivar a educação pela paz, respeitando os direitos humanos.
A origem do termo “não-violência” vem do sânscrito e significa “ausência do desejo de ferir ou matar”, que ficou conhecido devido à luta pela independência da Índia, liderada por Mahatma Gandhi, e pela luta pelos direitos civis dos negros americanos, liderada por Martin Luther King Jr.
O líder pacifista indiano afirmava que “o homem é dotado de uma condição compassiva natural que aparece quando a violência é afastada do coração.”
Assim, o conceito de não-violência pode ser definido como o exercício pessoal de não causar males a si mesmo e ao outro. Através da cooperação e respeito mútuo, é possível resolver conflitos e formar diálogos de paz.
Outra frase emblemática de Gandhi aponta a pobreza como “a pior forma de violência”. Desta maneira, podemos pensar como violência não apenas conflitos de guerra ou agressões com o objetivo de ferir outras pessoas, e sim todo tipo de situação que atenta contra a dignidade humana.
No contexto atual de guerras e crise econômica, com falta de acesso a direitos como saúde e alimentação, por exemplo, é possível afirmar que vivemos um momento de violência. Garantir que todos e todas possam exercer esses direitos é uma forma de construirmos uma sociedade que preza pela não-violência.
Comunicação não-violenta
A comunicação não-violenta surgiu na década de 1960, durante o movimento a favor dos direitos civis e contra a segregação racial nos Estados Unidos. Foi criada pelo psicólogo americano Marshall Rosenberg, e tem como base o conceito de não-violência.
Trata-se de uma forma de abordagem que tem como foco estimular a harmonia e desenvolver a empatia nos relacionamentos interpessoais, tendo em vista a consciência de si mesmo, de como reagimos frente aos desafios da vida e de que forma a atitude do outro nos afeta.
Através da consciência de si mesmo, é possível estabelecer com o outro uma experiência de maior conexão. A partir do que sentimos, de como nos expressamos e do que precisamos, nos tornamos mais abertos e mais confiáveis para com o próximo, favorecendo uma maior sintonia e facilitando a resolução de possíveis conflitos.
A comunicação não-violenta se inicia na percepção de nós mesmos, por meio de quatro componentes: observação, sentimentos, necessidades e pedido. Através da observação, é possível perceber a situação ou o fato, livre de julgamentos. Focamos apenas nos nossos sentidos: visão, audição, olfato, tato e paladar. Assim, podemos nos questionar: “O que realmente aconteceu?”
Ao avaliar o que sentimos a partir do fato ocorrido, exploramos a maneira como tal situação ou acontecimento nos afeta, e desta forma, podemos ter um maior controle sobre nossos sentimentos. Podemos então nos perguntar: “Quais sentimentos surgem?”
E ao pensar sobre as necessidades que temos, precisamos aprender a separá-las das estratégias que utilizamos para atendê-las. Interessante destacar que Marshall dizia que através das nossas necessidades poderíamos entender o chamado da vida para que as coisas fluam. Portanto, podemos indagar: “O que preciso neste momento?”
E por meio dessas respostas, podemos fazer um pedido. Ao realizarmos o pedido, temos que ter em consideração o que queremos, as nossas necessidades, e quando queremos, para que o outro compreenda quais são elas.
Aqui, é necessário estar aberto ao “não”, pois o objetivo da comunicação não-violenta é permitir a construção mútua de resultados a partir do entendimento de ambas as partes envolvidas.
Portanto, para que ocorra a comunicação não-violenta, é necessário antes de entrar em uma conversa, avaliar todos esses questionamentos, não para manipular resultados ou conseguir vantagens, mas sim para reconhecermos quem somos e construirmos juntos o melhor caminho a seguir.
A comunicação não-violenta possibilita a reconexão com as nossas próprias necessidades e também com as dos outros, por meio do desenvolvimento de habilidades sociais que visam o diálogo e a paz nos momentos mais difíceis, podendo ser utilizada desde situações familiares a conflitos diplomáticos.
Resumindo, o papel de cada ser humano é fundamental para a construção de uma sociedade mais justa e digna para todas e todos.
(Fonte: institutoaurora.org / Por Thaisa Martins Lourenço)
Causas sociais ajudam a combater a violência
As causas sociais e ambientais mobilizam desde anônimos a personalidades públicas, preocupados com o bem-estar e a dignidade humana. Alguns criam instituições, outros auxiliam com doações para ONGs, integram grupos de ajuda, e muitos participam de debates sobre temas relevantes para a construção de uma sociedade mais atenta e solidária. Destacamos aqui alguns brasileiros engajados nas mais diversas atividades:
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Isabel Fillardis - fundadora da ONG Doe seu Lixo, que busca reduzir o impacto dos resíduos no mundo;
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Wagner Moura - nomeado Embaixador da Boa Vontade pela ONU, atua contra o trabalho escravo no mundo;
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Tatá Werneck - com a mãe Claudia, a atriz é co-fundadora da ONG Escola da Gente que trabalha com projetos de inclusão social;
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Preta Gil - promove bazares cuja renda arrecadada é revertida para intituições;
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Christiane Torloni - criou o projeto Amazônia Para Sempre, em que busca preservar e cuidar desse patrimônio brasileiro;
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Daniele Suzuki - ajuda comunidades na África, levando água potável para regiões em crise;
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Dira Paes - participa do Criança Esperança, faz parte do projeto Humanos Direitos e luta contra o trabalho escravo;
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Gisele Bündchen - foi nomeada Embaixadora da Boa Vontade do Meio Ambiente por defender causas como o aquecimento global e o reflorestamento;
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Luciano Huck - é responsável pelo Instituto Criar, que ensina diversas disciplinas para crianças carentes;
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Luisa Mell - fundou uma entidade que resgata e cuida de cachorros em situação de abandono e risco;
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Marcos Palmeira - criou e cuida do projeto PAIS (Produção Agrícola Integrada Sustentável), em que oferece um sistema agroecológico por energias renováveis;
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Paolla Oliveira - é madrinha da ONG Paraíso dos Focinhos e ajuda na causa de adoção e saúde de bichos;
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Xuxa - sua fundação ajuda a cuidar de jovens de baixa renda;
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Zeca Pagodinho - ajuda a democratizar o acesso à cultura e à música;
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Fernanda Gentil - criou a Associação Caslu, que ajuda instituições que cuidam de crianças doentes e carentes;
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Isabelle Drummond - tem um projeto voltado para famílias carentes; uma das ações foi em uma casa no Jardim Gramacho, que sofreu um incêndio em Duque de Caxias.
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