Estudo divulgado nesta semana pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) projeta crescimento de 0,8% do Produto Interno Bruto (PIB) fluminense neste ano. A federação explica que fatores no cenário internacional influenciam negativamente nas expectativas e que, no Brasil, a falta de definição de um arcabouço fiscal, de agenda de reformas estruturais e a alta taxa de juros corroboram para projeção de forte desaceleração do PIB do país e do estado do Rio.
Já a produção da cadeia de petróleo e os investimentos em construção civil é que continuarão influenciando positivamente na economia fluminense. O estudo ressalta que as receitas de royalties assumirão papel importante no equilíbrio das contas do estado, sobretudo em contexto de limitação da alíquota de ICMS (Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços) sobre bens essenciais. No entanto, a Firjan pontua que a perspectiva é de crescimento ainda pouco disseminado entre os segmentos industriais e de forte desaceleração do setor de serviços.
“Apesar da previsão de que teremos um resultado positivo no estado do Rio neste ano, a perspectiva é de forte desaceleração. O Brasil precisa urgentemente de um novo arcabouço fiscal e de uma agenda de reformas estruturais que vão garantir o crescimento sustentável do país. A reforma administrativa e uma reforma tributária que traga simplificação, neutralidade, transparência e isonomia entre os setores da economia que precisam avançar”, diz o presidente em exercício da Firjan, Luiz Césio Caetano.
PIB do Estado cresceu 2,7% no ano passado
Estimativa da Firjan aponta que o PIB do estado do Rio cresceu 2,7% em 2022. O estudo da federação destaca que, embora o ano tenha sido marcado por sucessão de turbulências socioeconômicas e geopolíticas, fatores ligados ao cenário nacional, como a aprovação de medidas tributárias envolvendo combustíveis, energia elétrica e telecomunicações, foram determinantes para o crescimento da economia fluminense.
De acordo com o estudo, a indústria registrou crescimento de 4,3% no último ano diante do aumento da produção da cadeia de petróleo e gás e do forte crescimento da construção civil. Porém, ressalta que o avanço da produção esteve concentrado em poucos setores e que indicadores de curto prazo apontam desaceleração do setor.
A estimativa é de que o setor de serviços tenha crescido 2,2% e que, por ter o maior peso (65,4%) na economia fluminense, exerceu a maior influência positiva para o crescimento do PIB fluminense no ano passado. A Firjan destaca que o setor avançou de forma consistente ao longo do ano em consequência da maior circulação de pessoas, da recuperação do emprego e da desaceleração inflacionária. No entanto, o estudo aponta que o desempenho dos serviços no estado do Rio foi inferior à média nacional do setor.
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