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Estamos a um mês do famoso grito do Ipiranga
Max Wolosker
Max Wolosker
Economia, saúde, política, turismo, cultura, futebol. Essa é a miscelânea da coluna semanal de Max Wolosker, médico e jornalista, sobre tudo e sobre todos, doa a quem doer.
Hoje, domingo 7 de agosto, quando escrevi esta coluna, faltavam, exatamente, 30 dias para as comemorações do bicentenário da proclamação da nossa independência. Conforme já disse numa outra coluna, essa data só perde em grandeza, para o dia da descoberta do Brasil. No dia 22 de abril fazíamos nossa aparição diante do mundo, como terra descoberta pelo reino português, apesar de não passarmos de mais uma colônia lusitana. No dia 7 de setembro de 1822, 322 anos depois, nos separávamos da matriz e passávamos a fazer parte das nações livres daquela época. Iniciávamos nossa caminhada como nação livre, entrávamos numa época de prosperidade sem igual, que viria a ser consolidada no segundo império, com o reinado de Pedro II, mas isso é assunto para uma outra coluna.
O que importa é exaltar a figura de Pedro I, tão esculachada pelos republicanos, pois a estes só interessa denegrir nosso período monárquico, como se ele fosse uma nódoa da nossa história. Se não gostam do primeiro Pedro, poderiam ao menos, exaltar mais dois artífices dessa epopeia, nas figuras de D. Leopoldina, primeira imperatriz das terras tupiniquins e de José Bonifácio. Leopoldina, uma austríaca com coração verde e amarelo, como braço direito do imperador brasileiro tinha poder, tanto é assim que o decreto que separou o Brasil de Portugal foi por ela assinado, em 2 de setembro de 1822.
No entanto, essa versão não é oficial pois, de acordo com o site www.cliohistoriaeliteratura.com, “nenhuma fonte histórica e nenhuma das pesquisas realizadas por historiadores e historiadoras atestam que Leopoldina tenha assinado um decreto de independência do Brasil. Ao que tudo indica, esse documento não existe nos arquivos. O que parece haver é uma ata de uma importante reunião ocorrida no dia 2 de setembro, testemunhos recolhidos por cronistas e cartas que nos oferecem indícios sobre os acontecimentos de 1822”. Aliás, nessa reunião, tanto Leopoldina como Bonifácio chegaram à conclusão de que ou se proclamava a independência ou voltaríamos a condição de simples colônia e não mais a de Reino Unido de Portugal, Algarves e Brasil.
Mas, “essa conclusão não tira da regência de Leopoldina sua enorme relevância, nem o protagonismo desempenhado pela jovem princesa naquela conjuntura política”. Pode-se, no entanto, afirmar que seus documentos enviados a seu marido, em viagem a São Paulo, foram suficientes para leva-lo ao famoso brado de “Independência ou morte”, que nos transformou num país livre.
Quanto a José Bonifácio de Andrade e Silva, foi um naturalista, estadista e poeta brasileiro, conhecido pelo epíteto de Patriarca da Independência por seu papel decisivo na Independência do Brasil. Em 11 de janeiro de 2018, foi declarado oficialmente Patrono da Independência do Brasil.
“Nomeado por D. Pedro, em 18 de janeiro de 1822, Ministro do Reino e dos Estrangeiros, José Bonifácio estabeleceu duas diretrizes para comandar sua política: declarar que as ordens das Cortes de Lisboa só seriam aceitas se acatadas por Dom Pedro, e o estreitamento dos laços com as demais províncias.
A firmeza com que Bonifácio conduziu essa política foi notável. A unidade territorial era um dos pontos centrais de sua preocupação. Para evitar a desintegração do país em várias pequenas repúblicas, como ocorrera na América Espanhola, a monarquia seria o fator chave da união. Bonifácio sugeriu que Dom Pedro viajasse o território brasileiro, visitasse São Paulo e Minas Gerais, para garantir a unidade no novo projeto”. (https://www.brasilparalelo.com.br/).
Percebendo a gravidade da situação, quando da reunião de 2 de setembro de 1822, no Paço Imperial, ele e Leopoldina enviaram toda a documentação para São Paulo, documentos importantes para a decisão de D. Pedro. Como a história registra, às margens do Ipiranga, quando a caravana, vinda de Santos, parou para um descanso, Pedro recebeu a correspondência do Rio de Janeiro. Após lê-la chegou à conclusão que não tinha mais tempo a perder e decretou a separação definitiva do Brasil de Portugal.
Portanto, seja você Bolsonaro ou Luís Inácio, deixem de lado as idiossincrasias, pois todos devem ir para as ruas no dia 7 de setembro, para as comemorações do bicentenário da nossa independência, uma data importantíssima na consolidação do Brasil como nação. Claro que se você for Bolsonaro, vá de vede e amarelo, as cores do nosso Brasil e cultuadas pelo nosso presidente. Se for lulista, vá de vermelho mesmo, já que o que importa é a sua presença num evento tão significativo para a nossa história.
Max Wolosker
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