A África está presente no começo da linha do tempo do café. Pesquisadores e especialistas no assunto afirmam que a bebida era consumida em algumas regiões desde o século 10 a.C. O local exato de sua origem é a Etiópia, antiga Abissínia. Com o passar do tempo, chegou ao Egito, dali ao mundo árabe, e em seguida, aos demais mundos. Mas, o café continua sendo motivo de orgulho para os habitantes da Etiópia.
Das montanhas de Kaffa, região próxima à fronteira com o Sudão, a bebida conquistou todos os continentes. Ainda assim, tanto na capital Adis Abeba, quanto nos povoados simples do interior, é oferecida aos visitantes em uma espécie de ritual.
O nome café não é originário da Kaffa, e sim da palavra árabe qahwa, que significa vinho. Por esse motivo, o café era conhecido como “vinho da Arábia” quando chegou à Europa. Um fato interessante é que em Kaffa, algumas pessoas têm o hábito de adicionar um pouco de manteiga clarificada ao seu café. Desta forma ele se torna mais denso nutricionalmente e agrega um sabor um pouco parecido com o chá da manteiga do Tibete.
Por tradições como essa é que o café é tão apaixonante. Das montanhas de Kaffa, a bebida ganhou o mundo. Mas continua sendo servido e absorvido na forma tradicional em lugares tão especiais como a Etiópia — o Berço do Café.
Diz a lenda…
Mas, a origem do café é também cercada de lendas e a mais conhecida é a de Kaldi, um pastor de cabras de Kaffa, na Etiópia, antiga Abissínia. Contam que ele pastoreava suas cabras em uma área montanhosa perto de um mosteiro, quando notou que elas se comportavam estranhamente: pulavam excitadas, baliam alto e trocavam as pernas.
Ao descobrir que a fonte da excitação era um pequeno arbusto com frutos vermelhos brilhantes, Kaldi experimentou as frutinhas e como as cabras, sentiu os mesmos efeitos. Colheu algumas delas, correu para casa, contou o ocorrido para a esposa, que o aconselhou a ir ao mosteiro local, compartilhar sua descoberta com os monges. Mas, Kaldi foi recebido com desconfiança.
No entanto, ao sentirem o aroma dos grãos, os monges deram uma segunda chance ao pastor. Depois de assados, os frutos foram esmagados para apagar as brasas e cobertos com água quente em um jarro para preservá-las. Foi quando todos os monges do mosteiro — inclusive os céticos —, atraídos pelo cheiro da bebida, se apressaram para experimentar a novidade. E se deliciaram…
E o café ganhou o mundo
Foi em 1616 que chegou o primeiro pé de café à Europa, mais precisamente na Holanda. Colocado em uma estufa, deu origem a novos pés, que foram levados para o Ceilão (atual Sri Lanka) e Java (Indonésia), colônias dos holandeses. Em 1706 os holandeses eram responsáveis pelo abastecimento de café de toda a Europa e a Indonésia tornara-se o primeiro grande produtor e exportador do grão.
Nessa mesma época começaram a surgir as casas de café nos EUA, e contam que foi em um deles, em Boston, que surgiram os pactos para a revolução que culminou com a independência americana em 1776. Como o chá era associado à coroa inglesa, os norte-americanos passaram a beber mais café e hoje são os maiores consumidores do mundo.
O aumento da demanda fez as lavouras se expandirem e no final do século 18 os cafezais também prosperavam na Jamaica, Cuba, Costa Rica, Venezuela, Colômbia, México. A chegada do café ao Brasil, em 1727, é atribuída ao sargento-mor, Francisco de Mello Palheta, que foi incumbido pelo governador do Maranhão e Grão Pará de ir até a Guiana Francesa e trazer uma muda do fruto, que se tornara um produto de alto valor comercial na época.
E o resto é história, conhecida por todos nós.
(Fontes: blog.clubecafe.net.br/etiopia/; www.graogourmet.com/blog/)
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