Neste feriado de Corpus Christi, 3 de junho, também se comemora o Dia Mundial da Bicicleta. A data foi criada em 12 de abril de 2018, pelas Nações Unidas, como um dia oficial de conscientização sobre os vários benefícios sociais de usar esse veículo não poluente para transporte e lazer.
Como lembra a historiadora Janaína Botelho em artigo publicado em A VOZ DA SERRA, apesar de antiga, a bicicleta já foi considerada item da modernidade. Inventada em 1839, a bike chegou a Nova Friburgo em fins daquele século 19, início do século 20. Quando circulavam pela cidade, era exigido dos ciclistas que usassem marcha moderada e lanterna acesa à noite, já que o uso ainda estava em adaptação e a população friburguense ainda não estava acostumada com a novidade.
A historiadora acrescenta que, nos fins de ano, vários eventos eram realizados na cidade. Corridas de bicicleta eram o ponto alto do verão friburguense e transformavam a Praça 15 de Novembro (atual Getúlio Vargas) no velódromo de Friburgo.
A paixão por bicicletas era tanta que em 9 de abril de 1899 foi criado o Bicyclette Club Friburguense, por Eduardo Salusse, de tradicional família da cidade, destinado a competições. Mas, o ciclismo favorecia diversas práticas, desde a diversão ao exercício físico, e relaxamento de corpo e mente.
Mesmo sendo consideradas um luxo na época, elas eram vistas nas ruas do município, na década de 1950. O tráfego de bicicletas era autorizado em uma das alamedas da Praça Getúlio Vargas, como mostra o registro da época: na foto ao lado, a jovem Layse Ventura Coutinho (1ª à dir.) acompanhada de duas amigas. Uma imagem que já não faz parte do cotidiano da cidade, infelizmente. Uma prova do quanto este meio de transporte estava inserido no cotidiano da cidade, confira neste outro flagrante da época.
As bicicletas já tiveram seus momentos de glória em Nova Friburgo, onde brilhavam como meio de transporte principal. Tudo mudou, desde então: as ruas andam engarrafadas, principalmente em horários de pico. É bom lembrar os tempos antigos, e a história das bicicletas estará sempre presente na memória dos friburguenses que viveram a época das corridas, da locomoção dos operários e classes populares, que enxergavam na bicicleta um sonho que até então era caro demais. Naquele tempo, os industriais alemães financiaram a compra do veículo para muitos de seus empregados.
Com a passagem do tempo, veio a modernização e a demolição de prédios históricos, a industrialização da cidade, o maior fluxo de carros. E a bicicleta ficou relegada a segundo plano como meio de transporte. Hoje relembramos não só momentos históricos da cidade, quando as bicicletas eram objetos de desejo, mas também as homenagens aos ciclistas do município.
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