Uma espécie rara de sapo pingo-de-ouro, que não era vista na natureza há um século, foi encontrada por pesquisadores na Área de Proteção Ambiental (APA) de Macaé de Cima, em Nova Friburgo. A espécie, Brachycephalus bufonoides, é endêmica da Mata Atlântica e havia sido descrita em 1920, mas nenhum outro exemplar foi encontrado desde então.
Para a surpresa dos pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) que o reencontraram, o sapinho apresenta uma população estável. Com o achado, os pesquisadores puderam atualizar a descrição da espécie e até captar pela primeira vez a sua vocalização, o canto que os machos emitem para atrair as fêmeas.
A bióloga da UFRJ Manuella Folly, que coordenou o estudo, explicou ao blog ambiental “O Eco” (https://www.oeco.org.br/) que a descoberta foi feita por acaso, enquanto a equipe estava em busca de outro sapinho em Macaé de Cima.
“A gente estava atrás de uma outra espécie de pingo-de-ouro. Após de mais de uma hora e meia de caminhada trilha acima, achamos vários pingos-de-ouro, mas não da espécie que estávamos procurando”, contou Manuella.
O artigo que atualiza e completa a descrição do Brachycephalus bufonoides foi publicado no periódico especializado Zootaxa nesta semana e é assinado por Manuella e outros pesquisadores da UFRJ e do Museu Nacional.
O Brachycephalus bufonoides faz parte do gênero Brachycephalus, que é composto por 36 espécies, todas elas endêmicas das regiões montanhosas da Mata Atlântica. A maioria delas apresenta essa coloração amarela que dá origem ao nome popular de sapo pingo-de-ouro. Com tamanho médio entre 14 e 16 milímetros, o bufonoides é até grandinho, comparado aos demais sapinhos do gênero.
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