O juiz Marcelo Alberto Chaves Villas, da 2ª Vara Criminal de Nova Friburgo, condenou na última terça-feira, 28, pelo menos 35 acusados de liderarem o tráfico de drogas no bairro Alto de Olaria. O processo foi um desdobramento da Operação Amálgama, coordenada pelo Ministério Público com apoio das polícias Civil e Militar, que investigam o tráfico de drogas naquele bairro.
As condenações variam de oito a 22 anos de reclusão pelos crimes de tráfico de drogas, porte ilegal de armas restritas, corrupção de menores e associação criminosa. Um dos condenados é Livaldo José da Silva, o “Coroa”, que, segundo as acusações, ocupa posição de hierarquia na facção criminosa Comando Vermelho – que atua no Estado do Rio de Janeiro - e que, mesmo preso desde 2011, continuaria emitindo ordens para comparsas em Nova Friburgo.
Na sentença, o juiz destacou que a condenação foi consequência de um minucioso trabalho de investigação policial, que provou que os réus possuíam grande poder bélico, demonstrado em constantes confrontos com a polícia, e uma estrutura bem organizada hierarquicamente por áreas, espécie e qualidade das drogas na região de Nova Friburgo. Todos os réus já estavam presos preventivamente e cumprirão a pena em regime inicialmente fechado.
Operação Amálgama
A “Operação Amálgama” foi um trabalho de inteligência coordenado pelo Ministério Público, com apoio das polícias Civil e Militar, que encadeou o cumprimento de diversos mandados de prisão preventiva, de busca e apreensão de drogas, de armamento pesado como fuzis, carregadores de pistolas e granadas e apetrechos para o tráfico, que fazem parte do acervo probatório presentes nos autos.
Ainda de acordo com a 2ª Vara Criminal de Nova Friburgo, em pouco tempo, mais precisamente em um período de dois anos (iniciados em 2017), “o Alto de Olaria se tornou um verdadeiro quartel general do Comando Vermelho no interior do Estado. O tráfico é fortemente armado e muito bem estruturado hierarquicamente: por áreas, espécie de droga e qualidade do entorpecente”.
Segundo as investigações demonstraram, existe um verdadeiro “poder paralelo” ao Estado, incrustrado no Alto de Olaria, com estruturação hierárquica e divisão de tarefas para o desenvolvimento do tráfico. As drogas vendidas no bairro são provenientes de outros pontos controlados pela facção criminosa Comando Vermelho, como nas cidades do Rio de Janeiro, Niterói e São Gonçalo.
Ainda de acordo com o magistrado, “dado o caráter público de uma sentença penal, não é demasiado explicitar que no Alto de Olaria o 11º BPM, já apreendeu, especificamente, nesses últimos dois anos, quase uma centena de pistolas de uso restrito em poder de traficantes, sendo que a maioria destas pistolas é da marcas: Glock, de fabricação austríaca, e Kanike, de fabricação turca. O que, espantosamente, somente releva uma amostra do poder bélico da aludida facção em todo o Estado do Rio de Janeiro”, afirmou o juiz Marcelo Alberto Chaves Villas.
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