Às 14h desta sexta-feira, 27, o mundo inteiro deve parar e, junto com o Papa Francisco, orar pelo fim da pandemia de coronavírus. Da sacada da Basílica de São Pedro, no Vaticano, diante de uma praça completamente vazia devido à quarentena, o Papa dará, excepcionalmente, a bênção Urbi et Orbi, quebrando um protocolo importante: a Urbi et Orbi normalmente só é dada no Natal, na Páscoa e ao ser anunciada a escolha de um novo Papa. Esta bênção especial tem o poder de conceder aos fiéis a chamada indulgência plenária (o perdão de todos os pecados).
A oração será trasmitida por vários canais de TV, sites e redes sociais. A hashtag #RezemosJuntos deverá ser usada para divulgar e unir ainda mais os cristãos no momento da oração.
“Convido todos a participarem espiritualmente através dos meios de comunicação. Ouviremos a Palavra de Deus, elevaremos a nossa súplica, adoraremos o Santíssimo Sacramento, com o qual, ao término, darei a Bênção Urbi et Orbi, à qual será unida a possibilidade de receber indulgência plenária", afirmou o Papa. E acrescentou: “Queremos responder à pandemia do vírus com a universalidade da oração, da compaixão, da ternura. Permaneçamos unidos. Façamos com que as pessoas mais sozinhas e em maiores provações sintam a nossa proximidade”.
Para o evento especial, o Crucifixo Milagroso, que fica exposto na Igreja de São Marcelo, foi levado para a Basílica de São Pedro. A peça religiosa é objeto de profunda veneração pelos católicos de Roma desde 1519, quando foi a única a restar intacta após um grande incêndio que destruiu completamente a igreja. Três anos depois, quando Roma enfrentava a peste negra, o Cristo milagroso foi levado, a pedido dos fiéis, do Convento dos Servos de Maria, na Via del Corso, até a Praça de São Pedro, em uma procissão que, parando em todos os bairros romanos, durou 16 dias. Quando o crucifixo foi devolvido à Igreja de São Marcelo, a praga desapareceu completamente da cidade. Desde aquela época, o Cristo milagroso é levado em procissão a São Pedro todo ano santo, a cada 50 anos.
O crucifixo tem gravado na parte de trás o nome de cada um dos Papas que presenciaram as procissões. O último nome gravado é o do Papa São João Paulo II, que abraçou o crucifixo durante o Dia do Perdão, durante o Jubileu de 2000.
O texto da bênção Urbi et Orbi (em latim):
Sancti Apostoli Petrus et Paulus: de quorum potestate et auctoritate confidimus ipsi intercedant pro nobis ad Dominum.
R/ Amen.
Precibus et meritis beatæ Mariae semper Virginis, beati Michaelis Archangeli, beati Ioannis Baptistæ, et sanctorum Apostolorum Petri et Pauli et omnium Sanctorum misereatur vestri omnipotens Deus; et dimissis omnibus peccatis vestris, perducat vos Iesus Christus ad vitam æternam.
R/ Amen.
Indulgentiam, absolutionem et remissionem omnium peccatorum vestrorum, spatium verae et fructuosae poenitentiæ, cor semper penitens, et emendationem vitae, gratiam et consolationem Sancti Spiritus; et finalem perseverantiam in bonis operibus tribuat vobis omnipotens et misericors Dominus.
R/ Amen.
Et benedictio Dei omnipotentis, Patris et Filii et Spiritus Sancti descendat super vos et maneat semper.
R/ Amen.
Tradução:
Que os Santos Apóstolos Pedro e Paulo, dos quais no poder e julgamento confiamos, estes intercedam por nós até o Senhor.
R / Amém.
Que por meio das orações e dos méritos da Santíssima Sempre-Virgem Maria, de São Miguel Arcanjo, de São João Batista, dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo e de todos os santos, o Deus omnipotente mostre compaixão à vós, e (quando) perdoados todos os vossos pecados, Jesus Cristo vos conduza à vida eterna.
R / Amém.
Que o Senhor Todo Poderoso e misericordioso vos conceda indulgência, absolvição, e remissão de todos os vossos pecados, espaço para um verdadeiro e frutuoso arrependimento, (mesmo) o coração arrependendo(-se) sempre, e a benção da vida, a graça, a consolação do Espírito Santo e perseverança final nas boas obras.
R / Amém.
E que a bênção de Deus Todo Poderoso, Pai e Filho e Espírito Santo desça sobre vós e permaneça sempre.
R / Amém.
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