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Elizabeth Souza Cruz

Elizabeth Souza Cruz

Surpresas de Viagem

A jornalista-poeta-escritora-trovadora-caçadora de cometas Elisabeth Sousa Cruz divide com os leitores, todas as terças, suas impressões a bordo do que ela carinhosamente chama de “Estação Caderno Light”, na coluna Surpresas de Viagem.

terça-feira, 27 de agosto de 2024

         O Caderno Z me lembrou uma crônica publicada em meu primeiro livro:- “Será que estamos aproveitando a vida ou a vida está se aproveitando de nós?”. A razão desse questionamento foi justamente repensar a correria dos dias, a intensidade dos afazeres e a falta de um elemento primordial – a contemplação. O “Z” abre o tema com uma afirmativa: “A vida perde o sentido quando o ser humano expulsa os elementos contemplativos de sua rotina”. Assim sendo, a pergunta vem da diretora global de marketing da S.I.N. Implant System Thaisa Passos: “Você já se sentiu culpado por não fazer nada?”. E ela acrescenta que “o tempo ocioso dá à mente a liberdade de vagar, fazer conexões inesperadas e tropeçar em ideias que você nunca teria descoberto de outras formas”. Parece que temos o vício de sempre fazer alguma coisa e o nada nos assusta. Uma vez falei: hoje não vou fazer coisa alguma; vou me deitar no sofá e nada mais. Sabem o que eu fiz? Repousei? – Não! Reformei o sofá! Aproveitei uma cortina de estampado suave, em bom estado, e não deixou de ser uma boa ideia. A tendência do nada é sempre dar origem a algo construtivo.  

         Para a saúde mental, o Caderno Z destaca a importância das férias como um regenerador, “não apenas um merecido repouso, mas contribuindo para o bem-estar psicológico e físico”. “Essa pausa temporária das demandas profissionais estimula a reflexão e a autodescoberta permitindo que o trabalhador retorne ao trabalho com uma perspectiva renovada e mais equilibrada”. Voltando ao texto de Thaisa, “os principais momentos de desfoque da mente ocorrem durante tarefas costumeiras que não demandam concentração total, como tomar banho, lavar  louça, arrumar a casa...”. Esses momentos são preciosos. A exemplo, eu passei a me harmonizar com os serviços domésticos, quando percebi que eles me  davam a oportunidade de pensar, e muitas das minhas produções literárias foram geradas durante as tarefas do lar.

         O ócio já foi visto como algo ruim, pois “cabeça vazia” era oficina dos maus pensamentos. Talvez os antigos dissessem isso, porque o trabalho, à época, devia ser mais produção e menos divagação. No livro “O Ócio Criativo”, de 1995, Domenico de Mase trouxe uma nova forma de organização de vida com o equilíbrio dos elementos: trabalho, estudo e lazer. Essa trilogia, embora defendida, ainda é sonho para muita gente. Até porque, em vias normais, conciliar os três elementos é um malabarismo para uma pequena parcela de equilibristas. Ouvia dizer, em minha infância: “enquanto descansa, carrega pedra”. Depois cresci e mudei minha visão para “enquanto descanso, carrego pedras preciosas nos meus pensamentos, porque pensar bem é a responsabilidade do ócio”. Até o nosso sono pode ser mais útil ainda se o devotarmos em função do bem-estar universal e essa prática é um simples procedimento de disposição mental.

         O Caderno Z nos deu um banho de renovação comportamental e se passarmos a nos presentear com momentos de meditação e a chance de, entre um e outro trabalho, uma pausa para contemplação, certamente, estaremos mais afinados com a harmonia de viver. Tudo em prol da saúde, pois, não sem razão, o Rotary Internacional lançou a campanha “Hepatite Zero”, a maior ação de testagem e detecção dessas doenças no mundo. A ação em Nova Friburgo já promoveu testes rápidos e gratuitos no Espaço Arp e o Rotary estende a ação para serviços de profilaxia e orientação em parceria com os governos locais e demais órgãos de assistência social. Outra ação importante é o projeto “De Olho no Futuro”, do Rotary Nova Friburgo, que desde 2003, promove a campanha com a Secretaria Municipal de Educação no sentido de garantir óculos necessários para alunos da rede municipal sem custos para as famílias.

         “A população brasileira começará a diminuir em 2042” – esse dado impactante vem do IBGE, segundo recentes projeções divulgadas. De acordo com o pesquisador, Marcio Minamiguchi, a queda de população tem relação com a redução da taxa de fecundidade da mulher brasileira. A charge de Silvério imprime a insatisfação da “dona cegonha”, de trouxa vazia, fazendo papel de trouxa. Tudo é reação em cadeia. Mas, e o Centro de Turismo? Que ofício dar a ele? – o de sempre: ser o Centro de Turismo, o carismático “CT” das juventudes. O centro das informações, dos folhetos divulgando as atrações, onde sempre havia alguém com simpatia e educação apuradas para receber os visitantes... De arquitetura romântica, das vidraças exibindo o lago no murmurejar das águas... Das bandeiras tremulando sob o céu azul. O centro das convenções a céu aberto, da Catedral, das festas de São João, dos eventos carnavalescos... Precisamos de segurança para assegurar que essa história persista! Segurança Presente, sim! Porém, tem que existir outro espaço capaz de acolher o projeto que, certamente, trará benefícios e mais turistas para o nosso histórico Centro de Turismo.  

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A jornalista-poeta-escritora-trovadora-caçadora de cometas Elisabeth Sousa Cruz divide com os leitores, todas as terças, suas impressões a bordo do que ela carinhosamente chama de “Estação Caderno Light”, na coluna Surpresas de Viagem.

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