Resolvendo seus conflitos de forma simples

César Vasconcelos de Souza

Cesar Vasconcellos de Souza

Saúde Mental e Você

O psiquiatra César Vasconcellos assina a coluna Saúde Mental e Você, publicada às quintas, dedicada a apresentar esclarecimentos sobre determinadas questões da saúde psíquica e sua relação no convívio entre outro indivíduos.

quinta-feira, 24 de março de 2022

Nossa mente tem uma área chamada inconsciente. Para ela são lançadas lembranças, sentimentos, ideias, desejos, positivos e negativos, agradáveis e desagradáveis. Todos os pensamentos e sentimentos que você viveu ao longo de sua infância em sua família de origem ficam armazenados nesse arquivo mental chamado inconsciente.

Não temos acesso ao conteúdo do inconsciente quando queremos, mas quando podemos, quando somos capazes de lidar conscientemente com os pensamentos e com os sentimentos que estavam lá quem sabe há tantos anos. Os sonhos são produzidos tanto em função de eventos vividos no dia anterior ou em torno dele, como por causa de histórias geralmente traumáticas de nosso passado. O que precisa sair do inconsciente para vir à consciência, mas que é impedido de chegar num nível consciente mental, pode sair em sonhos, ou através de algum sintoma físico ou emocional.

Muitos possuem sintomas físicos de origem no estresse mental. Chamamos isso de somatização, que é quando uma pessoa apresenta manifestações no corpo sem ter uma doença específica. O corpo sempre atua junto com a mente, um tentando ajudar o outro. Se você tem traumas emocionais importantes do passado ou do presente que realmente feriram, é possível na vida adulta ter sintomas físicos de origem emocional e/ou sintomas psicológicos como vontade de chorar, ansiedade excessiva, medos irracionais, tristeza contínua, entre outros.

Muitas crianças são vítimas de abusos na família de origem. Às vezes é um pai agressivo fisicamente, outras vezes é uma mãe autoritária que deprecia os filhos. Estas feridas emocionais são produzidas na infância e a pessoa pode, na vida adulta, ter alguma desordem emocional, complicações de comportamento, seja, por exemplo, uma timidez excessiva, ou o oposto, agressividade social.

Na vida adulta a pessoa com sofrimentos psicológicos que prejudicam o seu desempenho no trabalho, nos estudos e nos relacionamentos em geral, pode encontrar alívio quando, primeiro de tudo, procura fazer uma análise pessoal pensando no que sofreu no passado e o que veio fazendo com o sofrimento. Guardou ressentimentos? Não conseguiu ainda perdoar as pessoas que o feriram lá atrás? Repete no presente atitudes que detestava e jurava não praticá-las? Tem dificuldade para chorar? Chora com facilidade meio sem saber a razão? Ficou com alguma fobia? Se sente depressivo a maior parte do tempo? Tem muita ansiedade? Vive brigando com os outros?

Falar de sua dor emocional pode aliviar. Procure pensar no que o incomoda mais em sua mente. Medo? Ansiedade? Tristeza? Irritação? Fale disso para alguém confiável e ético, que não irá tirar proveito de você, e manterá sigilo. Coloque suas dificuldades em oração sincera ao Criador do Universo, usando suas próprias palavras, crendo que Ele ouve seu desabafo, e persevere nisso. Muitas pessoas conseguem alívio e discernimento do seu problema emocional através da oração. Cientistas estão estudando isso.

Ao desabafar com Deus e com alguém capaz de ajudar, que não tem que ser necessariamente um profissional em psicologia, você pode melhorar. Se seus sintomas forem muito limitantes, por exemplo, impedindo de estudar, de trabalhar, de se relacionar bem com a maioria das pessoas, então considere ser avaliado por um profissional.

Mas comece com algo simples, como desabafar. E pense: Preciso pedir perdão a alguém? Peça. Preciso acabar com ressentimentos? Perdoe quem machucou você. Preciso me tratar melhor e parar com pensamentos de autodesvalor, autodepreciação? Faça isso. Estas atitudes vão promovendo a cura que você precisa.

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O psiquiatra César Vasconcellos assina a coluna Saúde Mental e Você, publicada às quintas, dedicada a apresentar esclarecimentos sobre determinadas questões da saúde psíquica e sua relação no convívio entre outro indivíduos.

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