Reserva Cognitiva: como proteger seu cérebro

César Vasconcelos de Souza

Cesar Vasconcellos de Souza

Saúde Mental e Você

O psiquiatra César Vasconcellos assina a coluna Saúde Mental e Você, publicada às quintas, dedicada a apresentar esclarecimentos sobre determinadas questões da saúde psíquica e sua relação no convívio entre outro indivíduos.

quarta-feira, 06 de dezembro de 2023

Recebo toda semana por e-mail o “Harvard Health Bit”, um boletim da Faculdade de Medicina de Harvard. Semana passada veio o assunto sobre Reserva Cognitiva, que tem que ver com a saúde do cérebro.

Reserva cognitiva se relaciona com a habilidade de seu cérebro improvisar e encontrar alternativas para realizar uma tarefa. Explica o boletim: “Reflete o quão ágil é o seu cérebro em adquirir habilidades e capacidades para resolver problemas e lidar com desafios. A reserva cognitiva é desenvolvida por uma vida inteira de educação e curiosidade [buscar novos conhecimentos].”

No final da década de 1980 pesquisadores estudaram e descreveram pessoas sem sintomas aparentes de demência, mas que, apesar disso, foi verificado na autópsia delas alterações cerebrais típicas das encontradas em indivíduos com Doença de Alzheimer avançada. Elas não tinham sintomas da doença quando estavam vivas porque possuíam uma reserva cognitiva grande que era suficiente para compensar os danos cerebrais produzidos por esta doença e continuavam a funcionar normalmente.

A partir daí fizeram mais estudos sobre isso e, segundo o boletim da Harvard, “foi verificado que as pessoas com maior reserva cognitiva eram mais capazes de evitar sintomas de alterações cerebrais degenerativas associadas à demência ou outras doenças cerebrais, como doença de Parkinson, esclerose múltipla ou acidente vascular cerebral.”

Uma reserva cognitiva mais robusta também pode ajudar você a funcionar melhor por mais tempo se estiver exposto a eventos inesperados da vida, como alguns eventos complicados ligados ao estresse, cirurgia por uma doença inesperada ou acidente ou toxinas no ambiente. Estas situações e outras que produzem importante estresse emocional, exigem um esforço extra do seu cérebro.

Os autores do boletim da Faculdade de Medicina da Universidade de Harvard comentam que o principal para a saúde do nosso cérebro depende principalmente de mudanças em nosso estilo de vida. E alguns pesquisadores desta universidade identificaram seis pontos básicos para ajudar a construir boa reserva cognitiva: 1 - Adotar uma dieta vegetariana; 2 - Praticar exercícios físicos regularmente; 3 - Dormir o suficiente; 4 - Administrar seu estresse; 5 - Nutrir contatos sociais e 6 - Continuar a desafiar seu cérebro (estudos, boa leitura, etc).

É explicado que estes fatores de estilo de vida não funcionam bem se praticados de forma isolada, por exemplo, praticar atividades físicas, mas viver isolado socialmente e comer besteira, ou se tornar vegetariano, mas permanecer uma pessoa explosiva sem controle emocional.

Funciona melhor para seu corpo e cérebro praticar todos estes fatores ao mesmo tempo em seu estilo de vida. Explica a equipe de Harvard: “Simplesmente comer mais fibras ou adicionar uma caminhada matinal à sua rotina não é suficiente para prevenir o declínio mental. Em vez disso, exercícios, dieta, sono, controle do estresse, interação social e estimulação mental trabalham em conjunto para produzir resultados.”

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Cesar Vasconcellos de Souza – www.doutorcesar.com

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O psiquiatra César Vasconcellos assina a coluna Saúde Mental e Você, publicada às quintas, dedicada a apresentar esclarecimentos sobre determinadas questões da saúde psíquica e sua relação no convívio entre outro indivíduos.

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