Por que a depressão aumenta no mundo?

César Vasconcelos de Souza

Cesar Vasconcellos de Souza

Saúde Mental e Você

O psiquiatra César Vasconcellos assina a coluna Saúde Mental e Você, publicada às quintas, dedicada a apresentar esclarecimentos sobre determinadas questões da saúde psíquica e sua relação no convívio entre outro indivíduos.

quinta-feira, 29 de agosto de 2024

A Organização Mundial da Saúde (OMS) prevê que em 2030 a depressão deverá se tornar a doença número 1 no mundo. O mundo está entristecendo. Os medicamentos antidepressivos não estão resolvendo tudo e não é de se esperar que eles façam isso porque as causas desse entristecer mundial se deve a muitos fatores, alguns complexos.

Causas do avanço da depressão no mundo incluem: erros alimentares com consumo excessivo de gordura de origem animal, álcool, alimentos super processados, que prejudicam o cérebro; desnutrição; sedentarismo (falta de atividades físicas aeróbicas); deficiência de exposição à luz solar; privação do sono; isolamento social; conflitos na família de origem e na atual; violência social; corrupção em todos os níveis dos poderes sociais e políticos; pressão de ideologias que destroem o conceito saudável de família e de gênero, ideologias essas sem base científica, mas que afetam a estabilidade emocional especialmente das crianças; ganância material; competição cruel no mercado de trabalho apoiada por sociedades secretas; uso de outras drogas que afetam negativamente o cérebro sem ser bebidas alcoólicas, conflitos conjugais difíceis; vida nas grandes cidades poluídas em vários sentidos, falta de espiritualidade com apego ao materialismo, perdas difíceis como o divórcio, mortes precoces por violência e acidentes fatais muitos dos quais por imprudência e consumo alcoólico, entre outros.

Nos Estados Unidos, segundo a pesquisa Gallup, a depressão aumentou de 10,8% em 2015 para 17,8% em 2023. Uma em cada três mulheres (36,7%) relataram terem sido diagnosticadas com depressão em algum ponto de suas vidas, comparado com 20,4% entre os homens. Entre pessoas de 18 a 29 anos de idade 34,3% e entre 30 a 44 anos de idade 34,9% relataram ter tido depressão em algum momento.

No mundo todo quatro em cada dez adultos sofrem de depressão. Antes da covid-19 a depressão havia aumentado levemente, mas com a pandemia disparou o número de pessoas deprimidas. A causa foi isolamento social, solidão, medo da infecção, tensão pela possibilidade de perda do emprego, exaustão física especialmente nos que atuavam na frente da batalha, internação ou morte de familiar pela covid-19, aumento do abuso de substâncias como bebidas alcoólicas e outras drogas.

Se olharmos as principais causas da depressão como as citadas acima, podemos pensar nos passos que podem ser dados para reduzir ou eliminar as fontes que a produzem. Mas quem quer fazer isso? Querer tratar depressão só com medicação e manter as outras causas familiares e sociais doentias sem solução, não resolve.

Atitudes que favorecem o tratamento e prevenção da depressão incluem os adultos de uma família, pai e mãe, cuidarem de si sua saúde e a de seus filhos com prioridade. Isto envolve a vida emocional dessa família, a espiritualidade de todos, cuidados físicos com boa alimentação e prática de atividades físicas, eliminação do álcool e tabagismo, lutando contra a fissura pelo ganho material.

Cultivar a afetividade na família, com manifestações de carinho, atenção entre o casal e com os filhos, combinados com disciplina não rígida, mas firme, para com as crianças, e desenvolvimento de uma espiritualidade saudável, não fanática, são a base para fortalecer o emocional dos pais e dos filhos para prevenir entrar num estado depressivo no presente e no futuro.

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Cesar Vasconcellos de Souza – www.doutorcesar.com

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