Perdi o amor, e agora?

César Vasconcelos de Souza

Cesar Vasconcellos de Souza

Saúde Mental e Você

O psiquiatra César Vasconcellos assina a coluna Saúde Mental e Você, publicada às quintas, dedicada a apresentar esclarecimentos sobre determinadas questões da saúde psíquica e sua relação no convívio entre outro indivíduos.

quarta-feira, 22 de junho de 2022

Li um artigo interessante de uma escritora freelancer sobre saúde, psicologia e relacionamentos com o título “Então, você não está mais atraído pelo seu parceiro. E agora?” Vejamos algumas ideias dela e algumas minhas sobre esse tema.

No namoro e noivado é mais fácil você se sentir atraído ou atraída pelo seu parceiro (a). Quando a paixão está na cabeça, existe vontade de estar junto, conversar, compartilhar experiências, sentimentos, ideias. Porém, na medida em que o relacionamento se aprofunda e segue no tempo, e ambos se casam, surge uma rotina e cada um quer ficar na sua zona de conforto emocional. Este tipo de fenômeno é muito comum numa maioria dos casais casados.

Para alguns casais a perda da atração pode ser algo só físico. Mas para outros esta perda atinge algo mais profundo no relacionamento. Daí, para tentar resolver isso comece pensando no que acontecia quando você conheceu seu parceiro, sua parceira pela primeira vez. Provavelmente você sentiu uma atração física e junto disso estava o mistério de conhecer alguém novo. Você imaginou como aquela pessoa seria e tinha interesse em se tornar alguém atraente para ela.

Quando o relacionamento se tornou de longo prazo, o interesse pode ter mudado no sentido de você não mais ficar tão preocupado com o que o outro pensaria de você. Neste caso, você foi deixando de fazer esforços para manter o relacionamento agradável. Possivelmente você foi parando de compartilhar mais experiências novas emocionantes. Isto produziu uma estagnação gerando tédio entre ambos.

Quando surge um primeiro filho aí é que a atração pelo cônjuge pode parecer mais difícil de existir porque vem o sono, o cansaço no cuidado da criança, surgem novas responsabilidades e a vida pode ficar mais corrida. Os filhos também contribuem para roubar a atenção do cônjuge, o que é comum nos casamentos. Porém, é possível recuperar a atração afetiva pelo cônjuge. Veja cinco passos que terapeutas de casais recomendam:

1 - Descubra o por quê – o que fez com que a chama do desejo se apagasse? Será que foi quando vieram os filhos e seu cônjuge começou a priorizá-los em vez de você? Se sente ressentido porque ele/ela deixou de cuidar da aparência? Você tinha imaginado que ele/ela seria um tipo de pessoa e na convivência descobriu ser bem diferente? Houve brigas em que o outro feriu você de forma muito dolorosa o que contribuiu para o afastamento?

2 - Tome a iniciativa – o mais comum é um cônjuge culpar seu companheiro ou companheira de ter causado o afastamento do casal. Mas é importante refletir sobre como você contribuiu para o problema. Não existe casamento em que o problema do casal seja só de um. Se você está se sentindo ressentido por seu parceiro não atender às suas necessidades, você já falou sobre o que quer? O amor não é uma bola mágica que faz o outro saber o que você deseja sem você precisar falar. Fale do que sente falta, mas fale de uma forma não agressiva.

3 - Tente resolver o problema de forma atenciosa – isto significa fazer a sua parte. Mas o diálogo é importante, porque tem coisas que não se resolvem sem uma conversa. Se prepare para a conversa. Se você tem dificuldade de falar, é bom anotar num papel os itens que quer conversar. Ao ter o diálogo, seja honesto e respeitoso. Fale de como você se sente com o que o outro faz e que não lhe agrada.

4 - Faça um plano – após o diálogo monte uma estratégia para os próximos dias e semanas para atuarem juntos a fim de buscarem o interesse mútuo novamente. Pode ser cozinharem juntos, fazer um passeio agradável, irem a um novo restaurante. Ajudará ter momentos de conversa só sobre os dois, em vez de falar de filhos, negócios, trabalho.

5 - Considere ajuda externa – se você tentou o que sabia e podia e não está funcionando, então pense em procurar ajuda com um conselheiro matrimonial de experiência, um terapeuta de casais para ter algumas consultas de orientação.

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