O que fazer com minha ansiedade excessiva?

César Vasconcelos de Souza

Cesar Vasconcellos de Souza

Saúde Mental e Você

O psiquiatra César Vasconcellos assina a coluna Saúde Mental e Você, publicada às quintas, dedicada a apresentar esclarecimentos sobre determinadas questões da saúde psíquica e sua relação no convívio entre outro indivíduos.

quarta-feira, 20 de setembro de 2023

Quando alguém com ansiedade excessiva, seja fobia, crise de pânico, ansiedade generalizada ou outra, se submete a tratamento psicológico, aprende que o que é mais assustador para ela é o que ela precisa enfrentar. Muitos medos são vencidos enfrentando-os. A pessoa muito ansiosa pode ser ajudada ao pensar que não importa o quanto a ela se preocupa. Algumas coisas irão dar errado, algumas emoções serão desagradáveis e alguns problemas não poderão ser resolvidos. Quanto melhor e mais cedo aceitar isso, menos ansiedade surgirá.

Preocupação excessiva produz ansiedade, e ansiedade conduz a pessoa para evitar o que ela precisaria enfrentar, e a leva a continuar com pensamentos negativos e condutas sofridas. Ansiosos podem ter intolerância para com a incerteza. Por isso, quanto mais uma pessoa for controladora, mais provável é que seja incomodada por preocupações que produzem muita ansiedade.

Michel J. Dugas é professor e diretor do Laboratório de Transtornos da Ansiedade do Departamento de Psicologia da Universidade Concórdia no Canadá e na técnica dele para o tratamento de transtornos de ansiedade existem fatores a seres trabalhados: 1 - Reconhecer a intolerância para com a incerteza; 2 - Reavaliar a utilidade da preocupação; 3 - Treinamento de solução de problemas, definindo o problema, criando metas para enfrentá-los, pensando nas alternativas, tomada de decisão e prática de soluções; 4 - Exposição com imagens do que produz ansiedade.

Preocupações inúteis travam a vida da pessoa. Se você compreende que sua preocupação com algo é inútil, não permita que este tipo de preocupação te prenda não a alimentando, questionando-a e a enfrentando.

Hábitos que ajudam a lidar com a preocupação: 1 - Identificar a preocupação que é produtiva e a que é improdutiva; 2 - Aceitar a realidade e se comprometer a mudar; 3 - Desafiar o pensamento olhando para o que no fundo produz a ameaça; 4 - Chegar a um acordo com o fracasso; 5 - Usar as emoções em vez de se preocupar com elas.

Algumas pessoas pensam que precisam ter que parar de se preocupar, e se estressam por “se preocupar com a sua preocupação”. Muitas crianças se tornam muito preocupadas porque seus pais também são muito preocupados, muito ansiosos, superprotetores, que enfatizam a vergonha e não elogiam o filho quando ele consegue vencer algo difícil para aquela criança.

Muitos adultos ansiosos tiveram problemas de apego na infância. Crianças que não experimentaram segurança, seja por negligência, abusos e falta de proteção, têm propensão a desenvolverem apegos inseguros, se tornando evitantes, com dificuldade de formar relações afetivas próximas, ou ansiosas que exigem muito contato e cuidado.

Pensar no que você pensa, melhora a autoconsciência o que por sua vez auxilia no combate à ansiedade excessiva. Pensando no que você pensa, ajuda a perceber que você pode ter pensamentos distorcidos, como a tendência de pensar em catástrofes, achar que estão todos contra sua pessoa, entre outros tipos de distorção de pensamento.

Pessoas muito preocupadas têm necessidade exagerada em controlar resultados, já que ligam o fracasso ao valor de quem elas são. Um fracasso não quer dizer que você não é uma pessoa de valor. Seu valor como pessoa não pode estar no que você faz, no que tem materialmente e nem no que as pessoas dizem de você. Seu valor é baseado no que o Deus Criador do Universo pensa de sua pessoa. E nosso valor como seres humanos é tão grande diante de Deus que Ele decidiu morrer em nosso lugar para termos vida eterna.

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Cesar Vasconcellos de Souza – www.doutorcesar.com

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O psiquiatra César Vasconcellos assina a coluna Saúde Mental e Você, publicada às quintas, dedicada a apresentar esclarecimentos sobre determinadas questões da saúde psíquica e sua relação no convívio entre outro indivíduos.

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