Eu seria feliz se ...

César Vasconcelos de Souza

Cesar Vasconcellos de Souza

Saúde Mental e Você

O psiquiatra César Vasconcellos assina a coluna Saúde Mental e Você, publicada às quintas, dedicada a apresentar esclarecimentos sobre determinadas questões da saúde psíquica e sua relação no convívio entre outro indivíduos.

quinta-feira, 19 de setembro de 2024

Pare uns minutos e pense como você preenche ou completa essa frase: “Eu seria feliz se ...”. É melhor e mais importante escrever porque escrever nos ajuda a pensar melhor. Pode ter melhor resultado ainda escrever à mão numa folha de papel do que num aparelho eletrônico, como computador, celular ou tablet. Você pode colocar mais de uma coisa como resposta. Fazendo esta dinâmica a sós pode revelar coisas importantes para sua caminhada nessa vida.

O comum é pensarmos que seríamos mais felizes se um parente mudasse de conduta, ou se ficássemos ricos materialmente, se seu chefe, seu colaborador na empresa, se o governo, modificassem a conduta para chegar no nosso desejo.

Depois que você escrever completando a frase “Eu seria feliz se...” colocando vários itens, se desejar, pense no seguinte: “Do que escrevi, o que está sob meu controle e o que não está?” Por exemplo, vamos supor que você tenha colocado uma frase assim: “Eu seria mais feliz se o presidente do país tomasse a decisão de (fazer algo que você acha que seria bom para o povo).” Agora pense se isso (as decisões do presidente da República) estão ao seu alcance ou não?

Outro exemplo: se você colocou que seria mais feliz se seu parente adulto mudasse o jeito autoritário dele ser, pense: “Tenho controle sobre o comportamento dele/dela?”. Mais um exemplo: se você escreveu que se sentiria mais feliz se perdesse peso para tentar chegar no peso normal para seu biotipo, isso está ao seu alcance ou não?

Ao começar a pensar sobre o que você escreveu que o faria mais feliz, separe o que depende de atitude sua do que você é impotente para fazer ou mudar. Pense que em relação àquilo que você é impotente para mudar, a solução é aceitar essa impotência. Somos impotentes sobre um monte de coisas na vida, sobre pessoas, lugares, atitudes políticas que afetam nosso bolo, nossa paz, o senso de justiça. Realmente é doloroso pensar que o mal parece controlar os poderes que governam esse mundo. Mas alivia nossa dor e nos dá esperança pensar que o bem é soberano e que, ao final, em breve, ele vencerá.

Querer controlar o incontrolável nos estressa. Por outro lado, abrindo mão da tentativa de controlar aquilo diante do qual somos impotentes produz serenidade. Se você e eu nos rendemos ao bem e aceitamos a existência temporária do mal, e seguimos no caminho da virtude na força espiritual que podemos receber de cima, podemos ter paz interior e isso faz parte da sensação de felicidade.

Existem muitos aspectos de nossa vida que precisamos aceitar porque não podemos mudar. Aceitar essa realidade, em vez de revoltar-se contra ela, diminui a tensão mental, a ansiedade e a tristeza.

Pense e peça ajuda a Deus para Ele o ajudar a desmontar uma possível ideia que pode existir em sua cabeça de que para você ser feliz tem que ter isso ou aquilo que está fora do seu controle. E também peça ajuda e forças para lutar por aquilo que está sob sua responsabilidade e alcance.

Talvez a conhecida Oração da Serenidade possa ajudar. Uma versão dela diz assim: “Deus, concedei-me a serenidade necessária para aceitar as coisas que não posso mudar; coragem para mudar as que posso, e sabedoria para distinguir a diferença entre as que posso mudar e as que não posso.”

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Cesar Vasconcellos de Souza – www.doutorcesar.com

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O psiquiatra César Vasconcellos assina a coluna Saúde Mental e Você, publicada às quintas, dedicada a apresentar esclarecimentos sobre determinadas questões da saúde psíquica e sua relação no convívio entre outro indivíduos.

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