Maio não é o mês das noivas

Wanderson Nogueira

Observatório

Jornalista, cronista, comentarista esportivo, já foi vereador e deputado. Ufa! Com um currículo louvável, o vascaíno Wanderson Nogueira atua com garra no time de A VOZ DA SERRA em Observatório, sua coluna às terças e quintas.

quarta-feira, 16 de agosto de 2023

Em Nova Friburgo, maio não é o mês das noivas. Considerado o mês delas, por tradição católica, entre outros fatores históricos, maio não tem sido o mês preferido para o matrimônio. Segundo dados cartoriais, neste ano, o quinto mês do ano está com a 2ª posição, com 87 uniões. Junho é o campeão, por enquanto, com 100 matrimônios. No ano passado, maio ficou com a inglória 8ª posição. As pessoas se casaram mais no segundo semestre. 


Meses mais disputados

Novembro e setembro têm sido os meses preferidos pelos noivos. Acredita-se que por ser primavera, os meses oferecem mais frescor e o fator climático colabora com eventos ao ar livre. Dos 1.031 casamentos feitos no ano passado, 112 foram em novembro e 110 em setembro. Maio registrou apenas 77 casamentos. Fevereiro foi o mês com menor procura no ano passado: 60. Mas em 2023 foi diferente. Fevereiro teve 80 casamentos, perdendo apenas para junho e maio e empatando com julho.


Segundo semestre

Até agora, Nova Friburgo registrou 581 casamentos, neste ano. Como no segundo semestre há tendência de alta, é possível que 2023 supere 2022. As pessoas se casaram menos no ano passado na comparação com 2021 quando foram realizadas 1.117 uniões, 86 a mais do que em 2022. Ou seja, mesmo com o ápice da pandemia da Covid-19, as pessoas se casaram mais, ainda que com restrições para cerimônias. Em 2020, início da pandemia, foram 912 registros cartoriais de casamento. Em 2019, antes da pandemia, foram 1.182 casamentos.      

 

Mesmo sem pandemia, mortes em alta

Mesmo com o fim da pandemia, Nova Friburgo continua com número de mortes acima da média registrada antes do início da Covid-19, em 2020. Aliás, em 2022, primeiro ano de recuo da pandemia, o número de óbitos registrados no município foi maior do que o de 2020. Foram 1.869 mortes ante 1.848 de 2020. O ano de 2022 fechou como a 3ª pior marca da história, sendo superada apenas por 2021 (ápice da pandemia) com 2.319 óbitos registrados e as 1.876 mortes registradas em 2011 (ano da tragédia climática).


Mortes acima da média

A média de mortes em Nova Friburgo, excetuando 2011 e 2020/2021 é de 1.502 por ano. Se 2022 ficou acima da média, mesmo sem o número acentuado de mortes pela Covid, 2023 segue a tendência de alta. Até o último dia de julho, os registros cartoriais apontavam 1.054 mortes no município. No mesmo período de 2022, tinham sido registrados 1.129 óbitos. 


Números seguem elevados

Mantendo-se a média de 150,57 óbitos/mês, há uma tendência de que 2023 feche com algo em torno de 1.810 mortes, sendo a 5ª pior da história. Se o número de mortes tem aumentado no município, o número de nascimentos teve queda até o ano passado, mas deve retomar o crescimento. No ano passado foram 1.932 novos friburguenses. Em 2023, até o último dia 15, os cartórios registraram 1.330 nascimentos. 

 

Mais nascimentos

Com base nos dados cartoriais, em média, nasceram, por mês, 179 friburguenses. Mantendo-se a trajetória, o ano deve fechar em torno de 2.160 nascimentos, superando, portanto, o ano passado e retomando a casa de acima de dois mil como antes da pandemia. Maio foi o mês, até agora, com maior chegada de bebês: 214. Janeiro ficou na sequência com 200. Já fevereiro foi o com menor número de nascimentos (132), seguido de abril (144). 


Pais ausentes aumenta

Dado a se observar é o número de registros de nascimentos sem pai declarado, o chamado de pai ausente. Neste ano, 59 nascidos foram registrados apenas pela mãe. Em todo o ano de 2022, foram 66 pais ausentes. Ou seja, faltando cinco meses para terminar 2023 está próximo de superar o ano passado inteiro. Ainda que o número represente menos de 5% do total de registros de nascimentos, é algo a se destacar.   


Vira-latas

Os "vira-latas", animais sem raça definida, são maioria nos lares brasileiros — representando 40% de todos os cães e 98% de todos os gatos. O levantamento foi realizado com base no banco de dados da plataforma PetCenso. Ainda entre os cachorros, são comuns também os Shih Tzus (12%), Yorkshire Terriers (5%) e Spitz Alemães (4%). Os tutores nacionais ainda preferem cães machos e gatas fêmeas: 51,2% dos cachorros declarados na plataforma são machos, enquanto 48,8% são fêmeas. Já no caso dos gatos, 46,8% são machos e 53,2% são fêmeas.

 

Cidades sustentáveis

Nova Friburgo atingiu a sua pior nota no Índice das Cidades Sustentáveis (53,47), criado em 2015 e analisado anualmente, com foco nos 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU. Complementando as informações trazidas pela coluna na semana passada, Nova Friburgo teve piora em dez dos ODS e ficou estagnada em 4, ou seja, não cresceu, nem caiu. Só apresentou melhora em 3 objetivos: Água Potável e Saneamento; Vida Terrestre e Parcerias e Meios de Implementação, ainda que nos dois últimos, a pontuação ainda seja considerada muito baixa. 


Nota por objetivo

Em cada ODS analisado há uma série de segmentações que dão a pontuação final a partir de dados atualizados, extraídos de plataformas oficiais, como o DataSUS, por exemplo. Confira na tabela a pontuação obtida neste ano por ODS. A seta para cima significa melhora, a seta reta significa estagnação e para baixo - piora com relação aos anos anteriores. Lembrando que a pontuação vai de zero a 100, onde zero é o mínimo e 100 o máximo.

1 - Erradicação da Pobreza - 56,77 (↓) 

2 - Fome Zero - 45,82 (↓)

3 - Saúde e Bem-estar - 63,83 (↓) 

4 - Educação de Qualidade - 46,23 (↓)

5 - Igualdade de Gênero - 35,80 (→)

6 - Água Potável e Saneamento - 86,98 (↑)

7 - Energia Limpa e Acessível - 82,98 (→)

8 - Trabalho Decente e Crescimento Econômico - 64,08 (↓)

9 - Indústria, Inovação e Infraestrutura - 7,85 (↓)

10 - Redução das Desigualdades - 60,53(→)

11 - Cidades e Comunidades Sustentáveis - 57,36 (↓)

12 - Consumo e Produção Responsáveis - 37,00 (↓)

13 - Ação Contra a Mudança Global do Clima - 89,16 (↓)

14 - Vida na Água - 82,81 (→)

15 - Vida Terrestre - 32,08 (↑)

16 - Paz, Justiça e Instituições Eficazes - 38,92 (↓)

17 - Parcerias e Meios de Implementação - 20,75 (↑)


Restauro ao original

O Nova Friburgo Country Clube está restaurando o famoso quiosque do lago superior, onde funcionava o moinho. A equipe de restauro iniciou uma pesquisa em busca das antigas características da construção e agora está em processo de resgate dos elementos que estiveram soterrados por mais de 70 anos. Este moinho tinha os tijolos aparentes, fazendo alusão a uma pequena torre medieval e remetendo, possivelmente, às origens da família Clemente Pinto e sua relação com as terras portuguesas. 


Pesquisa apurada

Originalmente um moinho de fubá, o pequeno edifício também se configura como um folly (do inglês) ou uma fabrique de jardin (em francês) - típico elemento decorativo dos jardins românticos. O moinho foi desativado em meados do século 20, quando sofreu um incêndio. Na época, a construção já tinha sido revestida por argamassa, coberta de sane e contornada por uma varanda de madeira. Depois do acidente, o edifício só foi recuperado na década de 1980 por Claudio Piragibe, que optou por manter a estrutura octogonal rebocada de branco e coberta com chapas metálicas. Com a finalização dos trabalhos, o monumento pretende ficar o mais próximo do que foi concebido há mais de 100 anos.  

 

Vilage

A atual tetracampeã do carnaval friburguense retoma neste domingo, 20, a disputa de samba-enredo para o seu desfile do ano que vem. Mais um samba será eliminado e apenas cinco seguirão para as semifinais, quando mais duas composições serão cortadas, restando apenas três na grande final, programada para 2 de setembro.

 

Palavreando

“Entre na única vida que te pertence. A sua mesma. Todas as outras, até as imprestáveis, apenas se emprestam a você por alguns momentos. Três minutos ou menos se for esquete. Comédia ou drama. Musical? Quantos atos? Haverá intervalo. Quanto tempo dura uma transa? Em transe. Perguntas não importam”.

Trecho da crônica que será publicada na íntegra na edição deste fim de semana do Caderno Z, o suplemento semanal de A VOZ DA SERRA.

Foto da galeria
#OMELHORFRIODORIO Suas árvores no seu céu com seu luar: será possível captar?
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