Fim de uma era

Wanderson Nogueira

Observatório

Jornalista, cronista, comentarista esportivo, já foi vereador e deputado. Ufa! Com um currículo louvável, o vascaíno Wanderson Nogueira atua com garra no time de A VOZ DA SERRA em Observatório, sua coluna às terças e quintas.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2022

Fim de uma era
Uma das lojas mais tradicionais da Alberto Braune está encerrando as suas atividades. Com 40 anos de mercado, a Renver, uma das lojas de moda masculina mais procurada da cidade e região, fechará as portas. Antes, no entanto, está com a queima de seu grande estoque de roupas e acessórios a preço de custo. Os preços atrativos têm atraído centenas de seus clientes de longa data.

Loja histórica
A previsão é de que em abril todas as atividades sejam encerradas. Importante salientar, que apenas a loja da esquina com a Augusto Cardoso (a maior) deixará de existir. A outra loja, próxima à esquina da Fernando Bizzoto, seguirá aberta. Ainda não há definição de qual empreendimento se instalará no imóvel que será desocupado pela Renver. Que não seja mais uma farmácia!

Mudanças de mercado
A Renver já teve outras lojas e agora passará a ter apenas uma. Fruto de uma sociedade entre três empresários, ao longo do tempo as parcerias foram sendo desfeitas e a loja sobrevivente ficará apenas com um dos sócios. As mudanças de mercado, a cultura de compras na internet, entre outras mudanças de comportamento influenciam diretamente o comércio local.

Nostalgia e identidade
Por muitos anos e até hoje, a Renver é procurada para eventos variados, de casamentos a formaturas. Pastores, políticos, advogados, têm longa história com a loja que, por anos e anos, manteve crediário próprio, anotando na ficha, à mão, as compras parceladas. Funcionários de décadas de casa comprovam o bom ambiente e por vezes, fizeram às vezes de consultor aos compradores. Certamente, o fechamento da loja principal mexe com o coração e a identidade da cidade.            

Campeã de embriaguez no trânsito
Os municípios da Região Serrana foram os campeões dos flagrantes da operação Lei Seca com 1/4 de todo o Estado do RJ — 26% dos 19.952 mil motoristas dirigiam alcoolizados, para ser mais preciso. A Região empata com o Médio Paraíba, segundo informações do comando das blitzes.

Nova Friburgo quase 100%
Nas 2.689 ações de fiscalização realizadas ao longo do ano, 153.806 motoristas foram abordados e destes, 12,97% apresentavam sinais de alcoolemia. Ao longo de 2021 foram várias as operações ocorridas em Nova Friburgo. Duas, em especial, chamaram a atenção: na véspera do Dia dos Pais, de 50 veículos abordados na Avenida Euterpe Friburguense, 46 eram dirigidos por motoristas embriagados; no dia 3 de julho, no Paissandu, de 54 abordados, 52 estavam sob o efeito de álcool.

Em aberto
Também foram realizadas blitzes em Teresópolis e Petrópolis. Portanto, os números da Região são específicos para os três maiores municípios da Região que totalizou aproximadamente 5.180 motoristas embriagados flagrados pela operação. O relatório, no entanto, não detalhou os números específicos de cada município.

Aumento de 52%
Em comparação com os dois últimos anos, os números de 2021 mostraram que os índices de casos de alcoolemia aumentaram consideravelmente. No ano de 2020, foram flagrados 3.715 motoristas dirigindo sob o efeito de álcool. Lembrando que neste ano a Operação foi suspensa por sete meses, por conta da pandemia. Já no ano anterior, 2019, 13.119 casos de alcoolemia foram registrados, sendo o comparativo mais adequado para 2021. Ou seja, um aumento de 52%.

Falta de transporte público
A Operação Lei Seca atua diariamente desde 2009, através de ações de fiscalização e educação. Não se contesta a sua importância em salvar vidas. No entanto, o alto índice da Região Serrana expõe um problema pouco debatido: o transporte público precário. Em Nova Friburgo, não há ônibus de madrugada, há dificuldade em conseguir táxis (além do seu alto custo) e são escassos os carros de aplicativos de corrida, além da recusa de muitos motoristas a locais mais distantes.

Penas mais rígidas
Não custa lembrar que a penalidade da Lei Seca é composta por multa no valor de R$ 2.934,70, recolhimento da CNH e suspensão do direito de dirigir por 12 meses. As consequências são as mesmas para quem tem sua embriaguez confirmada e para aqueles que se recusam a fazer o teste do bafômetro. Já o registro de concentração igual ou superior a 0,34 mg/L resulta em crime de trânsito. A pena a motorista embriagado nesse caso é de seis meses a três anos de detenção.  

Lei de Incentivo à Cultura
Ainda que Nova Friburgo não tenha uma tradição com as Leis de Incentivo à Cultura, agora é que complicou de vez. As mudanças na Lei Rouanet afetarão sobremaneira os produtores de eventos.  Entre as alterações está a diminuição do limite para o financiamento de projetos de até R$ 1 milhão para até R$ 500 mil. Redução do cachê limite para artistas em 93%, ou seja, de R$ 45 mil por apresentação para a limitação de R$ 3 mil. O novo valor praticamente inviabiliza até apresentações locais via incentivo.

Contabilidade
Tanto a lei de incentivo à cultura, como de esportes, esbarra não no empresariado em si, mas na contabilidade. Em Nova Friburgo, se não for feita uma capacitação e motivação para criar essa cultura nos profissionais de contabilidade, pouco se avançará.

Palavreando
“O que fazemos durante a vida e na vida dos outros é mais importante do que o certo da morte. Não importa se todos nós morreremos. O importante é como vivemos. A dimensão da morte é a vida”.

Está quase pronta a obra da nova entrada para a parte social do Nova Friburgo Country Clube. Ainda cercada, a obra tem um painel que mostra como ficará a nova recepção.

Publicidade
TAGS:

Wanderson Nogueira

Observatório

Jornalista, cronista, comentarista esportivo, já foi vereador e deputado. Ufa! Com um currículo louvável, o vascaíno Wanderson Nogueira atua com garra no time de A VOZ DA SERRA em Observatório, sua coluna às terças e quintas.

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.