Aceno aos professores

Tereza Malcher

Tereza Cristina Malcher Campitelli

Momentos Literários

Tereza Malcher é mestre em educação pela PUC-Rio, escritora de livros infantojuvenis, presidente da Academia Friburguense de Letras e ganhadora, em 2014, do Prêmio OFF Flip de Literatura.

segunda-feira, 19 de outubro de 2020


No dia 15 de outubro brindamos os mestres. Nesta coluna literária, peço
licença para saudá-los, mesmo quatro dias depois. Ser professor não é uma
tarefa de facilidades, é um desafio diário estar diante de turmas repletas de
alunos, inclusive os de tenra idade que ainda não sabem o motivo pelo qual
estão sentados diante de uma pessoa que diz e mostra o que eles devem ser e
fazer. Não é uma atividade simples de realizar, precisa de cuidados,
planejamento, execução e avaliação; apenas um gesto ou uma palavra do
professor pode influenciar a existência de outro, o aluno.
O professor precisa encontrar dentro de si e aprimorar o olhar do mestre,
nunca resignado, sempre atento e amoroso. Tem de saber empregar um tom
de voz a cada momento; ele é um exímio ator ante seus aprendizes que são
seduzidos para conhecer a vida do planeta e aprender desde os fatos da
gramática à dispersão da luz. Para desenvolver as mais específicas
habilidades físicas e capacidades cognitivas.
Hoje o professor não recebe o devido reconhecimento. A começar pela
sua formação, salário, condições para realizar o trabalho, transporte e muito
mais. Por serem resistentes, resilientes e insistentes, atravessaram séculos e
milênios cumprindo o fazer de ensinar. E, assim, vão continuar. Se o amor não
sustenta o trabalho que realiza, ele deixa de ser um mestre para ser alguém
que apenas ensina, um mero cumpridor de obrigações. Isso porque a ação docente
é um ato consciente e responsável, fundamentado pelos valores humanos.
Dermeval Saviani, filósofo e pedagogo brasileiro afirmou em seu livro
Educação - Senso Comum à Consciência Filosófica que “O trabalho educativo
é o ato de produzir, direta ou indiretamente, em cada indivíduo singular, a
humanidade que é produzida historicamente e coletivamente pelo conjunto de
homens”. Ou seja, ser professor é hominizar.
Não basta ensinar fatos objetivos. Ser professor é capacitar o aluno para
que ele aprenda a desenvolver suas capacidades. É uma pessoa de ética,
discernimento e de percepção, tríade que faz uma pessoa colaborar para que
outra tenha inteireza e caráter.

Parabéns, professores! Que o universo os ilumine para que a vida
humana neste planeta, a safira do sistema solar, tão rica em biodiversidade e
beleza, seja preservada e aprimorada.

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Tereza Malcher é mestre em educação pela PUC-Rio, escritora de livros infantojuvenis, presidente da Academia Friburguense de Letras e ganhadora, em 2014, do Prêmio OFF Flip de Literatura.

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