Notícias de Nova Friburgo e Região Serrana
Oportunidade
Para pensar:
“Ninguém deve ser poupado da verdade, não devemos subestimar a capacidade das pessoas de superação.”
Rosicleide David
Para refletir:
“Subestimar os outros é sintoma de quem não crê em si.Trocar a coragem alheia pelo seu reflexo é típico dos covardes.”
Agni Shakti
Oportunidade
A população de Nova Friburgo terá hoje uma oportunidade preciosa de aprofundar os conhecimentos a respeito do que efetivamente foi denunciado ao Ministério Público Federal nas duas operações legislativas que deram sustentação às investigações da Operação Carona de Duque.
A partir das 10h, com transmissão ao vivo pelo canal da Câmara Municipal no YouTube, os vereadores Professor Pierre, Wellington Moreira, Zezinho do Caminhão, Marcinho Alves e Johnny Maycon vão apresentar, no plenário da Câmara Municipal, o teor das peças “Mãos de Sangue” e “Juízo Final”.
Obrigatório
O acompanhamento desta apresentação é obrigatório para quem quiser entender alguns dos motivos pelos quais esta coluna passou a adotar postura tão crítica em relação ao atual governo municipal, bem como aos vereadores que sistematicamente têm preferido desviar o olhar em relação a tudo que sabiam estar acontecendo.
A coluna entende que o conteúdo ficará disponível também para quem não puder ver ao vivo, de tal modo que é tudo uma questão de querer - ou não - se informar.
Fale agora…
O governo municipal foi convidado para a apresentação, e assim passa a ter a oportunidade ideal para rebater a cada uma das denúncias, que genericamente tem chamado de “falsas”.
Já não há mais espaço para desculpas, aqui.
A hora de mostrar e provar seus argumentos é agora, e fugir ao embate para se limitar a esforços genéricos de desacreditar o que vem sendo apresentado só servirá para enfatizar a veracidade das denúncias, e a incapacidade do governo de reagir dignamente aos erros cometidos.
Ou cale-se depois
Se existe algo de falso no que foi denunciado, e o governo tem como provar isso, então torna-se absolutamente incompreensível qualquer postura que não seja a do confronto de dados, documentos e narrativas, diante dos olhos da população.
Qualquer coisa diferente disso é apenas a incapacidade de assumir erros, iniciar processos administrativos e pedir desculpas.
Recorte
A imprensa friburguense acabou ficando indignada com a forma como o secretário de Saúde, Marcelo Braune, se expressou no vídeo que gravou na tarde de quarta-feira, 22, a fim de refutar irregularidades na aquisição de medicamentos desde que assumiu a titularidade da pasta.
A coluna entende que, apesar de recorte final ter deixado a referência generalizada a toda a imprensa, o vídeo foi gravado originalmente para responder a um veículo especificamente.
Wally
A esse respeito, a coluna manifesta o entendimento de que Marcelo Braune provavelmente nem precisaria ter gravado o vídeo, uma vez que está muito claro que a denúncia se refere a um episódio situado no primeiro semestre de 2017, que não voltou a se repetir diante do tipo de resistência que encontrou, sobretudo na Secretaria de Infraestrutura e Logística, no trabalho dos cinco parlamentares fiscalizadores já citados, e também na imprensa, que durante muito tempo, esteve representada unicamente por A VOZ DA SERRA, no que se refere à cobertura deste episódio.
Quem tinha de enfrentar a população era outra pessoa.
Sozinhos
De fato, a coluna bancou sozinha esta denúncia, após longa e minuciosa apuração, num momento em que ainda não se sabia quando a Polícia Federal iria entrar em ação.
Não custa lembrar que no dia 5 de outubro de 2019, após sofrer indisfarçada tentativa de intimidação, o colunista antecipou que este escândalo iria estourar nos próximos meses, e expôs o caso do medicamento Piperacilina Sódica + Tazobactam 4G + 500 mg em frasco/ampola, que foi adquirido na atual gestão por R$ 95,30, enquanto a Prefeitura de Petrópolis adquiriu o mesmo medicamento, em quantitativo similar e na mesma época, por R$ 31,50.
Caronistas
A coluna imaginava que nenhum vereador teria a desfaçatez de tentar pegar carona na denúncia dos colegas, mas políticos jamais devem ser subestimados a esse respeito.
Quem sabia e nada fez, quem prevaricou e foi conivente, agora aposta na falta de conhecimento dos próprios eleitores e não tem vergonha de gravar vídeo a esse respeito.
Aliás, é curioso como alguns políticos partem do princípio de que só são eleitos graças à ignorância do povo.
Nada como saber que não merece ocupar a cadeira na qual se senta, não é verdade?
Desânimo
E o que dizer sobre o vereador que ainda no início de 2017 apresentou requerimento de informação a respeito da adesão à ata, certamente municiado por informações privilegiadas, e desde então não tomou qualquer atitude a respeito?
Surpreende que ele tenha tentado convencer os colegas para que a reunião realizada na manhã de quinta-feira, 23, fosse a portas fechadas, e não em plenário com transmissão via internet?
Quem se importa?
Daí propõe encerrar a TV e a Rádio Câmara, e argumenta que não é para reduzir visibilidade, mas a título de economicidade.
Ah, claro.
Com certeza.
E vai pedir votos.
E vai receber votos...
Aqui não
A respeito de todos estes episódios, um entendimento fica fortalecido.
A partir da Lava Jato e da onda de prisões nas esferas federal e estadual, muitos tubarões voltaram os olhos para os municípios, na certeza de que os aparatos de defesa e fiscalização seriam muito mais frágeis.
“Pessoas menos preparadas, vereadores corruptíveis, imprensa amadora…”
Tais preconceitos, no entanto, tiveram de ser revistos aqui em Nova Friburgo.
A banda, aqui, tocou bem diferente do que se esperava.
Retificação
A coluna de quinta-feira, 23, fez referência ao episódio do “empréstimo” de medicamentos feito pela UPA, em maio de 2017, mas se equivocou ao dizer que havia sido em 2018.
Correção feita.
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