Natal - Possa esta data preencher os corações de todos, em todas as partes...

Há 50 anos

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Coluna que mostra o que foi notícia em A Voz da Serra 50 anos atrás.

quinta-feira, 24 de dezembro de 2020

Edição especial de Natal - dezembro de 1970
Pesquisado por Fernando Moreira

Manchetes:

  • O encanto que o Natal perpetua em nossa vida é mágico. Vivemos aquele instante da criança que pela primeira vez assiste o prestigiador fazer surgir de um chapéu oco um coelhinho branco – mensageiro de risos e paz. É a gota transbordante da felicidade terna, das mãos que se afagam. Nesta hora os lábios sussurram os mais cálidos votos de um bom Natal, afetivo, efetivo de realizações. Assim pensamos e assim desejamos. Feliz 1971

Símbolos do Natal

  • O presépio - Realizado pela primeira vez por São Francisco de Assis, numa noite de Natal, o presépio, alegria das crianças, encerra para os grandes, que o queiram contemplar mais seriamente, graves e oportunas lições. Ali vemos os animais (o boi e o burro) a serviço dos homens: o trabalho e o governo (pastores e reis) a serviço da família (pai e mãe) a serviço do filho e o filho que é o Filho de Deus, a serviço do Pai que está no céu. Que o nosso presépio seja apresentado (e foi o que São Francisco pretendeu) como a reconstituição de um fato histórico, de alguma coisa que realmente aconteceu e que prossegue nas nossas almas e no mistério da Liturgia. Que nossa atitude diante do presépio mostre que não se trata de uma cena de folclore, nem de um conto de fadas, mas algo de mais surpreendente: o Filho de Deus que se faz homem.
  • Árvore de Natal - Costume de origem cristã (ao contrário do que muitos pensam), a árvore de Natal lembra as duas árvores do paraíso, a da vida e a da morte, que o Cristo juntou numa só, a árvore da cruz, com seus frutos de imortalidade (os sacramentos) e a sua luz de ressurreição.
  • Os Anjos - Mensageiros da boa nova da vinda do Filho de Deus, os anjos o acompanham do berço ao túmulo e continuam, quando Ele sobe ao céu, a assistir-nos com sua presença invisível.
  • A estrela - Não só lembra Maria, a estrela do mar que nos trouxe o Cristo, como sugere a luz da fé que nos conduz até Ele, se soubermos desejá-la e procurá-la, mesmo quando parece ocultar-se.
  • Os pastores - Os pastores recordam que Jesus veio sobretudo para os pobres e humildes, para os que estão de vigília e que buscam, para os que não vivem saciados e fartos com as riquezas e os prazeres.
  • Os reis - Os reis sugerem o caráter universal da vinda do Cristo, que veio entres os judeus, mas para todos os povos, pois é de longe que eles chegam. O ouro que oferecem significa que aquele menino é rei; o incenso, que se trata de Deus; a mirra, substância aromática que se punha nos cadáveres, que aquele menino vai morrer.
  • A coroa do advento - Ainda pouco conhecida entre nós, consta de uma coroa que simboliza o mundo e o tempo, munida de quatro velas que vão se acendendo a cada domingo do advento, mostrando que a vinda do Cristo se aproxima.  
  • A ceia de Natal - A ceia de Natal é uma bela tradição e profundamente cristã. Nosso Senhor quis nascer em Belém, cujo nome significa “casa do pão”. Fez o primeiro milagre nas bodas de Canaã, transformando a água em vinho. E antes de morrer reuniu os apóstolos para uma ceia onde transformou o pão e o vinho em seu corpo e seu sangue. E quando aparece ressuscitado, faz questão de comer com os discípulos.
    Os primeiros cristãos começaram a celebrar a eucaristia, a consagração do pão e do vinho, no meio de uma ceia comum, como Jesus o fizera na ceia pascal judaica. Mas já São Paulo, vendo os abusos que se introduziam, determina que se separem as duas coisas: “Não tendes casas para comer e beber! Ou desprezais a Igreja de Deus”.
    Mas, mesmo em casa, nossa ceia deve ser uma preparação para a ceia eucarística, sobretudo na noite do Natal. Deve ser uma ceia de serenidade e sóbria alegria, ao lado do presépio e da árvore ornada com símbolos adequados, entremeadas de cânticos.
    O mais importante, porém, nesta noite em que a Sagrada Família não teve a quem recebesse, seria convidar, discretamente, uma família mais pobre. Ou mandar-lhe um pedaço da ceia (não as sobras) na própria noite de Natal, antes da missa. Lembremos que o jejum para a comunhão é de uma hora apenas e que a abstinência de carne costuma ser antecipada, para não colidir com a ceia.
  • Os presentes de Natal - Deus amou tanto os homens, diz o apóstolo São João, que lhes deu o seu próprio filho. Este presente nos foi dado na noite de Natal entre o cântico dos anjos e o silêncio dos homens. O presente de Deus deve ser a inspiração a medido o modelo dos nossos presentes, ao menos na festa de Natal.
    Seu presente deve ser um sinal de amor: ele se mede pelo amor com que é dado. Assim, imantando de amor, todo presente se torna rico. “Meu presente é de pobreza, mas o sentido é de amor”. Se não dermos por amor a quem damos quem daremos ainda por amor, se dermos por amor a Deus. Pois seu Filho nos dirá em um dia, quando voltar como Juiz e Rei, cheio de glória e majestade: “O que fizeste ao menor dos meus irmãos, foi a mim que fizeste”.
    Demos a quem nada tem para dar em troca. Foi o que Deus fez e faz conosco a cada instante. Se damos apenas aos que nos podem retribuir, isso os pagãos também fazem.

Sociais:

  • A VOZ DA SERRA registra os aniversários de: Leina Athayde Dutra da Costa (26); Luiz Gonçalves Pereira (27).

 

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