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Vinicius Gastin
Esportes
De férias e homenageado, Galhardo fala sobre carreira e planos para o futuro
De férias em Nova Friburgo, Rafael Galhardo recebeu mais um reconhecimento por sua representatividade, não só para o município, como também para toda a região. O jogador, atualmente com 32 anos, foi agraciado com a Medalha Swian Zanoni, honraria concedida pela Câmara Municipal a destaques do esporte da cidade, através de indicação do vereador José Roberto Folly. Um dos vários garotos que sonharam, um dia, em jogar futebol profissionalmente, Galhardo teve o privilégio de escrever uma trajetória de vivências e experiências únicas.
Campeão brasileiro pelo Flamengo (2009), Copa do Brasil pelo Cruzeiro (2017) e Mundial e Sul-Americano pela Seleção Brasileira sub-20, o atleta tem uma carreira sólida. Na temporada 2023/24, defendendo o Rayong FC, da Tailândia, marcou sete gols em 19 jogos. Por lá também defendeu o Sukhothai, logo após se aventurar, em 2021, pelo Canadá, onde vestiu a camisa do Valour FC.
Em sua última passagem por gigantes brasileiros, em 2020, esteve no Vasco da Gama, clube pelo qual atuou também em 2018. Começou jovem, na base do Friburguense, e ainda em seu processo de formação, foi contratado pelo Flamengo, onde ficou por diversos anos.
A carreira de Galhardo ainda reservou passagens pelo Cruzeiro, Atlético Paranaense, Bahia, Santos e Grêmio. No clube gaúcho, talvez, tenha atingido o auge, conquistando um prêmio Bola de Prata e se transferindo para o Anderlecht, da Bélgica, em 2015.
A VOZ DA SERRA aproveitou a oportunidade da passagem de Galhardo por Nova Friburgo para conversar com o atleta. No bate-papo, o agora meia fala sobre suas experiências recentes, seleção brasileira e futuro profissional.
A VOZ DA SERRA: Conte-nos um pouco sobre a sua experiência no futebol tailandês... O que mais foi difícil em termos de adaptação, cultura e outras questões?
O futebol tailandês é muito diferente do nosso, e no começo foi muito difícil em termos de adaptação e cultura. Mas a Tailândia é um país pelo qual eu me apaixonei, é muito receptivo. Quando acabam os jogos, nós vamos saudar os torcedores. Não tem vaias, brigas e isso é muito legal. Eles tratam o esporte como um espetáculo, e é prazeroso, pois não há medo, por exemplo, de sair de casa.
Dentro de campo: quais as diferenças em relação aos outros lugares onde já atuou?
É bem diferente mesmo do nosso futebol, por exemplo, é menos técnico. Dentro de campo é outra coisa, podem jogar dois estrangeiros e três asiáticos. É mais correria e força, com exceção de alguns jogadores.
O que faltou - ou ainda falta -, na sua visão, para conseguir uma convocação para a Seleção Brasileira? A lateral direita é sempre uma posição questionada pelo torcedor...
Eu acredito que não tenho mais condições de chegar à Seleção, até porque não atuo mais como lateral. Há uns cinco anos estou atuando como meia. Quando você joga em clubes grandes por anos, em alto nível, as chances são maiores. É uma posição difícil, carente. O lateral precisa saber atacar muito bem e defender da mesma forma. Por isso não temos muito jogadores de alto nível, e por isso se questiona as convocações. Os laterais ainda marcam os pontas, que hoje geralmente são os melhores jogadores das equipes. É uma posição bem ingrata.
Você atuou por grandes clubes do nosso futebol... Onde considera que teve a melhor fase da carreira?
Graças a Deus eu passei por grandes clubes, mas eu considero o meu melhor momento no Grêmio, em 2015, quando fui eleito o melhor lateral direito do Campeonato Brasileiro, fazendo uma boa campanha e jogando o maior número de jogos, sem ter lesões.
Para a sequência da carreira, o que projeta? Talvez o retorno a um clube de grande expressão no Brasil, ou pretende permanecer no exterior?
Neste momento estou mais tranquilo, vivendo o futebol como um hobbie mesmo. Hoje eu prezo muito por deixar a minha família vivendo num bom lugar, num bom país, com segurança e qualidade de vida, onde meus filhos possam desfrutar. Joguei por grandes clubes aqui no Brasil, mas não almejo um retorno. Eu também já estou na reta final. Comecei muito cedo, e subi para o profissional com 17 anos no Flamengo. Quero curtir mais os meus filhos, ser pai, levar o meu filho, que é apaixonado por futebol, para a escolinha. Tenho feito isso em Nova Friburgo, vivendo uma vida que não consegui antes. O futebol é muito bom, mas nos priva de algumas datas especiais e de uma rotina mais perto dos familiares.
Estando em Nova Friburgo, você foi homenageado pela Câmara Municipal. Qual a importância, para você, de ser reconhecido em sua cidade natal?
Sempre representei a cidade, e lembro quando eu fui viajar para o Sul-Americano, em 2011, pela Seleção Sub-20, e eu não sabia se meus parentes estavam vivos. Nós fomos campeões do torneio e tenho uma foto com a camisa escrito “100% Nova Friburgo”. É algo que sempre esperei, pois sempre onde eu fui, representei a minha cidade natal e de toda a minha família. É sempre bom receber uma homenagem de Nova Friburgo, por ser nascido e criado aqui, ter passado por várias escolinhas. Inclusive, tenho um projeto futuro para poder revelar jogadores e ajudar na formação deles.
Qual o conselho daria para uma criança, friburguense, que deseja jogar futebol profissionalmente?
O conselho é se dedicar ao máximo. Passei por várias escolinhas em Nova Friburgo, ouvi vários treinadores. Depois fui para o Rio de Janeiro, e tive que abri mão de muitas coisas, do final da minha infância e adolescência para realizar o meu sonho. O futebol não é fácil, a concorrência é muito grande para poucas vezes. É importante se dedicar e também continuar estudando. No final, vale a pena investir em nossos sonhos.
Vinicius Gastin
Esportes
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