Próxima parada: aumento no preço dos alimentos

Lucas Barros

Além das Montanhas

Jovem, advogado criminal, Chevalier na Ordem DeMolay e apaixonado por Nova Friburgo. Além das Montanhas vem para mostrar que nossa cidade não está numa redoma e que somos afetados por tudo a nossa volta.

quinta-feira, 16 de setembro de 2021

Comida mais cara

Que a “vida” anda muito cara, todos nós já sabemos e estamos sentindo isso nos nossos bolsos já faz um bom tempo. Os aumentos constantes nos preços de combustíveis, gás de cozinha, energia elétrica, aluguéis de imóveis vêm galgando a passos largos e pesando cada dia mais no orçamento do brasileiro, que não está vendo seu salário aumentar conforme a inflação.

No entanto, as notícias ruins não param por aí. A previsão é que o preço de alimentos como café, laranja, carne bovina, milho, feijão e arroz devam aumentar devido à falta de chuvas que atingem nosso país atualmente.

Falta de chuvas e altas temperaturas

Atualmente, o mundo passa por um processo de mudanças climáticas drásticas, alcançando temperaturas de 50 graus em partes da Europa, em lugares em que isso nunca ocorreu anteriormente. O Brasil, por exemplo, vem enfrentando um longo período de estiagem que tem trazido climas secos e prejuízos nas lavouras.

O déficit hídrico impacta diretamente não só na produção de hortaliças, grãos e leguminosas, mas também, no preço final da carne de bovinos e dos frangos, uma vez que o pasto e a soja são ingredientes essenciais para desenvolvimento e engorda dos mesmos. Logo, com menos oferta de animais gordos para o abate, o preço também deve subir.  

Além disso, deve-se levar em conta o aumento da bandeira tarifária de energia elétrica, que a tornou ainda mais cara, devido aos baixos níveis de água nos reservatórios das hidroelétricas. Fazendo com o que custo embutido na industrialização, nos comércios, fazendas e galpões, aumente e seja repassado ao consumidor final em efeito cascata.

O café por sua vez, poderá sofrer um aumento de quase 40%, segundo a Associação Brasileira de Café, devido ao segundo ano seguindo de baixíssima produção, devido à seca. Nesse mesmo sentido, a produção de arroz e feijão que demandam muita água para o cultivo também devem enfrentar impactos negativos e consequente aumento no preço pela regra da oferta e demanda.

Consequências imediatas

Dessa forma, com o brasileiro com menos renda e chegando a marca de quase de 15 milhões de pessoas desempregadas no país, as famílias já tem optado por alimentos mais baratos no seu dia-a-dia, acarretando numa queda na qualidade e variedade nos pratos de comida.

Daniella Morgado, friburguense, nutricionista com especialização materno-infantil e que conta no currículo com o atendimento de personalidades famosas relata que quem não tem condições financeiras para manter uma rotina alimentar vasta e de qualidade, é obrigado a se contentar com pouco e o básico para se alimentar.

“Infelizmente, com a alta dos preços dos alimentos, a população tende a comprar menos comida ou então se alimentam com comida de baixa qualidade e valor nutricional. Isso tem impacto direto na saúde, já que esses alimentos costumam ser ricos em sódio, gordura saturada, açúcar, tornando mais propício o surgimento de colesterol elevado, obesidade, desnutrição, hipertensão, problemas cardiovasculares, dentre outros.”

Desse modo, segundo Daniella Morgado, uma opção viável à saúde e ao bolso é que se dê a preferência para frutas, verduras e legumes da estação uma vez que o consumo se torna mais barato e nutritivo, especialmente se comprados nos dias de feira livre, em que se é possível comprar com descontos maiores.  E, por fim, optar pelo consumo de proteínas como frango e ovo, quando o valor da carne bovina não estiver viável.

A verdade é que a vida do brasileiro se compara a um grande ônibus, desgovernado e sem freio, em que a “próxima parada” é o aumento dos preços de alimentos e a pergunta que fica é: “Em que ponto nós iremos parar?”.

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