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Os próximos desafios a serem enfrentados pelo próximo prefeito de Nova Friburgo
Lucas Barros
Além das Montanhas
Jovem, advogado criminal, Chevalier na Ordem DeMolay e apaixonado por Nova Friburgo. Além das Montanhas vem para mostrar que nossa cidade não está numa redoma e que somos afetados por tudo a nossa volta.
Por volta das 21h do dia 6 de outubro de 2024, com a maioria das urnas já apuradas em Nova Friburgo, teremos o próximo prefeito da cidade oficialmente eleito. O novo chefe do Executivo tomará posse em 1º de janeiro de 2025 e enfrentará quatro anos de intensos desafios à frente da gestão do município.
Diante de uma crise na saúde que sobrecarrega o sistema municipal e problemas graves na educação, o novo prefeito terá que lidar com questões que afetam desde os jovens até a população idosa, englobando friburguenses de todas as cores, classes e gêneros. O caixa da prefeitura é limitado, mas os desafios são muitos.
Saúde municipal
O próximo prefeito será escolhido em um cenário de crescentes escândalos na área da saúde, que envolvem o Ministério Público Estadual, o Ministério Público Federal, a Defensoria Pública Estadual e até a Polícia Federal. Em meio a essa complexa teia de problemas, o novo prefeito terá o difícil desafio de enfrentar essas questões e encontrar soluções eficazes para um setor essencial e cada vez mais pressionado.
Na Maternidade de Nova Friburgo, a falta de estrutura para receber recém-nascidos e os problemas relacionados à própria infraestrutura do prédio levaram à interdição da unidade por decisão judicial. Embora o município tenha conseguido reverter a decisão por meio de recursos, as dificuldades continuam a afetar mães e recém-nascidos, que ainda enfrentam graves problemas no atendimento e nas condições da maternidade.
No Hospital Municipal Raul Sertã, a situação é igualmente grave. A falta de equipamentos adequados para os profissionais, denúncias sobre a qualidade da alimentação, a escassez de água potável, as longas filas de espera para cirurgias básicas e até mesmo infecções biológicas causadas pela presença de pombos e ratos no hospital revelam a profundidade da crise. Além disso, problemas estruturais na unidade só agravam o cenário, evidenciando a necessidade urgente de intervenção.
Na farmácia do município, os problemas são igualmente recorrentes. Devido à falta de medicamentos fornecidos pela prefeitura, o número de ações judiciais tem aumentado, sobrecarregando o sistema judiciário. Inúmeros pacientes recorrem à Justiça para garantir o acesso a medicamentos essenciais, como insulina, remédios para o coração e tratamentos para doenças autoimunes, entre outros.
Educação
A educação será outro grande desafio para o próximo prefeito eleito. Atualmente, os servidores públicos da educação estão insatisfeitos com seus salários e com a gestão dos regimes estabelecidos pela prefeitura, que têm causado prejuízos a esses profissionais que realizaram diversos protestos nos últimos anos.
Além disso, a falta de vagas nas creches ainda continua sendo um problema crítico na cidade, com o número de unidades disponível muito abaixo do necessário para atender à demanda crescente. Esses obstáculos exigirão atenção especial da nova administração eleita.
Modernização na gestão
“É fundamental trazer a administração pública de Nova Friburgo para o século XXI, com a disponibilização de todos os serviços públicos, nas mais diversas áreas, por meio de aplicativo com acesso via celular, nas palmas das mãos dos friburguenses.”, pontua o professor Marcelo Verly.
A gestão administrativa é uma das maiores queixas dos moradores. Em plena era de modernização e Inteligência Artificial, os processos administrativos da prefeitura ainda dependem de papéis e pastas físicas, sobrecarregando o trabalho de servidores e dificultando a vida da população, que não vê seus processos chegando ao fim.
Falta de oportunidades
Nova Friburgo perde cada vez mais moradores para grandes cidades. Jovens recém-formados e adultos migram em busca de melhores oportunidades e acabam estabelecendo suas famílias em outros centros urbanos, longe das nossas montanhas, deixando a cidade com menos perspectivas de crescimento e de renovação.
Infelizmente, não é de hoje que, para o jovem friburguense desesperançoso, o cartão postal mais bonito da cidade é a Rodoviária Sul, com uma passagem só de ida. Todos os dias, centenas são os prodigiosos friburguenses, que apesar de amar a nossa serra, deixam nossa cidade em busca de boas oportunidades, nunca mais voltando.
Agenda climática
"O equilíbrio entre desenvolvimento econômico e preservação ambiental permitirá que Nova Friburgo se torne referência na implementação de políticas locais que dialogam com os compromissos globais, fortalecendo a resiliência urbana e garantindo a segurança e qualidade de vida de seus habitantes em um cenário de mudanças climáticas cada vez mais intensas", pontua Matheus Marlisson, cientista político, especialista em regulamentação climática.
Saneamento básico
Em 2022, segundo o SNIS, 23.932 pessoas ainda vivem sem água encanada em suas casas, o que corresponde a 12,6% da população friburguense—um número absurdo, especialmente em uma cidade rica em nascentes. Além disso, 28 mil friburguenses continuam sem acesso a uma rede de esgoto, refletindo sérios problemas na infraestrutura básica da cidade.
Lucas Barros
Além das Montanhas
Jovem, advogado criminal, Chevalier na Ordem DeMolay e apaixonado por Nova Friburgo. Além das Montanhas vem para mostrar que nossa cidade não está numa redoma e que somos afetados por tudo a nossa volta.
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