Os jovens e o maior índice de desemprego histórico

Lucas Barros

Além das Montanhas

Jovem, advogado criminal, Chevalier na Ordem DeMolay e apaixonado por Nova Friburgo. Além das Montanhas vem para mostrar que nossa cidade não está numa redoma e que somos afetados por tudo a nossa volta.

quinta-feira, 26 de agosto de 2021

“O mercado de trabalho é cruel”. Todo mundo já escutou essa frase, certo? Bom, essa é a realidade nua e crua, especialmente em se tratando da realidade brasileira em que vivemos, afetada pelos reflexos econômicos e sociais causados pela crise da Covid-19.

Inicialmente, é necessário entender como “desempregado” a pessoa com idade para trabalhar que não está laborando, mas que está disponível e tentando encontrar trabalho. Assim, para alguém ser considerado desempregado, não basta apenas não possuir um emprego. Por exemplo, um universitário que dedica seu tempo somente aos estudos ou uma dona de casa que não exerce função fora, não podem ser considerados desempregados.

Ocorre que, neste ano, o Brasil, alcançou o patamar histórico de desemprego, chegando a marca de quase de 15 milhões de pessoas  desempregadas e desocupadas, conforme levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Os dados são ainda mais preocupantes, especialmente, se nos recordarmos do custo de vida que aumentou exponencialmente nos últimos anos, trazendo valores históricos, e até absurdos, ao preço cobrado pelos itens da cesta básica e aos gastos essenciais, como: luz, internet, água etc.

Dificuldades dos recém-formados

A dificuldade do jovem no ingresso no mercado de trabalho é outro fator preocupante. Nos dias atuais, felizmente, possuímos um processo de educação superior mais acessível e inclusivo à parte da população, fazendo com que os jovens terminem os seus estudos por volta dos 24 a 30 anos.

Por outro lado, infelizmente, nota-se que 51% dos recém-formados não estão trabalhando, dos 43% que estão inseridos no mercado de trabalho, menos de 20% atuam na área específica para qual decidiram estudar, segundo dados apurados pelo Núcleo Brasileiro de Estágios. Mostrando assim, que somente o estudo não é mais um fator diferencial.

Nota-se ainda, por meio de pesquisa realizada pelo IBGE, em março deste ano, que 29% das pessoas desempregados possuem 18 a 24 anos. E ainda mais preocupante, essa marca chega aos 34% em se tratando da idade entre 25-39 anos.

E engana-se somente quem acha que a falta de oportunidades aos jovens têm sido por falta de vagas. As empresas têm sido cada vez mais seletivas e são poucos os negócios que estimulam a contratação de pessoas sem experiência profissional anterior. Assim, torna-se ainda mais difícil para que um recém-formado consiga seu primeiro emprego.

Por fim, a alta procura de pessoas por vagas no mercado de trabalho, tem mexido diretamente com a famosa “lei da oferta e da procura”. Com poucos empregos disponíveis no mercado de trabalho e com muitas pessoas desempregadas, os salários, em geral, são oferecidos em valores abaixo ao de mercado. Para muita gente, esse tem sido o momento de tentar agarrar qualquer trabalho para não ficar sem renda.

Soluções

Nova Friburgo, por exemplo, não é um polo gigantesco de empregos como era antigamente. Isso é um fato. Contudo, existem possibilidades, especialmente com o avanço do home office, que tornaram possível um trabalho em uma grande empresa com sede em São Paulo, por exemplo, poder ser exercido da sua casa.

Há a necessidade ainda, de salientar a gama de oportunidades para vagas de trainee’s que foram abertas nos últimos dias em empresas expressivas no mercado global. Para quem ainda não conhece o termo trainee, trata-se de um programa especial para que um recém-formado possa ser moldado ao perfil da empresa, para no futuro, ele assumir o posto como funcionário efetivo.

Quando o assunto é jovem e o mercado de trabalho, a busca por conhecimento e por oportunidades é essencial, afinal, todo mundo precisa (ou precisou) de uma primeira chance.

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