A vocação e a missão sacerdotal

A Voz da Diocese

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segunda-feira, 31 de julho de 2023

Na celebração do Ano Vocacional e iniciando agosto, o mês que também a Igreja dedica sempre às vocações, queremos começar a refletir sobre a vocação sacerdotal. E  já homenagear todos os sacerdotes pelo dia do Padre que iremos comemorar no próximo dia 4, dia de São João Maria Vianney, padroeiro de todos os padres.

Deus nos chama em Cristo, por iniciativa gratuita do Seu amor, para continuar a obra da salvação dos homens no mundo. Ele nos vocaciona como outrora chamou Abrão, Moisés, os profetas, os apóstolos. E, como eles, devemos dar o nosso "sim" à vontade do Pai, deixando agir em nós o Espírito do Senhor.

Cristo nos escolhe entre muitos para uma vocação específica, já tendo por base a vocação à vida, à santidade e ao batismo, na iniciação à missão cristã, distinta da vocação matrimonial ou religiosa: perpetuar o seu múnus de Sacerdote, Profeta e Pastor, como Cabeça da Igreja, dando a vida pelo rebanho, recebendo o Sacramento da Ordem, exercendo o Sacerdócio ministerial, essencialmente distinto do Sacerdócio comum ou régio, presente em todos os fiéis cristãos.

O Magistério Conciliar da Igreja nos fala dos padres( presbíteros): "O mesmo Senhor... constituiu, dentre os fiéis, alguns como ministros que, na sociedade dos crentes, possuíssem o poder sagrado da Ordem, para oferecer o sacrifício e perdoar os pecados, exercendo ainda publicamente o ofício sacerdotal em favor dos homens e em nome de Cristo.(...) O ministério dos sacerdotes, enquanto unido à Ordem episcopal, participa da autoridade com que o próprio Cristo edifica, santifica e governa o seu corpo" ( Decreto Presbyterorum Ordinis, n° 02). O Sacerdote é assim aquele que perpetua a presença de Cristo no meio do mundo, como alimento eucarístico, transubstanciando o pão no Corpo e o vinho no Sangue do Senhor, como o próprio Jesus fizera na última ceia e ordenara aos apóstolos: "Fazei isto em minha memória" (Lc 22,19). É Cristo que vive a sua Páscoa em cada missa e se entrega a nós para a nossa salvação, pelo poder sacerdotal transmitido por Ele às mãos do padre que repercute as suas palavras: "Tomai e comei. Isto é o meu corpo. Tomai e bebei. Isto é o meu sangue"

O Sacerdote é ainda aquele que estende o perdão dos pecados aos homens, a graça da redenção do Senhor, como dispensador da misericórdia do Pai, a orientar os irmãos na vida de correspondência ao amor de Deus. É Cristo que exerce ao longo do tempo e da história, através do padre, o mistério do perdão: "Aqueles a quem perdoardes os pecados, serão perdoados..." (Jo 20,23).

O Presbítero, na sua dimensão profética, está também a serviço da Palavra, o anúncio do Reino de Deus no seio da comunidade, para a vivência cristã pela união na caridade e para a libertação integral das pessoas, desenvolvendo a evangelização e a promoção humana, para a salvação de todos os irmãos. É ele um servo iluminado pelo Senhor que num ministério generoso, sacrificado, mas feliz, vai abrindo as portas da caminhada humana para o equilíbrio, a justiça, a realização, a felicidade e paz espiritual, a partir da comunhão mística com o próprio Jesus. É aquele que com o brilho silencioso e eficaz da simplicidade de Jesus, edifica toda uma comunidade de filhos de Deus, prestando o serviço de amor como um homem de paz, missionário dedicado e fortalecido pela graça do Mestre e Senhor.

Como Bom Pastor, a exemplo de Cristo, guia e orienta o seu rebanho, o povo eleito, para a meta do Plano de Deus, reconduzindo as ovelhas perdidas, resgatando-as e curando-as, para o fim último que é a união com o Pastor Eterno. Concede a Unção dos Enfermos, sacramento da cura espiritual e também corporal. É ele, o sacerdote, o sorriso de Deus nos lábios da fé, o verbo humanizador nas mãos que ungem, consagram, abençoam e perdoam, que repartem o Sagrado. É ele a ponte firme e simples que por seus ombros, muitas vezes chagados pela cruz, como os de Cristo, faz passar o povo seguro às alegrias das bodas do Cordeiro. É aquele que renuncia a tudo, por causa do Reino dos céus, para dar a vida pelos irmãos, como Cristo, indo ao encontro dos mais pecadores, perdidos, marginalizados, dos mais doentes, no corpo e na alma, dos mais pobres, material e espiritualmente, para manifestar a Luz e a graça do Ressuscitado, a alegria da renovação, da libertação total, da construção de uma nova civilização do amor, da fraternidade, da solidariedade, da justiça e da paz.

É preciso, então, que nos conscientizemos da importância desta vocação na Igreja, rezando, nos organizando, trabalhando pelas vocações sacerdotais nas várias atividades das comunidades, incentivando os jovens que já fizeram sua opção, os seminaristas, apoiando os nossos seminários, respeitando e valorizando os nossos sacerdotes, na cooperação do Reino de Deus, para que, num mundo cada vez mais conturbado, injusto e vazio espiritualmente, não haja carência da presença destes apóstolos da Eucaristia e do perdão, da Palavra e do pastoreio sacerdotal de Cristo.

Padre Luiz Cláudio Azevedo de Mendonça é assessor eclesiástico da Comunicação Institucional da Diocese de Nova Friburgo 

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