Vacina BCG: cobertura não chega a 50% do público-alvo este ano em Friburgo

O imunizante protege contra a tuberculose e deve ser aplicado no recém-nascido. Mas crianças até 4 anos ainda podem receber a vacina
quarta-feira, 07 de junho de 2023
por Christiane Coelho (Especial para A VOZ DA SERRA)
(Foto: Freepik)
(Foto: Freepik)

Um dado preocupante para a saúde de Nova Friburgo. De acordo com a prefeitura, de janeiro a abril deste ano, apenas 415 doses da vacina BCG foram aplicadas no município, o que corresponde a 47,14% do público alvo. Um número alarmante para as autoridades de saúde, já que o imunizante protege contra a tuberculose, doença antiga e que nunca foi erradicada no país. A prefeitura informou também que, no ano passado, a cobertura vacinal da BCG foi de 73,15%.

A recomendação do Ministério da Saúde é que a vacina BCG seja administrada em recém-nascidos, podendo ser ofertada para crianças de até 4 anos, não vacinadas anteriormente. Em Nova Friburgo, a vacina BCG é realizada antes da alta do bebê Hospital Maternidade Dr. Mário Dutra de Castro. Bebês nascidos em outros hospitais podem receber o imunizante no posto de saúde Sílvio Henrique Braune, no Suspiro, todas as segundas-feiras, às 13h.

Dados nacionais

De acordo com o Ministério da Saúde, em 2022, a cobertura vacinal da BCG foi de 82% no país. O imunizante protege contra a tuberculose, doença infecciosa e transmissível, que afeta principalmente os pulmões e, apesar de ser antiga, continua sendo um importante problema de saúde pública.

As metas do Plano Nacional pelo Fim da Tuberculose como Problema de Saúde Pública são: alcançar redução de 90% do coeficiente de incidência da tuberculose e redução de 95% no número de mortes pela doença no país até 2035, quando comparados com os dados de 2015.

Para o Brasil, significa que é necessário reduzir o coeficiente de incidência para menos de dez casos por 100 mil habitantes e reduzir o número de óbitos pela doença para menos de 230 ao ano, até 2035. No Brasil, são notificados por ano aproximadamente 70 mil casos novos e ocorrem cerca de 4,5 mil mortes em decorrência da tuberculose.

No mundo, a cada ano, cerca de dez milhões de pessoas adoecem por tuberculose. A doença é responsável por mais de um milhão de óbitos anuais. Por isso, a retomada do alto percentual de vacinação é fundamental.

Brasil deve voltar a produzir vacina BCG

A Fundação Ataulfo de Paiva (FAP), que é uma instituição privada localizada na capital fluminense, era o único laboratório brasileiro que produzia a vacina BCG. No entanto, interrompeu sua produção há mais de um ano, depois de ter sido interditado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Desde então, o Ministério da Saúde tem importado o imunizante para garantir o abastecimento do país com a BCG, vacina que protege contra a tuberculose.

Mas a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) assinou um acordo com a Fundação Ataulfo de Paiva (FAP), para tentar viabilizar a retomada da produção nacional de vacinas BCG. O termo de manutenção e apoio à fundação busca recuperar a capacidade e condições de operação da FAP, para que ela possa voltar a produzir o imunizante.

Pelo lado da Fiocruz, o acordo assinado na última semana envolve o Instituto Brasileiro de Biologia Molecular (IBMP), uma parceria da fundação federal com o Governo do Estado do Paraná, e o Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos), vinculado à Fiocruz.

Com o acordo, o IBMP se torna mantenedor da FAP e assume o seu controle institucional, sendo responsável por validar a diretoria e os conselhos deliberativo e fiscal. A nova diretoria da FAP vai iniciar a negociação das dívidas da fundação. Em 30 dias, deverá apresentar um plano de recuperação institucional e econômico-financeira.

Além disso, o IBMP deve investir para concluir uma nova fábrica da FAP em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. A previsão é de que a nova unidade só entre em funcionamento em dois ou três anos.

Enquanto as obras não terminam, a Fiocruz deve negociar um acordo com uma fábrica espanhola de vacinas. A ideia é que essa planta industrial da Espanha produza temporariamente a vacina da FAP, já a partir do segundo semestre de 2024.

“Não se trata de importar vacina de outro fabricante. É a mesma vacina BCG da FAP que, em vez de ser produzida no Rio de Janeiro, teria uma unidade de produção na Espanha. Estaríamos apenas transferindo temporariamente a produção para um novo local, até a planta de Duque de Caxias estar finalizada”, explica o diretor-presidente do IBMP, Pedro Barbosa

A Anvisa ainda precisa inspecionar a fábrica espanhola para autorizar a produção dos imunizantes no local. (Com informações da Agência Brasil)

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