Queda de nascidos vivos aponta tendência das mulheres relativa à maternidade

Dados recém divulgados pelo IBGE mostram que houve queda de 3,5% no número de nascidos vivos entre 2021 e 2022
quarta-feira, 08 de maio de 2024
por Jornal A Voz da Serra
(Foto: Pexels)
(Foto: Pexels)

A queda consecutiva no número de nascidos vivos no Brasil é crescente desde 2019. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou em março deste ano que, entre 2021 e 2022 houve uma redução de 3,5% na estatística. É cada vez mais comum que mulheres não desejam ser mães ou prefiram postergar a gravidez, uma tendência que é reforçada por questões econômicas e sociais, e passa também pela busca de sucesso profissional e estabilidade financeira. 

Os dados evidenciam o comportamento observado. Em 2022 o Brasil registrou 2,54 milhões de nascimentos, o menor patamar desde 1977. Apenas Santa Catarina e Mato Grosso tiveram aumento. Em comparação, em 2018, foram 2,89 milhões de nascimentos. Segundo a pesquisa “Fertility and Forecasting Collaborators” publicada na revista The Lancet, em 2021, o número anual global de nascidos vivos caiu mais da metade entre 1950 e 2021. A média era de 4,84 e foi para 2,23. 

A redução nas taxas de natalidade e fecundidade podem ter relação com a pandemia da Covid-19, que impactou a demografia no país. Porém, a tendência “NoMo” vem conquistando as mulheres. Trata-se de uma nova geração que não quer ser mãe, ou seja “No Mothers”, que dá origem a expressão viralizada nas redes sociais. 

A média de filhos por mulher, representada pela taxa de fecundidade, também tem caído, e está em 1,64 no Brasil. A projeção do estudo publicado na The Lancet indica que no mundo, a taxa será de 1,83 em 2050, e deve cair para 1,59 em 2100.

Para o especialista em reprodução humana, João Guilherme Grassi, “o ideal é (estatisticamente) 2,1 filhos por casal para manter o tamanho da população, porém a tendência é que nos próximos anos a queda seja progressiva no Brasil, e isso tem relação também com o planejamento familiar e o acesso a métodos contraceptivos”. 

Uma opção de procedimento que permite a mulher não engravidar é a laqueadura. Mas uma questão levantada por especialistas é, caso mude de ideia e decida ter filhos, o que fazer? Grassi explica que o caminho cada vez mais procurado pelas mulheres é o congelamento de óvulos. “A mulher que teve a decisão de não ter filhos pode congelar óvulos e seguir com os métodos contraceptivos”. 

Ter óvulos congelados é considerado uma alternativa porque com o tempo a fertilidade feminina diminui e as chances de ter filhos também. “Dessa forma, caso a mulher mude de ideia (o que acontece com certa frequência) ela poderá recorrer aos óvulos congelados, o que trará chances maiores de sucesso do que tentar espontaneamente dos 40 anos em diante”, ressalta o especialista. 

No período da primeira menstruação a mulher possui cerca de 400 mil óvulos, e a cada mês ocorre a perda de aproximadamente 1000 óvulos, sendo que um deles é escolhido para ovular e os outros são descartados automaticamente pelo corpo. Para congelar os óvulos o primeiro passo é passar por consulta com especialista e realizar exames específicos sobre a reserva ovariana e outros fatores que podem afetar a saúde reprodutiva, como dosagens hormonais e exames de imagem.

A medicina tem sido aliada da tendência de postergar a gravidez, mas Grassi conclui que o congelamento não é uma garantia, “é uma forma de preservar as condições dos óvulos para posterior fertilização in vitro, não significa que a mulher terá 100% de chance de engravidar. O melhor caminho sempre é o planejamento consciente, sem postergar demasiadamente a gestação”.

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