“O sono é essencial para saúde física e mental” é o tema de 2023

“O sono é um estado temporário de supressão da vigília em que ocorre redução do metabolismo, acompanhado de relaxamento muscular e redução da atividade sensorial”
terça-feira, 04 de abril de 2023
por Ana Borges (ana.borges@avozdaserra.com.br)
(Foto: Pexels)
(Foto: Pexels)

A data é uma iniciativa da Associação Mundial de Medicina do Sono, criada em 2008, nos Estados Unidos, com o objetivo de reunir profissionais de saúde para discutir e trocar informações sobre o assunto. É comemorada anualmente, sempre na última sexta-feira antes do equinócio — o de outono para o hemisfério sul e o de primavera para o hemisfério norte. Este ano, no Brasil, ocorreu no dia 17 de março, e em mais de 80 países, com a finalidade de chamar atenção para a importância do sono regular diário. 

Nesta entrevista, o médico neurologista Renato da Silva Erthal, de Nova Friburgo, aborda o tema que, segundo pesquisa realizada em 2021 pelo Ibope (Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística), 65% dos brasileiros têm baixa qualidade de sono. 

Entretanto, somente 7% das pessoas nessa condição procuram profissionais médicos quando têm dificuldades para dormir. A pesquisa revelou ainda que 34% dos entrevistados afirmam ter insônia, e apenas 21% declararam ter o diagnóstico da doença. 

O que é o sono e por que precisamos dormir?

O sono é um estado temporário de supressão da vigília em que ocorre redução do metabolismo, acompanhado de relaxamento muscular e redução da atividade sensorial. É vital para o equlíbrio homeostático, regularização da função hormonal (exemplos: hormônio de crescimento, cortisol etc), consolidação de memória e depuração de resíduos intracelulares.

O que acontece com o cérebro quando dormimos?

Existem quatro estágios do sono (I,II, III e REM) que normalmente se sucedem em quatro ciclos, o que denominamos de arquitetura do sono. Observa-se alentecimento da atividade bioelétrica, na medida em que aprofundamos o estado sonífero. A fase REM costuma estar mais concentrada na segunda metade e parece estar associada ao sonho.

Por que se recomenda dormir oito horas por dia? 

O período fisiologicamente aceito como normal varia entre seis e oito horas, mas isto pode ser variável, como observamos nos indivíduos chamados de dormidores curtos (5hs/dia) e dormidores longos (9hs). No entanto, considera-se mais importante a qualidade do que a quantidade de sono, e ambas tendem a diminuir conforme avançamos em idade cronológica.

O que significa ter sono depois do almoço, ou mesmo sonolência ao longo do dia, com certa frequência?

Após refeições, principalmente as mais pesadas, ocorre aumento do fluxo sanguíneo para os órgãos ligados à digestão dos alimentos, assim como liberação de subprodutos e alterações bioquímicas que favorecem a sonolência.

Como evitar esse tipo de sonolência?

Refeições mais leves são indicadas para quem nescessita de estado de vigilância/alerta pós-prandial.

Como uma pessoa pode descobrir que tem apneia do sono? 

Avaliação clínica (médica) especializada e polissonografia. A ocorrência de roncos, sonolência diurna, irritabilidade, alteração do humor e dificuldade de atenção/concentração são preditores sensíveis.

O que é insônia e como é o tratamento?

A insônia é uma desordem multifatorial, e portanto sua abordagem e tratamento devem ser individualizados, levando-se em consideração seus subtipos, comorbidades, traços de personalidade, genofenótipo, atividade profissional, entre outros. 

A pandemia de Covid-19 provocou aumento da insônia? Se sim, em que proporção?

Observou-se aumento de patologias de ordem psquiátrica e de distúrbios do sono após a recente pandemia de Covid-19, porém não dispomos ainda de dados estatísticos confiáveis em termos de prevalência. 

Cerca de 65% dos brasileiros têm baixa qualidade de sono mas pesquisa revela que apenas 7% procuram ajuda médica

A insônia atinge pessoas de todas as idades e classes sociais, e apesar de ser um problema comum, que afeta concentração e memória, além de aumentar o risco de hipertensão, doença coronariana, diabetes e câncer, poucas pessoas procuram o diagnóstico correto e, em consequência, seu tratamento.

Essa é a principal conclusão de uma pesquisa realizada pelo Ibope, encomendada pela biofarmacêutica Takeda, em 2021, que procurou mapear a qualidade do sono dos brasileiros e a busca dessas pessoas por ajuda médica. A pesquisa Mapa do Sono dos Brasileiros realizou 2.635 entrevistas no Brasil com homens e mulheres maiores de 18 anos, das classes A, B e C.

O estudo aponta que 65% dos brasileiros têm baixa qualidade de sono. Entretanto, somente 7% das pessoas nessa condição procuram profissionais médicos quando têm dificuldades para dormir. A pesquisa revelou ainda que 34% dos entrevistados afirmam ter insônia, porém apenas 21% declararam ter o diagnóstico da doença.

Antes de procurar ajuda profissional, as pessoas que responderam à pesquisa afirmaram que, para enfrentar as dificuldades com o sono, procuram tentar dormir e acordar no mesmo horário ou mais cedo e, ainda, ter uma alimentação mais saudável. A busca pelo médico ficou à frente apenas para parar de beber ou fumar e reduzir medicamentos.

Apesar da baixa procura por médicos, a maioria dos entrevistados (83%) reconhece que a insônia é uma doença. Entretanto, 77% dessas pessoas afirmam que o distúrbio é consequência de outras enfermidades, ou seja, desconhecem insônia como doença específica que precisa de tratamento. (Fonte: summitsaude.estadao.com.br)

A insônia afeta tanto a qualidade quanto a quantidade do sono

  • Entre as principais causas estão o estresse do cotidiano, maus hábitos alimentares, ansiedade e depressão. Um dos fatores que mais atrapalham o indivíduo a ter uma noite bem dormida é o celular.

  • A luz azul da tela do aparelho acarreta um desajuste no relógio biológico. Durante o dia, os comprimentos de onda deste tipo de iluminação pode estimular a atenção, o tempo de resposta e até o humor; no entanto, os efeitos são danosos à noite.

  • O relógio biológico é influenciado por diversos fatores, como a temperatura, as estações do ano e, principalmente, a luz. As pessoas que costumam passar noites em claro têm ciclos maiores, enquanto o ritmo circadiano de quem dorme cedo é menor.

  • A exposição à luz do celular à noite prejudica o sono porque o tipo de iluminação proveniente da tela do dispositivo corta a secreção de melatonina, um hormônio liberado pela glândula pineal que age diretamente nos padrões de sono.

  • Deve ser  evitado o uso de celulares à noite até pelo menos duas a três horas antes do horário se dormir. Caso trabalhe à noite ou use vários aparelhos eletrônicos com tela luminosa, é recomendado baixar um aplicativo que filtre a iluminação azul ou verde do smartphone ou use óculos bloqueadores. (Fonte: Clínica do Sono - Neuromax)

Serviço

Clínica do Sono - Neuromax

Os agendamentos podem ser realizados de segunda a 

sexta-feira pelos telefones (22) 2521-1187 e (22) 2521-1199 

Whatsapp: (22) 99258-7412, ou diretamente na clínica: 

Rua General Osório, 4, Ed. Centro Médico, sala 206

Foto da galeria
Médico neurologista Renato da Silva Erthal
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