Fenômeno La Niña chega ao fim após três anos de duração

Impactos foram irreversíveis nos últimos anos para o setor agrícola, com a seca e elevadas temperaturas no Sul, impactando na safra de grãos
sexta-feira, 17 de março de 2023
por Jornal A Voz da Serra
(Foto: Pexels)
(Foto: Pexels)

O fenômeno La Ninã chegou ao fim após três anos de duração, conforme previsto pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet*) em notícia publicada em fevereiro. A informação foi confirmada pela Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA) no dia 9 de março. Com isso, a expectativa é que o oceano Pacífico permaneça em neutralidade durante o outono e início do inverno de 2023 no Hemisfério Sul.

Temperaturas mais baixas do que o normal no Pacífico tropical caracterizam o fenômeno La Niña. No entanto, em fevereiro deste ano, as temperaturas abaixo da média da superfície do mar enfraqueceram, ou seja, aqueceram e, atualmente, persistem apenas no Pacífico central. Por outro lado, em parte do Pacífico oriental, elas ficaram significativamente acima da média.

Ao todo, foram três primaveras consecutivas sob influência do La Niña. O evento atingiu a categoria de nível moderado em alguns meses de 2021, mas, desde setembro daquele ano, permaneceu com intensidade fraca.

Em dezembro de 2022 e janeiro de 2023, os valores de anomalia das temperaturas da superfície do mar (TSM) foram de -0,8°C e -0,7°C, respectivamente, permanecendo na categoria de intensidade fraca. No início de fevereiro deste ano, os valores de anomalia ficaram em torno de -0,5°C, o que já mostrava o enfraquecimento progressivo do evento.

Neutralidade do Oceano Pacífico

Com o fim do fenômeno, as previsões dos modelos de TSM indicam uma transição do La Niña para uma condição de neutralidade nos próximos meses. A condição de neutralidade no Oceano Pacífico Equatorial deve permanecer durante o outono e início do inverno.

As previsões a mais longo prazo indicam um aumento nas chances de configuração de um evento de El Niño entre o final do inverno e início da primavera de 2023. Porém, é importante ressaltar que, quanto mais distante o alcance das previsões, maiores são as incertezas.

La Niña e El Niño

O La Niña é um fenômeno oceânico caracterizado pelo resfriamento das águas superficiais de partes central e leste do Pacífico Equatorial e de mudanças na circulação atmosférica tropical, impactando os regimes de temperatura e chuva em várias partes do globo, incluindo a América do Sul. 

Já no El Niño, ocorre o aquecimento das águas superficiais em áreas do Oceano Pacífico Equatorial.

NOAA aponta para 60% de chance de El Niño no inverno do Brasil

Após três anos de atuação trazendo inúmeros problemas para a produção agrícola do Brasil, o La Niña oficialmente, foi embora. "O sistema de oceano-atmosfera do Pacífico tropical passou para neutro, permitindo que a NOAA emita seu “Aviso final sobre La Niña", destacou a publicação oficial. 

No Brasil, os impactos da La Niña foram irreversíveis nos últimos anos. Além da seca e temperaturas mais elevadas no Sul, que impactou diretamente na safra de grãos, na alimentação para o setor de granjeiros e até mesmo no abastecimento para a população, os três anos de La Niña trouxeram impactos negativos nas últimas safras de café, laranja e hortifruti de modo geral. Todos os setores ainda buscam uma recuperação efetiva para voltar a normalidade na produção. 

A partir de agora, as atenções se voltam para a chance de um El Niño podendo alterar o regime de chuvas já no segundo semestre de 2023. "Muitos de nossos modelos climáticos de computador estão prevendo uma transição para o El Niño ainda este ano. Nosso consenso de previsão reflete o aumento da chance de El Niño, com chances em torno de 60% no outono", afirma a última análise. 

O NOAA destacou ainda que os próximos meses serão determinantes para a confirmação do novo fenômeno climático. O período atual, de acordo com a publicação, é justamente quando os modelos têm mais dificuldade em fazer previsões precisas. (Fonte: www.noticiasagricolas.com.br) (*O Inmet é um órgão do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e representa o Brasil junto à Organização Meteorológica Mundial (OMM) desde 1950)

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