Estudo vai mostrar os impactos sociais da pandemia

Pesquisa do Ministério da Ciência e Tecnologia terá como foco os profissionais de saúde e grupos vulneráveis
sexta-feira, 10 de julho de 2020
por Jornal A Voz da Serra
A pesquisa será dividida em duas frentes de trabalho - uma voltada para os profissionais de saúde e a outra para os grupos vulneráveis (Foto: Freepik)aos idosos
A pesquisa será dividida em duas frentes de trabalho - uma voltada para os profissionais de saúde e a outra para os grupos vulneráveis (Foto: Freepik)aos idosos

A pandemia da Covid-19 tem implicações que vão além das questões de ordem biomédica e epidemiológica, provocando efeitos, também, nos campos social, econômico, político, cultural e histórico. É com o olhar voltado para todos esses aspectos que pesquisadores de diversas instituições de pesquisa do país estão envolvidos em um estudo que irá investigar os impactos da doença sobre a população. A pesquisa terá como foco os profissionais de saúde e grupos vulneráveis, como idosos em isolamento social, motoristas de aplicativos, pessoas que trabalham com entregas em domicílio e profissionais do meio artístico.

Encomendado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), o estudo está sob coordenação dos pesquisadores Jean Segata, do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), e Denise Nacif Pimenta, da Fundação Oswaldo Cruz em Minas Gerais. O projeto intitulado “A Covid-19 no Brasil: análise e resposta aos impactos sociais da pandemia entre profissionais de saúde e população em isolamento” integra a Rede Covid-19 Humanidades, criada para mobilizar cientistas de diferentes áreas das ciências sociais e humanas e de institutos e universidades de diversas regiões do Brasil, visando produzir conhecimentos que permitam compreender os impactos da pandemia no Brasil. 

Também fazem parte da rede os pesquisadores Gustavo Matta, da Fiocruz; Marcia Grisotti, do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia Brasil Plural-UFSC; Marko Monteiro, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp); e Dalton Lopes Martins, da Universidade Federal de Brasília (UnB). O estudo será realizado em municípios de 11 estados, com o intuito de verificar as diferentes formas de como a doença é vivenciada.

“Uma das questões fundamentais para se refletir é que, quando há uma pandemia, não significa que ela seja vivenciada de forma igual, homogênea, universal. A despeito de a Covid- 19 ser uma doença com uma mecânica biológica padronizada, a maneira como ela se revela socialmente é diferente e depende de uma série de questões. E este estudo, por estar na área das ciências humanas sociais, é uma oportunidade interessante para buscar entender as diferentes experiências da população em relação à doença”, explica o pesquisador Jean Segata, da UFRGS.

Segundo ele, a base da Rede Covid-19 Humanidades, que está responsável por este estudo, é a Rede Zika Ciências Sociais da Fiocruz, criada em 2016, em decorrência da epidemia de zika vírus. Dessa forma, é composta por pesquisadores que já vinham trabalhando em parceria e trazem um acúmulo de experiências que será importante para a realização de uma pesquisa com essa abrangência.

Como será a pesquisa 

A pesquisa será dividida em duas frentes de trabalho. Uma delas estará voltada para os profissionais de saúde, tendo por objetivo verificar os efeitos da pandemia em diferentes contextos de atuação e níveis de exposição à doença. “Um dos objetivos é mapear e compreender a difícil e complexa realidade pelo qual os profissionais de saúde estão se articulando para enfrentar a pandemia. Almeja-se desenvolver estratégias de fortalecimento da Atenção Primária em Saúde, no contexto do Sistema Único de Saúde (SUS) na resposta à Covid-19, focando em seu papel de translação do conhecimento biomédico e social. Além disso, aspectos éticos, relações de gênero, etnicidade e interseccionalidades também serão explorados”, explica a pesquisadora Denise Nacif Pimenta.

A outra frente está voltada para os grupos vulneráveis, que inclui idosos, motoristas de aplicativos, entregadores em domicílio e profissionais do meio artístico. No caso dos idosos, o estudo pretende focar naqueles que tinham uma vida social ativa e que, diante da pandemia, estão com a rotina alterada devido ao isolamento social. Em relação aos motoristas de aplicativos e entregadores em domicílio, a intenção é jogar luz sob este grupo que já vivia em uma situação de precariedade do trabalho mesmo antes da pandemia, com rotinas produtivas que duram até 15 horas. Já no que se refere aos artistas, o objetivo é avaliar os impactos da pandemia entre os que ficaram sem trabalho, os que estão precisando se reinventar e também entre os que já têm uma carreira consolidada e estão desenvolvendo ações para aliviar as tensões, por meio de lives.

 

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TAGS: pandemia