Até 2,5 milhões podem ter glaucoma, diz sociedade médica

Simpósio internacional vai elaborar proposta de tratamento
quinta-feira, 09 de março de 2023
por Jornal A Voz da Serra
(Foto: Pexels)
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Apontado como principal causador de cegueiras irreversíveis, o glaucoma é um mal silencioso que pode afetar até 2,5 milhões de pessoas com mais de 40 anos no Brasil, segundo a Sociedade Brasileira do Glaucoma (SBG). O mais preocupante, segundo o oftalmologista Roberto Galvão Filho, presidente da SBG, é que 70% dessas pessoas não sabem que sofrem com a doença, que pode ser definida como uma elevação da pressão intraocular que danifica o nervo óptico.

"Dispomos dos melhores diagnósticos e tratamentos do mundo no Brasil. A dificuldade que a gente tem é que o paciente com o glaucoma chegue até nós. O glaucoma não dói e, na maioria das vezes, não tem nenhum sintoma. O defeito que o glaucoma causa começa na periferia visual para depois ir para o centro do olho, mas mesmo assim o paciente não percebe que está perdendo a visão. Quando ele se dá conta de algo errado, até 60% do nervo ótico já foi destruído", observa o oftalmologista.

A dificuldade de se comunicar com a população para alertar sobre os riscos do glaucoma e novas formas de tratamento estão entre os temas que a SBG vai discutir no 20º Simpósio Internacional, que acontece desta quinta-feira, 9, a sábado, 11, em Porto de Galinhas, na Bahia. Cerca de 500 especialistas de todo o Brasil devem participar do evento.

"Para tratar bem, temos que saber onde está o glaucoma, que tipo de glaucoma atinge mais o brasileiro e em que faixa etária ele é mais severo. Precisamos fazer essas avaliações e definir qual é o melhor tipo de tratamento que devemos fazer em cada região do país", anunciou o médico. 

Galvão adianta que um dos objetivos do encontro é elaborar uma proposta de tratamento para ser encaminhada a secretarias de saúde dos estados e ao Governo Federal. "Vai ter região do país em que é mais eficiente o tratamento com colírio. Em outras, pode ser que o melhor seja o tratamento com laser. E vai ter região em que são os dois. Faremos um dia de reunião para conversar sobre isso e tentar criar uma proposta de tratamento que seja a melhor possível para o Brasil", disse.

Fatores de risco

O médico alerta ainda que é preciso estar atento a fatores de risco para o glaucoma – o principal deles é haver histórico na família. Ele afirma que a doença é mais incidente em pessoas negras e afrodescendentes, pessoas com diabetes e hipertensão, com miopia, e usuários de remédios à base de corticóide.

"Independentemente de qualquer coisa, o ideal é ir ao oftalmologista uma vez ao ano. E, no consultório, conseguimos detectar o glaucoma em fases mais precoces, quando é mais fácil tratar", acredita o oftalmologista.

Os tratamentos do glaucoma em fase inicial, com colírio ou laser, tem por objetivo baixar a pressão no olho e mantê-la sob controle lentamente. Quando a doença está mais avançada, muitas vezes é preciso uma intervenção cirúrgica para baixar a pressão de forma mais abrupta.

"A maioria dos pacientes com glaucoma são idosos, embora a doença possa aparecer em qualquer idade, desde bebês. Ele começa a ser mais comum a partir dos 40, e tem seu pico de incidência entre os 60 e 70 anos". (Agência Brasil)

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