Anarriê: depois de 2 anos, igrejas e escolas voltam a promover festas juninas

Arraiás agitam os fins de semana deste mês com danças, enfeites e comidas típicas
sábado, 11 de junho de 2022
por Christiane Coelho, especial para A VOZ DA SERRA
Anarriê: depois de 2 anos, igrejas e escolas voltam a promover festas juninas

Foram dois anos sem poder reunir as pessoas em torno das fogueiras, barraquinhas de cachorro quente e quentão, sem poder brincar de pescaria, sem enfeitar o ambiente com bandeirinhas e sem dançar a quadrilha. Junho de 2022 tem um gostinho especial, de reencontro com a cultura e tradição e com as pessoas.

Muitas escolas estão se preparando para retomarem os festejos juninos. Em algumas, a festa já acontece neste fim de semana. Uma delas, no centro da cidade, dividiu a festa em dois dias para evitar aglomeração. “Esse ano será ainda mais festejado, pois ficamos dois anos sem essa comemoração, que propõe alegria e socialização. Com um toque especial de amor em cada preparo das comidas típicas, arrumação das barracas e o cuidado de sempre, com acolhimento. Todos vão se divertir, com muita animação”, celebra Sonia Regina Ganen, diretora da escola.

Os alunos também estão na expectativa para a dança da tradicional quadrilha. Vestidos coloridos e camisas xadrez já estão sendo providenciados, com muita expectativa e ansiedade para o tão esperado dia. “É muito bom poder voltar às festas depois de tanto tempo. Eu, por exemplo, nunca deixei de participar de uma festa sequer e poder voltar no meu último ano da escola é de uma felicidade inexplicável. As comidas típicas, as brincadeiras, as roupas e danças fazem a comemoração ser uma das minhas épocas preferidas do ano, além de ser o resgate de um tradição importantíssima para o nosso país”, comemora a aluna do terceiro ano, Maria Rita Coelho Faez.

Resgate da tradição e reencontro com as pessoas

A importância desse retorno de festas e comemorações como as juninas, vai além da tradição. Para a psicóloga clínica e escolar Nicolly Boêta (foto), da escola Pensi, é um tema muito rico para a escola trabalhar, além de ser uma oportunidade de construção de memória afetiva. “As festas tradicionais são como os ritos de passagem que a gente tem na sociedade. Elas têm um impacto muito importante na nossa vida, na construção de afetos, na manutenção da cultura, na construção das memórias. É um tema que permeia muitos aspectos e não acontece somente no dia da festa junina, tem toda uma preparação com os alunos”, explica.

Semanas antes da festa, já se começa o movimento para escolha dos pares, da música, preparo e ensaio da quadrilha. O tema é trabalhado em diversas disciplinas, como história e arte. A escola é enfeitada e estruturada para se transformar em um arraial. “Para as crianças e adolescentes é importante, pois as festas enriquecem o conhecimento deles quanto aos costumes desse tipo de comemoração, além de promover uma integração agradável entre os alunos, seus familiares e corpo docente”, enfatiza Sônia Ganen.

Igrejas voltam com festas dos santos

As festas tradicionais não são só nas escolas. Junho também é o mês de Santo Antônio, São João e São Pedro, os santos mais populares entre os brasileiros. Após dois anos sem os tradicionais festejos juninos, devido ao período mais crítico da pandemia de Covid-19, as festas desse ano incluem programação religiosa e social e já estão sendo programadas. A de Santo Antônio, inclusive, já acontece neste fim de semana (veja programação na página 6 desta edição).  

Festas com medidas de proteção e vacinação

Para a médica infectologista, Patrícia Hottz (foto), com os devidos cuidados e ampla vacinação da população é momento de celebrar as festas juninas. “Devemos preferir eventos em espaços sem aglomeração, amplos, abertos e bem ventilados. Manter a higiene frequente das mãos. As pessoas com comorbidades, que aumentam o risco de agravamento por infecções respiratórias, ou não vacinadas devem evitar esses eventos ou manter uso de máscaras faciais. Pessoas com quaisquer sintomas gripais não devem frequentar festas, mas sim fazer isolamento em casa até a testagem para Covid e melhora dos sintomas”, explica ela.

Patricia ainda enfatiza a importância do uso de máscaras em locais fechados e da vacinação. “Eu como infectologista, recomendo uso de máscaras faciais em ambientes fechados neste momento de aumento dos casos de Covid e de outras infecções respiratórias, especialmente por pessoas não vacinadas ou do grupo de risco para agravamento por Covid. Reforço a importância da vacinação completa (com todas as doses recomendadas pelo Ministério da Saúde) contra Covid e Influenza. A ampla vacinação da população é a melhor forma de evitar o agravamento e morte por estas infecções e a saturação dos leitos hospitalares, neste período em que geralmente já há sobrecarga do sistema de saúde”, finaliza ela.

 

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