Acabou a pandemia mas o home office ainda é uma opção para muitos profissionais

Com o avanço da pandemia da Covid-19, o mundo precisou se adaptar às mudanças e ao distanciamento social. Assim se popularizou a modalidade de home office também no Brasil, realizado de forma online e sem precisar sair de casa.

Os trabalhadores e empresas adeptos dessa nova realidade garantem que com organização, disciplina e responsabilidade, é possível obter ótimos resultados trabalhando dessa forma. Esse regime trabalhista já está em vigor há alguns anos, mas o mercado de trabalho brasileiro apenas adotou a ideia com a determinação do distanciamento social, uma medida protetora para combater a pandemia da Covid 19. 

Mesmo após a liberação do trabalho presencial ou híbrido, muitos profissionais e empresas ainda preferem esse regime. Segundo dados de levantamento feito pela Bare International, em 2021, cerca de 70% dos trabalhadores nacionais não tinham a intenção de retornar ao trabalho presencial. Quando questionados sobre a preferência por esse modelo, o mais apontado foi a possibilidade de dividir de maneira mais racional o tempo para outras atividades, como estudos, estar com a família e amigos. 

Além disso, não precisar se deslocar até o trabalho, dispor de mais conforto em casa e ter maior eficiência, foram outros motivos mais citados por aqueles que não querem abandonar o home office, justamente ao lembrar das horas perdidas todos os dias no trânsito, tanto na ida quanto na volta do trabalho, e chegar tarde da noite em casa. 

Contudo, o trabalho fora do escritório deixou de ser uma novidade e evoluiu para preferência de trabalhadores. Segundo levantamento do blog Carreira & Sucesso, da Catho, a busca por oportunidades que abrangem o home office aumentou 150%, em 2022.

Vantagens e desvantagens

Trabalhar sem sair de casa pode ser bom para alguns trabalhadores, mas nem sempre os pontos são só positivos. Há vantagens e desvantagens do regime home office. Confira:

Vantagens

1. Economia com transporte;

2. Rotina mais saudável sem passar horas no trânsito;

3. Mais tempo e proximidade com a família; 

4. Aumento de produtividade no trabalho;

5. Redução de custos com alimentação fora de casa;

6. Autonomia sobre as horas trabalhadas;

7. Qualidade de vida.

Em muitos casos, o trabalho fora do escritório pode proporcionar uma vida mais saudável. Com a agenda programada pelo funcionário e em conjunto com gestores, poderá sobrar tempo para adquirir novos conhecimentos em cursos online.   

Além disso, grande parte dos trabalhadores afirmam que conseguiram aumentar sua economia com a modalidade home office. Foi o que apontou uma pesquisa realizada pela Deel, startup de gestão de contratos e pagamentos internacionais.

Esse levantamento mostrou que 76% dos participantes afirmam que o trabalho remoto desenvolveu um melhor equilíbrio entre a vida profissional e pessoal. Para 35%, foi possível encontrar o trabalho desejado remotamente e, neste caso, o percentual entre homens é de 38%, enquanto entre as mulheres é de 30%. Com isso, trabalhar sem sair de casa pode acarretar em ganhos financeiros e até mesmo no crescimento profissional. 

Desvantagens

Por outro lado, trabalhar sem sair de casa pode trazer desconforto e desafios para algumas pessoas, como:

1. Excesso de carga de trabalho;

2. Falta de atualização profissional em processos gerenciais;

3. Isolamento social;

4. Aumento da procrastinação;

5. Aumento de custos nas contas da casa; 

6. Abalo emocional, pois é mais difícil se desligar do trabalho;

7. Desenvolvimento da depressão e ansiedade.

Para muitos profissionais, ter uma rotina estabilizada e com ambientes diferentes, é o que os motiva para o sucesso. Por isso, trabalhar somente dentro de casa, pode ser um desafio para quem está acostumado com escritórios. Após um ano de pandemia, um estudo feito pela Fundação Dom Cabral, notou as três maiores dificuldades do trabalho em casa, que são: 

• Maior volume de horas trabalhadas, apontado por 24%; 

• Dificuldade de relacionamento e dificuldade de comunicação, ambas com 16%; e para 14% dos respondentes; 

• Desequilíbrio com demandas pessoais e demandas profissionais é também uma das questões presentes.

Mesmo com o conforto proporcionado pelo lar, muitas pessoas se deparam com o desafio da reclusão e da separação entre um cenário profissional e pessoal, que também pode levar à desmotivação para o home office. Enfim, são muitos os prós e contras.

Pesquisas e números

A experiência com o home office serviu como um grande laboratório para uma forma de trabalho que já vinha ensaiando os primeiros passos, com algumas empresas permitindo o chamado home office eventual. Passada a pandemia, os escritórios até voltaram a ficar cheios, mas a modalidade está longe de retomar os níveis verificados antes da crise sanitária.

Segundo um estudo elaborado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), o percentual de empresas que adotam o sistema passou de 58% em 2021 para 33% em 2022. A pesquisa revela que 34% dos trabalhadores prestam serviço de forma remota ou híbrida (semipresencial) — eram 55% no ano anterior. Antes da pandemia, cerca de 7% das empresas tinham empregados trabalhando a distância.

Os números fazem parte de uma pesquisa baseada nas sondagens empresariais e do consumidor, do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da FGV, feito entre outubro de 2021 e de 2022. (Informações de O Dia). (Fonte: www.catho.com.br)