Reações

quarta-feira, 11 de março de 2020

Para pensar:
“A liberdade é o direito de fazer o próprio dever.” Auguste Comte

Para refletir:
“O vitorioso tem muitos amigos; o vencido, bons amigos.” Provérbio mongol

Reações

Pouco após o fechamento da edição de terça-feira, 10, a coluna teve contato com o projeto de decreto legislativo elaborado pelo gabinete do vereador Zezinho do Caminhão e assinado também pelos vereadores Wellington Moreira, Marcinho Alves, Johnny Maycon e Professor Pierre, com o intuito de sustar os efeitos do decreto 450 do prefeito Renato Bravo determinando que “no prazo de até 90 dias, o pagamento da tarifa única do Serviço Público de Transporte Coletivo de Passageiros do Município de Nova Friburgo seja efetuado exclusivamente por meio eletrônico, com a utilização de bilhetes smart card e de outras modalidades a serem oportunamente implantadas.”

Previsível

A reação era previsível, e até mesmo inevitável, diante da falta de razoabilidade da medida tomada pelo Palácio Barão de Nova Friburgo de forma unilateral, sem qualquer consulta à população.

Já na manhã desta terça-feira, 10, o diretor da empresa Faol, Paulo Valente, entrou em contato com o colunista, como sempre faz em situações que demandam esclarecimentos, para acrescentar detalhes de grande relevância a essa história.

Quadro diferente

“Com relação aos turistas e usuários eventuais: pelo que já conversamos com as operadoras de cartões, na ampliação da rede de vendas serão colocados pontos de atendimento nas rodoviárias Norte e Sul. Além disso, os motoristas portarão cartões para venda aos usuários ocasionais. Ninguém terá seu direito de ir e vir desrespeitado ou será recusada a moeda nacional. Apenas será feito maior controle.”

Paulo acrescentou que Santos, Campinas, Sorocaba, Ribeirão Preto, São José do Rio Preto, Praia Grande, São José dos Pinhais, Goiânia, Maringá, Joinville, Campo Grande, Uberaba e Marília já possuem legislações similares.

Voltando atrás

O cenário descrito pelo diretor da Faol é bastante diferente daquele expresso na redação original do decreto, que é bem clara ao dizer que o pagamento das passagens seria exclusivamente por meio eletrônico.

Logo em seguida a prefeitura divulgou uma errata na qual afirma que no decreto 450, publicado no último sábado, 7, exclusivamente no Diário Oficial eletrônico, no site da prefeitura, e que trata sobre o pagamento da tarifa única do serviço público de transporte coletivo urbano, por meio de bilhetagem eletrônica, faltou a apresentação do Parágrafo Único, devido à um equívoco no momento de envio do arquivo. 

“A Prefeitura de Nova Friburgo lamenta o ocorrido e informa que irá republicar o decreto por incorreção. Nele estará incluído o Parágrafo Único.”

Segue

“Em oportuno, aproveita para esclarecer que no Parágrafo Único consta a informação de que o Sistema de Bilhetagem Eletrônica não exclui o pagamento da tarifa em espécie para utilização do serviço.”

“O objetivo da implantação do sistema é contemplar outras formas de pagamento da tarifa, ou seja, além do pagamento que já é feito em espécie e por meio do Fricard, o usuário poderá ainda fazer o pagamento da passagem de ônibus por meio de cartões de crédito ou débito, de todas as bandeiras.”

Emenda e soneto

O grande problema que temos hoje em dia em Nova Friburgo é que repetidas vezes somos obrigados a não levar a sério o que nos é dito por quem foi eleito para gerir os rumos da cidade que amamos, e onde plantamos nossas vidas.

Ora, então quer dizer que faltou um parágrafo único que contraria frontalmente o que foi dito no artigo 1º?

Como reivindicar alguma credibilidade agindo assim?

E notem que o decreto data de 4 de fevereiro, mas só foi publicado no dia 7 de março. E mesmo com todo esse tempo ele ainda sai dessa forma?

Mãe Joana

O leitor sabe, ou deve imaginar, que o poder público talvez não seja satisfatório para muitos, mas é uma verdadeira mãe para alguns poucos escolhidos.

Atualmente, por exemplo, vivemos uma era de fartas incorporações.

Tem gente por aí, acredite, com salário maior que o do prefeito.

E tem também vereador que pediu demissão como maqueiro em 2007 e agora, depois de ter sido secretário de Saúde, tenta pela segunda vez incorporar o salário da função, alegando que foi coagido a pedir demissão.

Teia

A coluna alertou, dias atrás, para que os leitores ficassem com um olho na votação das contas da prefeitura e outro na divulgação de exonerações em Diário Oficial, porque a velha política não tem pudores ao expor a natureza mercantilista de muitos cargos de confiança.

Pois bem, tão logo o vereador Joelson do Pote (PDT) votou de forma contrária ao pedido de vistas na sessão que deveria ter julgado as contas de 2018, seu pai, o ex-vereador Manoel do Pote, deixou de ser subprefeito de Campo do Coelho.

Contrapartida

É bem verdade que a saída de Manoel já era esperada, uma vez que o PDT confirmou a pré-candidatura de Wanderson Nogueira a prefeito.

Ainda assim, isso não muda a impressão de que o governo espera claras contrapartidas em troca de composições que deveriam ser técnicas e apolíticas, caso a prioridade fosse o interesse coletivo.

E também reforça que a atual gestão alimenta esperanças eleitorais para este ano.

Vem mais?

E houve ainda uma terceira mudança no primeiro escalão do governo.

Após anunciar mudanças de comando na Secretaria de Política Sobre Drogas e na subprefeitura de Campo do Coelho, o governo anunciou também que Marcelo Soares deixou a Subprefeitura em Olaria, devolvendo-a a Claudio Pereira, que havia sido o primeiro titular do cargo.

A depender do que venha a acontecer no próximo dia 17, ou durante as negociações que antecedem a data, novas mudanças podem acabar se somando a essas.

 

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