Reconciliação: justiça, misericórdia e paz se abraçarão!

A Voz da Diocese

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Buscando trazer uma palavra de paz e evangelização para a população de Nova Friburgo.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2022

O Dia Diocesano da Reconciliação instituído pelo nosso Bispo D. Luiz Antonio Lopes Ricci, celebrado no último dia 16, em todas as paróquias, nos propõe um momento e um espaço para a reconstrução dos laços de unidade, perdoando e sendo perdoado, superando mágoas e ressentimentos, resgatando o espírito fundamental do respeito à dignidade de cada pessoa humana de "imagem e semelhança" do Criador, de filha de Deus.

Um oportuno e necessário gesto concreto de reaproximação, de refeitura dos laços das amizades, da união familiar, da fraternidade da comunidade, da Igreja, da comunhão bela de um só povo e nação, em busca do Bem comum.

E sabemos que "a paz é fruto da justiça" (Is 32,17), da verdade, da conversão e conformação de nossas vidas e consciências à vontade do nosso Deus amoroso. Sobre esta temática falam os vários e ricos textos do tempo litúrgico do advento, que prepara o nosso coração para a segunda vinda do Senhor (até o dia 16 de dezembro) e, mais proximamente, a primeira vinda do Messias-Salvador, o seu luminoso Natal, quando o Verbo divino, solidário a nós, se encarna, assumindo a nossa natureza, para libertar-nos de nossos pecados, egoísmo e soberba (de 17 a 24 de dezembro). Nasce na simplicidade de uma manjedoura, com a humildade do casal de Nazaré, da doação e fidelidade do justo São José, na entrega total de amor da Santíssima Maria, a grande Mãe da Luz e da Graça que se tornou, como serva fiel, Mãe de toda a humanidade, da Igreja.

A justiça de São João Batista ao preparar o caminho do Senhor, como aquela voz que clama no deserto, promoveu a chegada do Príncipe da Paz, como anunciava o Profeta Isaías (cf Is 9,6). A perseverança de um homem sólido, autêntico e sua pregação e batismo de conversão, respaldados pela sua vida e testemunho austero de santidade, aplainou as estradas do Senhor Salvador. O santo (qadosh em hebraico) é aquele que pratica a justiça (sedaqá) e o direito (tsadiq). Portanto, o justo que também é santo é aquele que, com sua consistência da caridade, constrói as veredas de um mundo mais pacificado, com aquela "tranquilitas ordinis" de que nos fala Santo Agostinho.

A paz é a tranquilidade da ordem de todas as coisas, aquela preservação, proteção e mesmo o resgate da ordem original da criação, a concórdia da harmonia e respeito à natureza, à casa comum, aos outros irmãos, aos direitos humanos, sociais, no amor à verdade, no diálogo enriquecedor, na partilha fraterna, no amor ao próximo, como nos ensinou Jesus, também e, principalmente, no abraço misericordioso aos mais necessitados, aos mais perdidos e doentes, os mais abandonados, pecadores, marginalizados e excluídos. Justiça e misericórdia se abraçam, na justiça-santidade da Nova Aliança, o dar a vida, perdoando, sem julgar, nem condenar, reintegrando sempre os que mais se afastaram da proposta do Pai, iluminando-os com o Espírito, abrigando-os todos no Coração Amorosíssimo de Cristo que com seu sangue já os lavou no alto da cruz, morrendo por eles e por nós, todos feridos pelos próprios pecados.

Sempre que pavimentarmos este caminho de reconciliação com Deus, com a nossa consciência e identidade, com a nossa dignidade, com os irmãos e com toda a criação, vendo em cada rosto, especialmente o mais sofrido, o próprio Jesus, então fazemos acontecer o Natal verdadeiro e profundo: Cristo que nasce dentro de nós, o Amor que se encarna em nossa história, que nos eleva e nos faz cada vez mais filhos do céu, na fraternidade que partilha, na solidariedade que promove, no gratuito amor que perdoa, que edifica e que liberta. Feliz Reconciliação! Feliz Natal!

Pe. Luiz Cláudio Azevedo de Mendonça

Chanceler da Diocese

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