Uso de celulares por crianças e adolescentes

Governo Federal lança guia com recomendações
quarta-feira, 19 de março de 2025
por Jornal A Voz da Serra
(Foto: Freepik)
(Foto: Freepik)

O Governo Federal lançou um guia oficial para o uso consciente de dispositivos eletrônicos, como telefones do tipo smartphone por crianças e adolescentes. O documento traz orientações para familiares, cuidadores e educadores e pode servir de base para políticas públicas nas áreas de saúde, educação, assistência social e proteção à criança e ao adolescente.

Além de recomendações, o guia também alerta para os riscos associados ao ambiente digital, que podem ir do uso excessivo até a exposição de práticas de violência ou de vitimização por crimes. A ideia do governo é que o guia seja abrangente, de acordo com a diversidade de famílias brasileiras, e trabalhe não apenas com o tempo de uso, mas também na diferença dos tipos de uso.

Segundo o documento, um dos fatores que mais contribuem para o uso precoce e excessivo de dispositivos digitais por crianças e adolescentes é a utilização excessiva por parte dos adultos, que são considerados modelos e referências de comportamento.

Recomendações

O documento traz recomendações para as crianças e adolescentes, para as famílias e responsáveis dos jovens, para o setor empresarial, influenciadores digitais e para escolas e sistemas de ensino. Além disso, também traz sugestões para governos e para os sistemas de garantia dos direitos da criança e do adolescente e de defesa do consumidor.

Além de recomendar que crianças com menos de dois anos não usem telas e aparelhos digitais, o guia orienta que crianças com menos de 12 anos não devem possuir aparelhos smartphones próprios e que “quanto mais tarde se der a posse ou aquisição de aparelho próprio, melhor”.

Principais recomendações 

  • O uso de dispositivos eletrônicos, aplicativos e redes sociais durante a adolescência (12 a 17 anos) deve se dar com acompanhamento familiar ou de educadores;

  • O acesso a redes sociais deve observar a faixa etária sinalizada pela classificação indicativa;

  • Estímulo ao uso de dispositivos digitais, para fins de acessibilidade ou superação de barreiras, por crianças ou adolescentes com deficiência, independentemente de faixa etária.

Sugestões para as escolas

- Avaliar criteriosamente o uso de aparelhos, como celulares ou tablets, para fins pedagógicos na primeira infância, evitando seu uso individual pelos estudantes;

- Evitar tarefas pedagógicas que estimulem a posse de aparelhos celulares próprios, bem como o uso de aplicativos de mensagem, por crianças (antes dos 12 anos).

Riscos

O guia faz ainda um alerta para os riscos associados ao ambiente digital, que incluem:

  • Acesso a conteúdos impróprios;

  • Abuso e exploração sexual;

  • Exposição a pessoas desconhecidas e predadores sexuais;

  •  Riscos à privacidade;

  • Cyberbullying;

  • Racismo Algorítmico;

  • Deepfakes e “Sextorsão”;

  • Golpes financeiros;

  • Exposição à comunicação mercadológica;

  • Trabalho infantil;

  • Jogos de apostas online;

  • Exposição à desinformação;

Outro aspecto abordado pelo guia é a educação digital e midiática, ou seja, a necessidade tanto de crianças e adolescentes quanto de adultos de aprender a lidar com o ambiente digital. Este ponto, no entanto, demanda que as escolas incluam o tema em seus currículos.

Já em andamento

Em janeiro deste ano, a presidência da República sancionou lei que restringe o uso de celulares nas escolas. A lei proíbe o uso dos smartphones durante as aulas, mas também no recreio ou nos intervalos entre os cursos. O guia elaborado agora pelo governo vai ao encontro da nova lei e busca complementar e servir de referência para as famílias e escolas.

(Fonte: Gov.br e Portal G1)

 

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