Nesta quarta-feira, 22, a RJ-150, a estrada que liga o centro de Nova Friburgo ao distrito de Amparo, voltou a ser totalmente interditada ao tráfego na altura do quilômetro 6,5, na localidade conhecida como Parada Del Rei. A informação é do Departamento de Estradas de Rodagem do Estado do Rio de Janeiro (DER-RJ), devido ao risco de novos deslizamentos no local, onde uma encosta deslizou e interrompeu as pistas da rodovia na última sexta-feira, 17. Até a manhã desta quarta, o tráfego era escoado em meia pista no local do deslizamento, através do sistema pare e siga.
Para chegar a Amparo, os motoristas têm agora que utilizar a Estrada Velha de Amparo, que de acordo com a prefeitura, está com o trecho na altura da localidade de Refúgio da Pedreira no acesso ao loteamento Tiradentes transitável, mas a lama exige maior atenção para os veículos baixos. A outra opção é contornar pelo Alto do Catete, que está em melhores condições, segundo a prefeitura. O acesso é feito por Furnas, seguindo em direção ao Catete e depois pelo Morro das Contas até chegar a Amparo.
Para a presidente da Associação de Moradores de Amparo (Assamam), Maria Gorete de Oliveira Reis, a queda da encosta foi uma fatalidade oriunda de fatores da natureza, mas de acordo com ela, esse não é o único problema da RJ-150. “Ficamos ilhados aqui em Amparo por falta de ações preventivas. A Assamam já vem solicitando providências com relação a poda e retirada de árvores ao longo da estrada que oferecem riscos desde 2020. A operação tapa-buracos, feita rotineiramente na estrada não tem sido suficiente, visto que após a primeira chuva os buracos surgem novamente e todos ficamos prejudicados. A RJ-150 é a principal via de acesso para os moradores do distrito e, com essa falta de manutenção todos são afetados”, relatou ela.
Ainda de acordo com Maria Gorete, a Defesa Civil atendeu prontamente o chamado, juntamente com o órgão de prevenção de Amparo, o Núcleo de Voluntários em Defesa Civil, que funciona em parceria com a Assamam. “Também estamos tendo total atenção do administrador do distrito, José Luiz”, observou a presidente.
Além de prejudicar os moradores do distrito, a interdição da RJ-150 traz prejuízos aos empreendimentos locais. “Em Amparo temos um Circuito de Turismo Rural conhecido, que recebeu o prêmio do CIETH pelo segundo ano consecutivo de melhor destino de turismo rural do Estado do Rio de Janeiro. Temos a grande preocupação de também poder e o dever de acolher nossos visitantes com segurança. Aguardamos ansiosos que essa ação de finalizar a retirada de toda a lama que deslizou desobstruindo a via de acesso para nosso distrito seja logo concretizada”, disse Maria Gorete.
Apesar do transtorno, a programação de Carnaval de Amparo foi mantida, com a participação do tradicional bloco do distrito Otávio e Carolina, na segunda-feira (20) e terça-feira (21). “Nosso carnaval cultural foi um sucesso. Agradecemos todo apoio da Secretaria de Cultura que enviou as atrações e aos moradores que se mobilizaram e fizeram nosso carnaval acontecer”, disse ela.
O que diz o DER
Em nota o DER-RJ informou que o local, contornado por uma encosta instável, tem recebido interdições constantes devido às quedas de barreiras causadas pelas chuvas diárias nos últimos cinco dias. A nota informou ainda que “o DER-RJ trabalha com o apoio da Defesa Civil.
De acordo ainda com o departamento, nos próximos dias, serão realizados estudos técnicos no local para desenvolver o projeto de obras de contenção de encostas na RJ-150. A nota também informou que “quanto à poda das árvores, a execução depende de ação conjunta com a Defesa Civil, concessionária de energia e órgãos ambientais do estado e do município.”
O que diz a prefeitura
Em nota, a Prefeitura de Nova Friburgo informou que “a Defesa Civil está acompanhando diariamente o trabalho de remoção da barreira, realizado pelo DER-RJ, com a ajuda da Secretaria Municipal de Obras, que está atuando no trabalho com maquinário para a desobstrução da pista, desde o dia da ocorrência. Nesta quinta-feira, 23, um geólogo da Defesa Civil fará avaliação da “cicatriz do deslizamento” e os riscos de possíveis novos escorregamentos no local, visando também orientar tecnicamente projetos de intervenções paliativas para liberação do tráfego nas duas pistas da rodovia e um projeto futuro e definitivo para estabilização da encosta."
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