Por mais que os impactos da enchente de maio de 2024 sejam imensuráveis em termos humanos, sociais e econômicos, já é possível afirmar que não há setor produtivo no Rio Grande do Sul que não tenha sido afetado por este evento histórico.
Empresas, organizações e profissionais, afetados de diferentes maneiras pelas enchentes que assolaram e ainda assolam o RS, promovem ações solidárias
Com o mercado editorial gaúcho não foi diferente. Editoras, livrarias, funcionários, organizações e eventos — como o FiliGram, que anunciou a suspensão da 2ª edição prevista para ocorrer entre 3 e 9 de junho em Gramado — têm recorrido às redes sociais para comunicar seus públicos sobre o impacto da enchente em seu trabalho.
A Literatura RS divulgou uma lista de iniciativas de empresas e organizações que estão dedicadas a mobilizar a solidariedade em torno de diferentes demandas, como as de livrarias e editoras afetadas diretamente pela tragédia. Além disso, leitores sempre podem contribuir com a cadeia produtiva do livro no Rio Grande do Sul ao comprar diretamente com editoras e livrarias gaúchas.
Para enviar sugestões de outras ações e iniciativas promovidas por trabalhadores e organizações do setor do Rio Grande do Sul, escrever para contato@literaturars.com.br. Confira as ações:
Câmara Rio-Grandense do Livro — Entidade representativa do setor editorial e livreiro do RS, a CRL conta com mais de 100 associados em todas as etapas da cadeia produtiva do livro. A fim de mobilizar apoio para as empresas do setor, a organização realizou um levantamento das livrarias, distribuidoras de livros e editoras que foram afetadas pelas inundações e identificou 27 empresas em diversas cidades do Estado. Como resposta, a entidade lançou a campanha “
Vamos transformar o ponto final em ponto de partida” para arrecadação de valores via chave pix adm@camaradoli vro.com.br, que serão distribuídos entre as empresas cadastradas
por este formulário. Ainda é possível incluir empresas através do e-mail rp@camaradolivro.com.br.
Clube dos Editores do RS — Através das redes sociais, a entidade, em nome de 21 editoras gaúchas, lançou uma campanha de mobilização para recuperação do mercado editorial com uma série de sugestões, entre elas: dar preferência para a compra de livros de editoras gaúchas à venda em livrarias do Estado; e comprar as versões digitais das obras, dado que muitas empresas tiveram seus estoques comprometidos pelas inundações.
Um livro por um sorriso — A campanha recebe doações de livros literários para serem entregues a crianças vítimas da tragédia climática. Os livros podem ser novos ou usados (em bom estado), se possível acompanhados de uma mensagem, que depois de embalados serão entregues nas cidades de Santa Tereza e Roca Sales, nesta primeira semana de junho. Iniciativa da livraria Dom Quixote, em parceria com o Sesc Bento Gonçalves e apoio da Embrapa. Mais informação em @domquixotelivraria e @sescbentogoncalves.
Abrace um contador de histórias — Projeto mantido pelo método de financiamento coletivo que promove a contação de histórias infantis em abrigos que acolhem crianças e famílias afetadas pela enchente em Porto Alegre e Região Metropolitana. Mais informação em @abraceumcontadordehistórias.
TAG – Experiências Literárias — O clube de livros tem divulgado uma série de ações dedicadas a atender seus leitores e seguidores. A empresa tem utilizado o feed e os stories de seu Instagram para direcionar sua rede a organizações que recebem doações e comunicar suas ações pontuais, como entrar em contato com associados em situação de vulnerabilidade social e identificar suas demandas.
Livraria Taverna — Localizada na Casa de Cultura Mario Quintana, no Centro Histórico, a livraria foi severamente afetada pela inundação da Rua dos Andradas, danificando parte de seu estoque e de seu mobiliário. A empresa tem divulgada uma chave pix para o recebimento de doações espontâneas para ajudar a manutenção durante o período de limpeza e o retorno às atividades: livrariataverna@gmail.com.
Editora Boaventura — Uma coletânea literária organizada em apenas 12 dias reúne crônicas inéditas de 25 escritores sobre a maior catástrofe climática da história gaúcha. O resultado está no e-book
A grande enchente, lançado pela Boaventura Editora. Todo valor obtido com a venda da obra será revertido para diversas entidades.
Editora O Grifo — A editora lançou três ações para engajar os leitores: doações em dinheiro pela chave pix 36.461.120/0001-33 (CNPJ) para compra de alimentos e fraldas para as crianças desabrigadas e despesas de deslocamento e alimentação para os voluntários da Ong Beloved no município-sede da editora, Novo Hamburgo.
Jambô Editora — Conhecida como a maior editora de RPG do Brasil, a Jambô teve seu estoque, localizado no 4º distrito, em Porto Alegre, afetado pela inundação. Parte das vendas do livro de RPG
Jornada heroica: guerra artoniana será destinada aos funcionários afetados pela tragédia.
Friburguenses estão engajados na recuperação das bibliotecas escolares
Para quem está participando da coleta de livros para doar às bibliotecas das escolas do Rio Grande do Sul — através do Projeto A Ponte —, o prazo termina nesta segunda-feira, 3, às 17 horas, no Centro Educacional Paulo Rónai (biblioteca), situado na Rua José Tessarolo dos Santos, 70, Paissandu (antigo Colégio Cêfel). Os livros devem estar etiquetados e entregues em caixas ou empilhados e amarrados. Mais informações em #riograndedosul #livros #novafriburgorj, com Scheila Santiago.
O escritor gaúcho e um dos criadores do Projeto A Ponte, Eliandro Rocha, juntamente com a produtora Luminna e a Câmara Rio-Grandense do Livro, está arrecadando livros para a reconstrução das bibliotecas de escolas gaúchas. A inundação destruiu mais de 80 mil livros, só no município de São Leopoldo.
A campanha tem como foco a literatura infanto-juvenil, com a finalidade de recompor o acervo literário de bibliotecas escolares. “Para se ter uma ideia do tamanho da destruição, só na nossa rede estadual de ensino, 1.044 escolas foram totalmente inundadas, sem contar as 18 unidades municipais, que ainda não conseguimos mensurar o resultado dessa calamidade aqui na cidade”, explicou Eliandro.
A estimativa da secretaria de Educação de São Leopoldo é que mais de 80 mil obras foram perdidas nessa enchente. Ele conta com a população dos demais estados da federação: “Nos ajudem a reconstruir o que foi destruído, doando livros e disseminando esta ideia. Compartilhem essa campanha, seja você uma ponte, o Rio Grande do Sul agradece!”, reitera Eliandro Rocha.
SERVIÇO
Doações são enviadas para:
Avenida São Borja, 2.520
Fazenda São Borja
CEP: 93032-520
São Leopoldo / RS
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