(Foto: Clara Fonseca)
A psicóloga Clara Fonseca (foto) explica que o aumento do estresse, as cobranças sociais e familiares e as reflexões sobre metas não alcançadas tornam esse momento especialmente delicado para muitas pessoas. “Tem gente que tem uma predisposição genética para lidar com as emoções de forma mais negativa, e isso pode ser intensificado pelas condições do ambiente”, afirma Clara. O final do ano, com sua dinâmica de avaliações pessoais e sociais, é um gatilho para o aumento de emoções negativas. As reuniões familiares, em particular, podem trazer tensões em relação a expectativas e conflitos preexistentes. Clara destaca que as pressões sociais para participar de encontros familiares podem ser prejudiciais quando envolvem relações tensas. “Precisamos avaliar se estar nesses ambientes traz mais benefícios ou malefícios. O mais importante é garantir que essas experiências sejam positivas”, ressalta. Quando não há alternativa, a psicóloga recomenda o fortalecimento da autoestima e a busca por assertividade, sempre respeitando os próprios limites. A psicóloga também ressalta a necessidade de desconstruir crenças sociais que impõem a obrigatoriedade de participação em reuniões familiares, mesmo que isso possa ser prejudicial. Se for necessário comparecer, ela recomenda ser fiel às próprias convicções e expressá-las de forma respeitosa. Excessiva cobrança por metas Outro fator que contribui para o sofrimento emocional nessa época é a frustração com metas não cumpridas. Clara explica que, em dezembro, muitas pessoas tendem a focar no que não foi alcançado, ignorando realizações importantes, ainda que pequenas. “Essa época intensifica a autoavaliação negativa, especialmente quando comparamos nossa vida com os padrões midiáticos e sociais”, alerta. Para transformar frustrações em motivação, a psicóloga sugere um exercício simples, mas eficaz: listar as conquistas do ano, por menores que pareçam. “Muitas vezes, subestimamos pequenos feitos que são significativos. Esse reconhecimento é essencial para encerrar o ano com uma perspectiva mais positiva”. A influência das redes sociais também é destacada pela especialista. Segundo Clara, a exposição a conquistas alheias pode intensificar o sentimento de inadequação. “É importante lembrar que as redes mostram apenas recortes da vida das pessoas. Comparar-se a esses recortes é um caminho certo para aumentar a frustração”, afirma. O planejamento para o novo ano também pode ser uma fonte de ansiedade. Clara recomenda que as metas sejam realistas e priorizem objetivos de curto prazo, que sejam alcançáveis em um futuro próximo. “Quando conseguimos atingir pequenos objetivos, isso gera motivação para metas mais desafiadoras”, diz. Ela ressalta que o prazer de concluir uma meta, mesmo que simples, pode trazer um impacto positivo significativo. Metas exageradas ou pouco realistas, segundo Clara, têm mais chance de causar frustração do que satisfação. Por isso, ela sugere equilibrar objetivos ambiciosos com metas menores e mais tangíveis. “Planeje passos que você possa cumprir e celebre cada conquista. Isso cria um ciclo de realização e bem-estar”, recomenda. Diante das pressões do fim de ano, buscar apoio profissional pode ser uma excelente alternativa. Terapias focadas no fortalecimento emocional ajudam a lidar com as adversidades e a construir resiliência. Além disso, a psicóloga Clara enfatiza a importância do autocuidado: respeitar os limites, praticar a gratidão e buscar momentos de relaxamento são atitudes fundamentais para manter a saúde mental equilibrada. O final do ano é uma oportunidade para reflexões e recomeços. Com uma abordagem consciente e acolhedora, é possível transformar os desafios dessa época em um caminho para o bem-estar emocional.
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