A Revolução do Amor

Como a forma de conhecer parceiros mudou com o tempo
quarta-feira, 23 de outubro de 2024
por Liz Tamane
(Foto: Freepik)
(Foto: Freepik)
As relações amorosas sempre foram uma parte central da vida em sociedade. No entanto, as maneiras pelas quais as pessoas se conhecem e formam relacionamentos evoluíram drasticamente ao longo das décadas. Um estudo da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, liderado pelo sociólogo Michael Rosenfeld, revela essa transformação nos costumes, destacando as mudanças ocorridas nos últimos 90 anos. 

Estudo da Universidade de Standford mostra que 61% dos casais americanos da atualidade se conheceram através da internet
Desde a predominância dos encontros mediados por famílias e amigos até a ascensão das conexões digitais, a forma como os casais americanos se conhecem reflete não apenas as transformações tecnológicas, mas também as mudanças nas dinâmicas sociais e culturais.

Década de 1930: A família como mediadora

Nos anos 1930, a estrutura social dos Estados Unidos era marcada por laços familiares fortes e o ambiente familiar desempenhava um papel central na vida dos indivíduos. De acordo com o estudo de Stanford, a maioria dos casais nessa época se conhecia por intermédio da família. As reuniões de parentes, eventos sociais ou até mesmo a intermediação direta de parentes eram os principais meios pelos quais os relacionamentos amorosos se formavam. Nesse cenário, o círculo familiar tinha grande influência nas escolhas afetivas e, em muitos casos, os casamentos eram vistos como uma união não apenas entre duas pessoas, mas entre duas famílias.

Em seguida, surgiam as interações escolares, que ocupavam a segunda posição entre os lugares mais comuns para que os casais se conhecessem. A convivência na escola, seja no ensino médio ou em universidades, também proporcionava um ambiente fértil para o surgimento de relacionamentos. Já os amigos ocupavam o terceiro lugar na lista, introduzindo os casais e desempenhando um papel importante no processo de formação de relacionamentos amorosos.

Décadas de 1950 a 1970: A ascensão dos amigos em comum

Com o passar das décadas, entre os anos 1950 e 1970, as dinâmicas sociais começaram a mudar. O papel dos amigos como intermediários nos relacionamentos cresceu significativamente, ultrapassando as interações escolares e quase rivalizando com as apresentações familiares. O estudo aponta que os amigos em comum passaram a ser a principal forma de intermediação entre casais. Esse período marca uma era em que as interações sociais começaram a expandir-se para além dos círculos tradicionais, permitindo que os indivíduos conhecessem seus futuros parceiros em ambientes mais informais e sociais, como festas, encontros de grupos ou reuniões organizadas por amigos.

As mudanças culturais que marcaram as décadas de 1960 e 1970, com movimentos como a contracultura, o feminismo e a liberação sexual, também influenciaram a forma como as pessoas viam o amor e o casamento. Os encontros já não eram tão rigidamente controlados pelas famílias, e os jovens ganhavam mais autonomia para escolher seus parceiros, impulsionando o papel dos amigos como facilitadores desses encontros.

Décadas de 1980 e 1990: Trabalho e vida social fora do lar

A partir dos anos 1980 e 1990, novas tendências começaram a se consolidar. O ambiente de trabalho se tornou um dos principais espaços para a formação de casais. Com a crescente inserção das mulheres no mercado de trabalho, o local de trabalho tornou-se um espaço comum para encontros amorosos. Além disso, bares e outros ambientes sociais urbanos começaram a ganhar destaque, refletindo o novo ritmo de vida das cidades, onde as pessoas buscavam socializar fora do ambiente doméstico.

A virada digital: O advento da internet e dos smartphones

A partir da segunda metade da década de 1990, algo revolucionário aconteceu: a internet. Com a popularização dos computadores pessoais e o surgimento das salas de bate-papo, as pessoas começaram a explorar um novo território – o virtual. O estudo da Universidade de Stanford mostra que o impacto da internet nos relacionamentos amorosos começou a crescer substancialmente nesse período. Embora ainda fosse uma forma incipiente de interação, especialmente no final dos anos 1990, os bate-papos online e fóruns começaram a conectar pessoas de diferentes lugares, oferecendo uma nova forma de conhecer parceiros.

Essa tendência se intensificou a partir de 2008, com o surgimento dos smartphones e a explosão dos aplicativos de namoro. A facilidade de acesso à internet e a possibilidade de estar constantemente conectado mudaram drasticamente as regras do jogo. Se antes conhecer alguém online parecia algo distante ou incomum, a partir desse ponto se tornou uma prática cada vez mais comum. 

De fato, o estudo aponta que em 2012, o meio online se tornou a forma mais comum para os casais americanos se conhecerem. Segundo o levantamento, atualmente, 61% dos casais americanos afirmam ter se conhecido através da internet. Esse fenômeno reflete o impacto que a revolução tecnológica teve na vida social, não apenas facilitando encontros, mas também expandindo as possibilidades de conexão entre pessoas que, de outra forma, nunca teriam se conhecido.

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