De uma forma tímida e também organizada, com todos os parâmetros de segurança sanitária sendo seguidos, as aulas presenciais de algumas escolas particulares retornaram nesta segunda-feira, 8, em Nova Friburgo. A maioria das escolas do centro da cidade retornou de forma híbrida — ou seja, alunos cujas famílias optarem pela permanência em casa terão aulas remotas, já os estudantes cujos pais decidirem pela volta aos colégios, terão aulas presenciais. É o caso, por exemplo, dos colégios Anchieta, N.S. das Dores, São João Batista, N.S. das Mercês, Centro Educacional Monnerat (Pontinha de Sol), Espaço Livre, Miosótis, entre outros, que voltaram ontem.
O funcionamento das escolas na vigência da bandeira laranja é com até 50% dos alunos de cada turma (desde que as salas tenham condições de guardar o distanciamento de 1,5 metro entre as carteiras), mas algumas instituições vão seguir essa porcentagem mesmo se a bandeiras futuras forem mais “brandas”, como amarela e verde, por exemplo.
As famílias foram orientadas a realizarem a aferição de sintomas em casa (para que casos suspeitos não cheguem à escola) e, na entrada dos turnos, os alunos passam por checagem de temperatura, higienizam mãos com álcool em gel e utilizam tapetes sanitizantes. O uso da máscara é obrigatório. As salas e demais áreas das escolas estão marcadas para garantir o distanciamento, entre outras precauções.
Quanto ao sistema híbrido, adotado pelas instituições, há um grupo de alunos na escola e, em casa, outro (algumas com rodízio semanal de grupos e outras realizando o revezamento pelos dias da semana). Os professores (uns na escola e outros, com comorbidades, em casa) interagem pelas plataformas de ensino (com auxílio de computadores, câmeras, microfones, caixas de som e projetores).
De acordo com a direção de uma das escolas entrevistadas, em média, 60% das famílias optaram pelo ensino presencial dos filhos. Ontem, entrevistamos alguns pais sobre a importância do retorno das aulas presenciais, depois de quase um ano: “As crianças estão perdendo muito conteúdo, perdendo o convívio com outras crianças e professores. Os pais precisam trabalhar e às vezes os avós não conseguem cuidar das crianças e nem ajudar no ensino remoto”, disse uma mãe, que preferiu não ser identificada.
Cristiane Nogueira acha essencial, mas está tendo uma rotina corrida devido ao revezamento, o que é altamente compreensível, já que o motivo é evitar aglomerações. “Nesse início está sendo meio complicado pois eu tenho dois filhos. Um estuda pela manhã e outro à tarde. A escola fez um escalonamento para a entrada das crianças, com isso, tenho que pegar o filho mais velho, levar em casa e retornar mais tarde. Sobre o retorno das aulas, acho muito necessário, as crianças precisam voltar, elas estão muito abaladas e sentindo falta dos amigos. Por mais que a gente saiba que é o novo normal e que as crianças precisam se adaptar, elas precisam voltar para as escolas”, relatou Cristiane.
Eloísa Nidecker relata que o retorno foi essencial para filha, que estava tendo crises de ansiedade. “Eu acho esse retorno essencial. Minha filha estava tendo crises de ansiedade, não estava conseguindo se concentrar muito bem e isso estava prejudicando o aprendizado dela. A escola e os professores estão se esforçando, mas a concentração é diferente por conta da pressão pandêmica. Então o fato da rotina dela parecer estar voltando um pouco ao normal ajuda a amenizar as crises de ansiedade e consequentemente melhora o aprendizado. Para mim e para ela, o retorno está sendo essencial”, esclareceu Eloísa.
Para Neander Rodrigues, “o retorno é fundamental, principalmente pela preocupação com o psicológico da criança. Vai ser muito relevante e importante esse retorno para o nosso país, que é um dos últimos a voltar presencialmente com as aulas. Acho fundamental esse retorno, mesmo sendo híbrido”, disse o pai de um estudante.
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