Queda parcial de prédio alerta para os riscos em imóveis

Fatalidade motiva denúncias encaminhadas à nossa redação
sexta-feira, 25 de setembro de 2020
por Guilherme Alt (guilherme@avozdaserra.com.br)
As rachaduras no apartamento alugado (Fotos de leitora)
As rachaduras no apartamento alugado (Fotos de leitora)

Na última semana, parte da estrutura superior de um edifício em construção na Rua Rosa Ribeiro, no distrito de Conselheiro Paulino, caiu atingindo duas casas vizinhas. Felizmente, ninguém ficou ferido. No projeto aprovado inicialmente, constavam quatro andares na construção. Outros cinco estavam sendo erguidos irregularmente. Um processo será aberto e encaminhado com os laudos para a Procuradoria Geral do Município. A fatalidade despertou o interesse de muita gente sobre a necessidade de maior fiscalização das obras em andamento no município. 

A grande repercussão do caso motivou também algumas denúncias de situações semelhantes. Como o caso da empresária e advogada Ana Paula de Alencar, o qual relatamos nesta ocasião. O que era para ela era para ser um recomeço se tornou uma grande dor de cabeça. Ela é friburguense e morava em Santos-SP até que decidiu voltar para o município com as duas filhas e alugou uma casa no Condomínio Valentina, no Alto das Braunes, próximo à Praça da Furunfa.

Ao fazer uma visita à casa, Ana Paula informou à reportagem que havia observado uma rachadura na parede, mas a imobiliária se comprometeu a fazer os reparos. Segundo a advogada, em junho ela fechou o contrato. Pouco tempo depois os problemas começaram a aparecer. “A corretora falou que era a primeira locação do imóvel. O conserto demorou e eu acabei chamando um pedreiro. Quando ele passou a argamassa, a rachadura abriu novamente e a imobiliária contratou então outro pedreiro. Em agosto, a pia do banheiro caiu e a rachadura abriu de novo e ficou maior. A casa também estalou. Avisei a imobiliária e eles informaram que fariam uma avaliação com um engenheiro no dia seguinte”, explicou Ana Paula.

Apreensiva, a advogada entrou em contato com a Defesa Civil e descobriu que o imóvel havia sido interditado em janeiro deste ano (foto). “Foi uma surpresa. Eles me informaram também que o condomínio já tinha uma série de problemas e minha casa estava condenada”, disse Ana Paula que teve de sair imediatamente da casa. “Na imobiliária me disseram que encerrariam o contrato, devolveriam o depósito dos valores adiantados e não cobrariam multa da rescisão”, contou Ana Paula que teve que alugar outro imóvel, mais caro, para morar e apela uma reparação pelo ocorrido. Ela descobriu ainda que essa não foi a primeira locação do imóvel e o antigo inquilino desocupou o imóvel pelo mesmo problema.

O que diz a imobiliária 

A imobiliária Valesca Marotti informou que o imóvel alugado para a advogada não estava interditado quando ela assinou o contrato e só após dois meses de locação foram verificadas rachaduras no imóvel. A imobiliária informou também que foi realizada uma perícia técnica que apontou a necessidade de reforma. “Em virtude de tempo, por decisão consensual, foi procedida rescisão do contrato com o pagamento da multa rescisória em favor da inquilina, cobrindo eventuais despesas com a mudança. Importante frisar que tudo o que é estabelecido por lei foi prontamente cumprido, não havendo qualquer pendência ou melhoria no imóvel a ser compensada, até mesmo porque qualquer benfeitoria ou melhoria que venha a ser feita no imóvel, por força contratual, deve ser previamente autorizada e não geram qualquer direito a indenização.”

No entanto, o laudo da Defesa Civil, ao qual A VOZ DA SERRA teve acesso com exclusividade, mostra que o imóvel foi vistoriado e interditado no dia 17 de janeiro deste ano devido a “anomalias na construção, como o surgimento de diversas rachaduras, sugerindo possibilidade de recalque ou sobrepeso”. Ainda de acordo com o laudo, em nova vistoria realizada no dia 28 de agosto, foram detectados os mesmos problemas que, “aparentemente teriam sido resolvidos, mas de forma inconsistente, pois as rachaduras voltaram, nos mesmos locais, nos parecendo na realidade que não houve preocupação com as causas das mesmas. Foi mantida a atual situação, ou seja, o imóvel continua interditado, até que sejam solucionados os problemas existentes”, finalizou a Defesa Civil.

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TAGS: obra