Quase 11 milhões de pessoas moram sozinhas no Brasil

A maioria são homens. Entre as mulheres, quase 60% têm 60 anos ou mais
sexta-feira, 22 de julho de 2022
por Thiago Lima (thiago@avozdaserra.com.br)
Quase 11 milhões de pessoas moram sozinhas no Brasil

Em 2012, haviam no Brasil 7,5 milhões de domicílios com um único morador. Em 2021, esse número subiu 43,7%, chegando a quase 10,8 milhões. A constatação é da nova Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada nesta sexta-feira, 22, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O levantamento também registra o aumento proporcional de residências no país onde vivem apenas uma pessoa. Em 2012, elas eram 12,2% do total de domicílios no país. Nove anos depois, passaram a representar 14,9%.

A maioria das pessoas que moram sozinhas são homens. Na média nacional, eles representam 56,6% desses residentes. No recorte regional, eles ultrapassam os 60% no Norte e no Nordeste. De outro lado, 43,4% dos residentes no país são do sexo feminino: no Sudeste e no Sul esse percentual está acima dos 45%.

O jovem médico friburguense André Soares, de 29 anos, deu esse passo para conquistar sua independência e proteger os pais no auge da pandemia da Covid-19. “Eu decidi morar sozinho porque gosto da independência, ter minhas coisas, do meu jeito, poder ficar períodos sozinho, coisa que eu gosto e também porque me mudei para a cidade no auge da pandemia e, como trabalho na área da saúde, quis preservar meus pais da possível exposição ao Covid-19”, esclarece André. 

"Quase 60% das mulheres que moram sozinhas têm 60 anos ou mais. Enquanto entre os homens, isso está mais bem distribuído. Mas o envelhecimento populacional pode contribuir com o aumento desses domicílios unipessoais", observa o analista do IBGE, Gustavo Fontes.

A aposentada friburguense Neuza Gonçalves, de 67 anos, mora sozinha por opção própria, relatando que ama ficar sozinha em casa. “Moro sozinha há uns três anos, logo depois que me separei, e essa foi a melhor escolha da minha vida. Eu prezo muito pela minha paz e tranquilidade ao longo do dia. Claro que tudo tem suas vantagens e desvantagens, mas na minha opinião, morar sozinha é uma delícia”, relatou Neuza.

Segundo a Pnad Contínua, a forma mais frequente de arranjo domiciliar envolve um núcleo formado por casal com ou sem filhos ou enteados. Essa é a realidade de 68,2% das residências do país. Unidades onde moram juntos dois ou mais parentes representam 15,9% do total.

Os números populacionais foram estimados de forma amostral. Com a realização do censo demográfico neste ano, que oferecerá uma base de dados mais precisa e incorporará efeitos da pandemia de Covid-19, os resultados da Pnad Contínua poderão passar por ajustes. O IBGE, porém, avalia que possivelmente não haverá grandes diferenças levando em conta o universo populacional do país.

Sexo

Na estimativa do IBGE, foram contabilizados 212,7 milhões de residentes em 2021, sendo 108,7 milhões de mulheres (51,1%) e 103,9 milhões de homens (48,9%). A pesquisa aponta que não houve alteração relevante dessas participações desde 2012. A relação de 95,62 homens para cada 100 mulheres no Brasil representa um valor próximo aos 95,99 apurados há nove anos.

No recorte etário, o levantamento mostra que a população masculina possui um padrão mais jovem. Nas faixas de 0 a 4 anos e de 5 a 9 anos, há respectivamente 104,8 e 104,7 homens para cada 100 mulheres. Segundo o IBGE, essa razão se inverte com o aumento da idade uma vez que a mortalidade dos homens é maior em todos os grupos etários.

Entre os idosos, a diferença se torna significativa. "A razão de sexo calculada para a população com 60 anos ou mais de idade indicou que existem aproximadamente 78,8 homens para cada 100 mulheres", aponta a pesquisa.

Raça

O recorte de raça aponta um avanço no número de residentes que se declaram pretos ou pardos. Eles saltaram respectivamente de 7,4% e 45,6% em 2012 para 9,1% e 47% em 2021. Em consequência, a participação da população declarada de cor branca caiu em todas regiões ao longo desses nove anos.

"De acordo com outros estudos do IBGE, as mulheres pretas e pardas têm em média mais filhos que as mulheres brancas. O próximo censo demográfico será muito importante para observar melhor essa questão. Mas possivelmente essa diferença na taxa de fecundidade também não explica tudo. A maior conscientização da questão racial possivelmente também é um fator. A pesquisa não traz uma resposta específica para esse dado. O que podemos é levantar fatores que podem explicar", avalia Gustavo Fontes. (Com informações do IBGE e Agência Brasil)

 

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