A consulta pública aberta pelo Ministério das Comunicações (MCom) sobre o projeto de lei que cria o Dia Nacional do Rádio recebeu apenas contribuições favoráveis. De acordo com a proposta aprovada dia 13 de setembro, será encaminhado um PL para que 25 de setembro seja oficialmente reconhecido por lei, em homenagem ao nascimento do antropólogo, professor e escritor Edgard Roquette-Pinto, o “pai do rádio no Brasil”, nascido naquela data, em 1884.
No ano em que o rádio completa 100 anos, o MCom propõe tornar o dia 25 de setembro — que já é considerado o Dia Nacional do Rádio e da Radiodifusão — uma homenagem oficial e definitiva a Roquette-Pinto, diante da importância do primeiro veículo de comunicação de massa e instrumento de integração nacional.
Onipresente, o rádio se fez presente no dia a dia da população, tanto na arena do debate público quanto na intimidade do lar. Democrático, ele espraiou suas ondas igualmente sobre os centros urbanos mais populosos e os rincões mais afastados. É uma fonte acessível e ininterrupta de entretenimento, informação e educação, em benefício de todos os brasileiros.
Por meio das ondas de radiofrequência se tornou possível romper barreiras geográficas e sociais, promovendo acesso a conteúdos informativos e educativos em todo país. A primeira emissora oficial brasileira foi a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, atual Rádio MEC, fundada em 1923, por Roquette-Pinto, que viabilizou a primeira transmissão, em 1922. Para ele, o principal propósito da emissora era o de promover a educação, a “escola dos que não tinham escola”. Na década de 1920, a taxa de analfabetismo era de 65%, de acordo com censo demográfico da época.
A primeira vez
Durante a comemoração do centenário da Independência, em 7 de setembro de 1922, os brasileiros ouviram pela primeira vez uma transmissão de rádio, com o discurso do então presidente da República, Epitácio Pessoa. Ele estava no Rio de Janeiro — uma estação de rádio foi instalada no Corcovado, no Rio de Janeiro, então capital federal — e os aparelhos receptores instalados em Niterói, Petrópolis e São Paulo. Esse momento marcou o início do rádio no Brasil. Anos depois, o meio de comunicação conquistou a população e se tornou paixão nacional.
Apesar do potencial, no início o rádio ainda tocava em caráter experimental e começou a se popularizar na década de 1930. Principalmente após a sanção de uma lei, pelo então presidente Getúlio Vargas, em 1932, que autorizava a transmissão de propaganda pelas emissoras.
Esse foi um incentivo para que empresas começassem a investir e os aparelhos de rádio ficassem mais acessíveis. Com isso, passaram a ganhar espaço a música popular e os programas de entretenimento, como radionovelas. Na década de 1950, o rádio viveu a “Era de Ouro” e ainda hoje é um dos principais meios de comunicação, alcançando desde a população que vive nas capitais às que estão no interior do país, em localidades de difícil acesso.
Novas frequências
Ao longo dos anos, o rádio resistiu e se adaptou à chegada das novas tecnologias. Uma das principais mudanças pelas quais passa para continuar como um importante instrumento para prestação de serviços é a migração na frequência de transmissão de AM (Amplitude Modulada) para FM (Frequência Modulada).
As rádios que operam em AM alcançam uma área maior, porém estão bem mais sujeitas a interferências e ruídos. Por outro lado, rádios FM cobrem uma área menor, mas contam com aumento significativo na qualidade. Além disso, alguns aparelhos mais novos, como celulares e tablets, não sintonizam AM.
Com a migração, também se tornou necessário ampliar os canais disponíveis para comportar mais emissoras. Por essa razão, atualmente existe o que chamamos de “banda estendida”, com novos canais nas frequências de 76,1 FM a 87,5 FM. (Fonte: abert.org.br e gov.br/mcom)
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